Sn- que menino gato! Ele faz o meu tipo! - falo olhando para o garoto que passava no filme da televisão.
Hs- é a quinta vez que eu ouço isso, todas com uma pessoa diferente, e o pior é que só tem 15 minutos de filme.
Sn- mas é que só tem pessoas bonitas aí, vai me dizer que não tem ninguém que chamou a sua atenção nesse filme?
Hs- não, ninguém chamou a minha atenção.
Sn- mentiroso! - sorrio e te dou um leve empurrão.
Hs- é verdade! Ninguém aí me agradou.
Sn- então... Quem faz o seu tipo? - volto meu corpo para ele, o encarando com um ar de curiosidade.
Hs- meu tipo?
Sn- sim, seja sincero.
Hs- bem... Eu acho que... Eu não tenho um tipo.
Sn- ahh, seu mentiroso, eu pedi para você ser sincero - empurro o seu braço e começo a rir - você vive dizendo que é exigente, mas agora diz que não tem um tipo? Me conte outra.
Hs- tá bem, acho que... Você faz meu tipo! - ele fala sem muito rodeio.
Sn- ahh, claro, né? - jogo meu cabelo para trás - eu sou maravilhosa - rimos juntos - mas é sério! - contenho a risada - você nunca me falou sobre o seu tipo ideal, não tenho nem noção de como seja.
Hs- mas eu estou falando sério, você faz o meu tipo! - ele dá uma pausa - você é divertida, engraçada, bonita, simpática, gentil, e... Algumas outras coisas também - ele assente com a cabeça.
Sn- ha, então quer dizer que eu faço o tipo ideal desse crítico aí? Ahh, então você é mesmo exigente, né? - jogo meu cabelo, mais uma vez, para trás - só consegue se interessar por deusas - falo com um ar de superioridade.
Rimos um pouco da minha atuação.
Hs- mas me fala meus pontos favoritos, já que eu faço seu tipo também, eu quero saber sobre o que você gosta de mim.
Sn- ué, mas como você chegou à essa conclusão?
Hs- ahh, pelo amor de Deus, Sn! Todo mundo que você vê pela frente você diz que é seu tipo, se eu não fizesse parte disso... Nossa, sem cabimento.
Sn- tá bem, tá bem... Acho que você faz o meu tipo - olho para cima - deixa eu pontuar suas características - penso um pouco - você é divertido, tem um ótimo senso de humor, gosta das mesmas coisas que eu e, principalmente, é a coisa mais fofa desse mundo - aperto suas bochechas em quanto sorrio.
Hs- tá - minhas mãos se afastam do seu rosto - e quanto a minha aparência? - ele coloca seus dedos, em forma de v, embaixo do seu queixo.
Sn- aparência? - finjo pensar - eu dou um 2 ou 3.
Hs- ahh sua mocreia!! - ele parte para cima de mim.
Não contendo a risada, começamos uma atuação de luta.
Ele segura meus pulsos e para bem encima de mim. A risada, vagarosamente, para. Nos olhamos por alguns instantes. A tensão aumenta pouco a pouco. O ambiente parece pequeno agora. Sua vontade era a mesma que a minha: nos beijar ali mesmo.
Sem muito arrodeio, percebo seu rosto descendo em direção ao meu. Dominada pelo querer, sou incapaz de mover meu rosto.
"Amigos se beijam?" Isso era uma pergunta que não passava pela minha cabeça à aquela altura do campeonato.
Sinto seu toque em meus lábios. Um toque suave.
O pequeno selinho logo se transforma em um beijo. Um beijo tão doce quanto o garoto.
O beijo ia fluindo com o passar do tempo, até nos afastarmos um do outro.
Nos olhamos por dois longos segundos até alguém ter a coragem de acabar com aquele silêncio inquietante que preenchia o cômodo.
Hs- acho que... - ele para sua frase no meio e se afasta de mim, sentando logo à minha frente.
Sento e o olho com um pequeno sorriso em meu rosto.
Sn- acho que eu sou realmente o seu tipo ideal - solto uma risada, obrigando o mesmo a rir comigo.