Waiting For Us - Yungi

Capítulo XXXV

O observo sem saber o que dizer.

     - Você acabou de me dar um presente e sai assim do nada?? - Levanta seu tronco e me encara.

     - E daí? - Desvio dele e continuo a andar.

     - Ei, calma aí - Segura em minha mão me fazendo parar.- Você nem me deixou falar nada.

    - O que? Não quer o chaveiro? Tudo bem, você não precisa ficar com ele.- Tento tirar o chaveiro de sua mão mas ele se afasta.

     - E por que eu recusaria? - pergunta sorrindo.

    - Não sei, você não estava aceitando nem o meu obrigado - digo o relembrando de antes.

    - Eu não vou recusar um presente que eu amei - responde sorrindo.- Agora sou eu é que te agradeço, muito obrigado.- Era um outro tipo de sorriso, soava como algo... tímido... ou envergonhado.- Eu vou guardar com muito carinho, afinal foi um presente do meu amigo.

     - Tsk - tal animação me fez soltar um pequeno sorriso. Olho para outro lado para disfarçar, mas sou pego de surpresa por um Yunho vindo na minha direção e me abraçando.- Ei, o que você tá fazendo?! -pergunto tentando afasta-lo, mas sem resultado.

     - Fica quieto, eu tô te agradecendo pelo presente - fala chamando minha atenção.

Uma sensação de desespero começa a tomar conta de mim, eu não devia estar tão perto dele assim, não depois do sonho que tive. Meus braços estavam caídos na lateral do meu corpo, enquanto os seus estão em volta do meu tronco, fico paralisado sem saber como reagir, eu não era uma pessoa de ficar abraçando, a única pessoa que eu abraçava era minha mãe, ele me pegou totalmente de surpresa. Em um pequeno momento de impulso, sinto meus braços se levantando lentamente para devolver o abraço, mas paro no meio do caminho, não poderia fazer isso, então abaixo os braços ficando parado novamente.

Aquela bendita sensação estranha que eu tinha sempre que ele fazia essas coisas estava de volta, eu não sabia explicar o que era isso, mas não era nem um pouco ruim. O calor do seu corpo perto do meu era quase que reconfortante, era quase como a sensação que eu tinha quando abraçava minha mãe, mas um pouco diferente, por um momento me peguei pensando em como era bom isso, esse calor, o que acabou me assustando e fazendo com que eu o empurrasse bruscamente o separando de mim, tirando o calor do seu corpo e trazendo o frio novamente.

     - Acho que já deu pra você agradecer - digo seco desviando o olhar.

     - Deu sim...- me responde calmo, mas percebo um tom diferente em sua voz, levo os olhos em sua direção e noto que ele olhava para o chão com as sobrancelhas franzidas como se estivesse pensando em algo.

    - Eu vou embora - limpo minha garganta e começando a andar.

    - Espera - Se vira na minha direção.- Eu ia conversar com você pra gente fazer algo amanhã com a sua mãe.

    - O que? - pergunto curioso.

    - Sei lá, e se a gente fizer um piquenique igual a gente fez aquele dia?

Até que era uma boa ideia.

    - Pode ser, acho que ela vai gostar - concordo.

    - Então combinado, deixa comigo que eu preparo tudo - fala animado.

    - Tem certeza? Eu posso ajudar.

    - Tenho, amanhã eu passo no quarto pra buscar vocês.

     - Tá.