Capítulo 12

34 6 0
                                    

Minho deitou na cama assim que entrou no quarto. Teve que ir pra faculdade de havaianas já que seus tênis haviam "morrido" e ainda viu o ônibus passar diante dos seus olhos sem parar pra ele. 

Olhou as horas no relógio do seu pulso: 21:05. Tinha exatamente 25 minutos até se juntar com o bando de doidos. Não sabia o que esperar daquele piquenique, e sinceramente tudo o que ele queria era dormir. Quem inventa de fazer piquenique essa hora da noite?

Bang Chan tinha boas intenções, só queria que o menino desse uma chance pra sua pensão, só que o método que escolheu não tinha sido dos melhores, afinal Minho estava tão cansado que estava andando igual um zumbi. Mas depois de dois dias vivendo da comida de Changbin sentia que morreria sem ela. Era igual comida de mãe e ele sabia que depois de ter a experimentado, ele nunca mais seria capaz de comer outra coisa sem comparar com ela. Esse com certeza era o maior pró em sua lista de prós e contras.

Se jogou em sua cama e ficou observando o teto por um tempo. A tinta branca com detalhes marrons nas quinas das paredes o fazia sentir de volta aos seus dezessete anos de idade quando tudo o que queria era ter um quarto que fosse mais a sua cara invés do velho, sem graça e mofado que tinha. Onde tudo havia sido pensado por outra pessoa, onde ele não se sentia à vontade consigo mesmo, ainda que estivesse sozinho, o que acontecia com frequência. Desejou ter tido esse quarto durante sua adolescência conturbada. Pelo menos teria um refúgio.

Com essa idade Minho pensava que quando fizesse dezoito anos sairia de casa e teria a sua própria do jeito que sempre quis, trabalharia no seu emprego dos sonhos e finalmente seria feliz, mas a vida não funciona assim e você descobre isso quando se torna adulto. A verdade é que a transição dos dezessete pros dezoito não te muda em nada. Não, é o caminho dos dezoito a casa dos vinte que te fazem se tornar "adulto" mesmo, e é aí que você começa a entender de verdade o quanto o mundo é uma merda pra quem não tem como pagar por ele.

Teve que sair de casa antes do que planejava, sem ter ideia do que de fato seria seu emprego dos sonhos. Achou que o vestibular te traria uma vida nova, então entrou no melhor curso que sua nota o permitisse cursar e mudou de cidade a fim de mudar o rumo da sua vida. Mas não tem como mudar o rumo de uma coisa que você não sabe pra onde estava se encaminhando.

Minho olhou seu relógio novamente. Já haviam se passado dez minutos preso em suas lamentações e ele precisava se arrumar, então sem muita força de vontade, se levantou e foi tomar banho.

_______________________________

– Tá pronto? – Ryujin apareceu na porta da cabine do banheiro onde Minho estava terminando de se enxugar.

– Meu Deus, qual é o problema de vocês com privacidade?! – Reclamou.

– Tranquilo cara, eu não gosto do que você tem. – Ryujin disse, mas isso não fazia diferença. Minho seguia preferindo que os inquilinos não o vissem pelado. – A gente tá saindo.

– Eu só vou me vestir – Disse enrolando a toalha na cintura e saindo da cabine.

– Você não demora tanto quanto o Jisung pra se arrumar, né? – A menina ergueu uma das sobrancelhas, ficando preocupada de repente. 

– Eu me arrumo rápido, não se preocupe.

– Você fala igual um velho, sabia disso? – Falou e saiu. Minho ficou parado uns segundo olhando pra porta que a menina se retirou .

– Falo?

Desde o incidente com a toalha, Minho decidiu se trocar apenas no seu quarto, já que teria que retirar a cueca molhada pra vestir a seca, e não seria agradável se o que aconteceu se repetisse. Sabia que estava um pouco frio lá fora então resolveu pôr sua calça de moletom cinza com uma blusa preta normal. Passou perfume e colocou sua corrente no pescoço, assim como seu anel e pulseira de prata. Pegou seu celular e saiu do quarto enquanto respondia uma mensagem em áudio.

Pension and Passion | MINSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora