𝑻𝒆 𝑭𝒂𝒍𝒕𝒂 𝑶́𝒅𝒊𝒐... | ᴵᵗᵃᶜʰᶦ ᵁᶜʰᶦʰᵃ

Atrevimento

Amanheceu, e como de costume, a primeira coisa que me ocorreu foi Hinami. Ontem, as interações entre nós foram estranhamente... normais. Parecia que, por um breve instante, ela havia relegado o ódio que nutre por mim, permitindo-nos reviver um momento que há muito não experimentávamos.

Levantei-me, executei minhas rotinas matinais e desci para tomar café. Assim que me aproximei da cozinha, ouvi palavras estranhas, proferidas em alta voz, todas emanadas da boca de Hidan.

Hidan- Eu to falando sério, gente! Foi uma gemedeira do karalho!!!

Do que ele estava falando?

Ao adentrar o recinto, todos os olhares se fixaram em mim de maneira inusitada. Nunca fui o centro das atenções, sempre uma sombra, um espectador nas margens da convivência. Contudo, naquele instante, a atmosfera era distinta, como se algo sobre mim estivesse sendo discutido antes de eu chegar. Hidan exibia um olhar malicioso, uma insinuação velada de que algo estava prestes a acontecer.

Itachi- Perderam alguma coisa na minha cara? - perguntei de maneira grossa, minha voz cortando o silêncio como uma lâmina afiada.

Todos desviaram o olhar, incómodos. Pain, com um semblante descrente, finalmente se pronunciou.

Pain- Itachi, você tem uma missão com a Hinami após o café da manhã.

O que estava acontecendo ali antes de minha chegada? Sentei-me à mesa e, pela primeira vez, um silêncio sepulcral dominou o ambiente, por Kami!

De repente, Sasori parou de comer, uma risada perturbadora escapou de seus lábios, reminiscente de um psicopata. Que porra é...

Sasori- Chega disso! Eu não acredito! É sério que o emo das trevas do Itachi teria tido chance com a Hinami?! Para e repara um pouco! A Hinami é uma beldade muito gostosa, e o Itachi... Bom eu nem sei que demônio ele é!

Hidan- É isso que eu to falando! O Itachi comeu a novata ontem!

Que?!

Parei de comer o fitando de maneira ameaçadora.

Hidan- Oh, o que foi Itachi?! Não era pra revelar seu segredinho?

Konan- Para de ser imbecil, Hidan! Cuida da porra da sua vida!

Deidara- Eu concordo com o mestre Sasori...

Tobi- Ohh, ixi fizeram vuco-vuco!? -fala de maneira chata.

Kakuzu- Achei econômico, nem precisou sair pra comer buceta! -fala de maneira irônica.

Kisame observou calado.

Hidan- É sério!!!

Konan- Para de expor a Hinami, você não tem nada haver com isso!!!

Desgraçado...

Hidan- Oh!! O Itachi comeu a Hinami!!! A pergunta é, como ele teve chance, ou como ela teve a CORAGEM?! Ou será que ela foi forçada a dar pra ele?! Bom, aqui podemos ver que o Itachi que é considerado o mais quietinho e certinho daqui não passa de um tarado que se aproveita de garotas doentes!

E se eu.... Só um amaterasuzinho...

Nesse exato momento, Hinami abriu a porta da cozinha. Sua presença imediata dissipou qualquer sombra de dúvida; ela havia escutado tudo.

Seus olhos percorreram a sala, examinando cada um dos presentes antes de fixarem-se em mim. A tensão tornou-se tangível, como uma corda esticada prestes a romper. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a probabilidade de ela pensar que eu havia inventado aquela mentira por ter ido ao quarto dela ontem. Essa não...

Seus olhos, duas pérolas carregadas de emoção, estavam cravados nos meus. Eu podia sentir a confusão e a desconfiança emanando dela. As batidas do meu coração aceleraram, um tamborilar insistente que ecoava em meus ouvidos.

Tentei encontrar palavras, mas elas me escapavam, como se minha mente estivesse envolta em neblina. Tudo o que eu conseguia pensar era na expressão dela, na maneira como suas sobrancelhas se arqueavam levemente, e no brilho de seus olhos que, por um momento, parecia vacilar.

Itachi- Hina... -comecei, mas fui interrompido por Hinami.

Hinami- Calado! -ela mandou e eu assenti.

Estava preparado pra escutar alguma coisa mesmo que eu fosse uma vítima na história.

Hinami- E se eu tiver dado pra ele?! O que karalhos vocês dois tem haver com isso?!

Ela não disse isso...

Sasori- Pera ai, é verdade? -se assusta.

Hinami- Que eu saiba eu não namoro e nem sou casada para dever satisfação à algum de vocês, até porque a buceta é minha e se eu quiser dar pra cem caras ao mesmo tempo eu farei!

A cara do Hidan foi perfeita! Eu daria tudo pra ver a expressão dele novamente.

...

Hinami- Vamos! -olha pra mim.

Assim que Hinami me chamou, levantei da cadeira em silêncio, obediente como um cãozinho, e saímos da cozinha. Subi rapidamente para o quarto, peguei meu manto, e logo estávamos fora de casa.

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O caminho foi silencioso, e o desconforto crescia a cada passo. O rosto dela era sério, intransponível, uma muralha erguida contra qualquer tentativa de comunicação. Eu precisava fazer algo, romper aquele gelo que nos envolvia.

Itachi- Hina... Eu... -é interrompido.

Hinami- Eu sei disso, Ita. Nem se tivéssemos transado você faria isso, eu te conheço mais do que você mesmo.

Ita?

Itachi- Achei que você estava com raiva de mim.

Hinami- Quando você saiu eu vi você e o Hidan no corredor, é óbvio que ele inventou isso por... -interrompo ela.

Itachi- Porque ele quer transar com você. -falo enraivecido.

Hinami- Ciúmes?

Itachi- Acreditaria se eu dissesse que sim?

Hinami riu.

Hinami- Sabe... Eu pensei que tinha dito que não me ama mais e que... -interrompo ela novamente.

Itachi- E eu pensei que você tivesse ódio de mim e que estivesse disposta a me matar.

...

Hinami - Por que eu teria ódio de alguém que me ama mas não sabe admitir? Eu deveria ter ódio mesmo é de quem rouba os meus remédios! -fala como indireta e me olha.

Eu ri.

Itachi- Pra que eu vou querer as suas drogas?

E fomos o caminho todo discutindo sobre coisas bestas...

Ela está bem atrevida... Será que eu devia ensiná-la a se comportar?