Capítulo 27

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Já eram onze da noite e o chão de piso da varanda estava um pouco frio. A brisa fresca da noite ventava diretamente no rosto de Minho fazendo seus cabelos balançarem, e os óculos impediam que o vento machucasse seus olhos.

Minho saiu da faculdade às dez horas da noite e fez seu caminho até o ponto de ônibus, este que demorou infinitos vinte minutos pra chegar, e quando desceu seguiu o caminho de cinco minutos até a pensão a pé. Mas não teve vontade de entrar. Em vez de abrir a porta de girassóis, colocou sua mochila em cima da cadeira de balanço e se sentou no degrau da escada.

Sentado com seu caderno da faculdade em seu colo aberto nas anotações que havia feito no dia, nem olhava pras páginas. Mais uma vez, foi um dia muito cansativo.

Saiu da pensão às sete da manhã em direção ao trabalho, tendo passado a manhã inteira escrevendo notícias chulas sobre celebridades fazendo coisas bestas como: “Flagrada: Bruna Marquezine se bronzeando na praia de Ipanema” – como se fosse algo muito fora do comum. E só depois do meio-dia finalmente ter chegado, encerrou seu horário.

Quando chegou em casa para almoçar foi jogado direto no alvoroço de sempre. Nem todos estavam em casa, já que Seungmin trabalhava de manhã em um jornal no centro da cidade e a faculdade de Felix, Ryujin e Jisung também tinham aulas pela tarde. Assim que abriu a porta viu Seungmin arrancando a própria mochila das mãos de Hyunjin que lhe arremessou uma almofada na cabeça logo em seguida, e passou por Minho apressado para ir ao trabalho. Changbin estava na cozinha preparando o almoço e Bang Chan na bancada da recepção organizando alguns documentos.

– Boa tarde, Minho. Como foi o trabalho? – Bang Chan o cumprimentou com o sorriso simpático de sempre. 

– Foi cansativo, mas nada fora do comum – Respondeu com um pequeno sorriso. Minho se encaminhou até o sofá se sentando ao lado de Hyunjin. – Por que tava agarrando a mochila do Seungmin?

– Porque ele é um besta – Respondeu. – Tava com bala no bolso da frente e não me deu. Aí eu roubei a mochila dele – Hyunjin mascava um chiclete, provavelmente roubado de Seungmin. – Moleque insolente…

A TV quebrada servia de enfeite na parede da sala. O tênis de Jisung realmente devia ser muito pesado pra ter feito aquele estrago, pensou Minho. No notebook aberto na mesa de centro passava o jornal da tarde ao vivo na rede globo, contando uma tragédia seguida da outra.

O sol do lado de fora invadia a casa pela porta que Seungmin deixou aberta, iluminando a entrada com uma luz amarelada que se complementava perfeitamente com o barulho do jornal e o cheiro do tempero do almoço. A barriga de Minho roncava.

– Changbin, o almoço tá pronto? – Jeongin entrou em casa já perguntando. A mochila preta nas costas e os olhos no celular. O barulho de tiros vinha do free fire.

– Boa tarde pra você também – Respondeu o cozinheiro. – Tá quase.

– Mas eu tô com fome – Choramingou.

– Então vai na rua, mata um homem e come – Changbin retrucou. – Cozinhar que é bom ninguém quer, agora me apressar…

– Iiih, Jorginho. Cutucou a fera – Hyunjin provocou. Jeongin sentou na poltrona ao lado do sofá colocando sua mochila no chão.

– No cursinho vestibular não tem nem cantina…

 – Se lamentou baixinho.

– Changbin, o almoço tá pronto? – Do corredor da casa vinha Jisung, com uma mochila cinza nas costas e uma touca vermelha na cabeça. Minho olhou pra ele surpreso. Não era sempre que Jisung almoçava em casa, por conta da faculdade. Aparentemente decidiu sair de casa mais tarde pras aulas hoje, tendo tempo para almoçar com todos invés de comer alguma besteira na rua.

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