Capítulo VII

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  - Tem certeza que você não quer que eu vá junto?-pergunta minha mãe pela décima vez.

    - Tenho, eu posso ir sozinho.

    - Se quer ir sozinho, tudo bem, eu vou ficar esperando você voltar.-disse me dando um beijo na bochecha.

    - Tá.

Me despeço dela e saio do quarto indo em direção à sala onde eles estavam fazendo a campanha de doação de sangue. Noona tinha passado no quarto um pouco antes para garantir que eu tinha me alimentado bem e me hidratado, ela também disse que eles irão me fazer algumas perguntas para que eu possa fazer a doação.

Caminho lentamente pelo corredor sem muita pressa, apenas observando os detalhes do corredor. Esse hospital é bem grande e tem uma arquitetura muito bonita, havia vários posters com frases motivacionais nas paredes, e vasos com plantas espalhados, parece que tinham feito tudo meticulosamente pensando no conforto dos pacientes, o que era muito bom. Fico muito aliviado por minha mãe estar sendo tratada aqui, ela merece o melhor, por falar nela, lembro de sua insistência em querer vir comigo, não entendo o motivo disso, parece até que estava achando que eu ia ficar com medo.

    - Puff, até parece.-penso alto. Entro no elevador para ir até o andar que ficava a sala.

[...]

Ao sair do elevador, avisto de longe uma pessoa que eu gostaria que não estivesse se tornando familiar.

     - Amigo...? OI.-grita do outro lado do corredor chamando atenção das pessoas que estavam ao redor.

     - Pelo amor de Deus.- me aproximo dele para que parasse de gritar.- Pode não chamar tanta atenção assim, por favor? - junto minhas sobrancelhas pelo estresse.

    - Desculpa, eu não percebi que gritei.-disse envergonhado passando a mão em sua nuca.

    - Nem me espanta vindo de você.-digo enfiando a mão no bolso. - Toma isso aqui logo.

    - Hã?- desce seu olhar de cara de ponto de interrogação para minha mão e olhou para seu item ridiculamente perdido.- Ah! É o meu cartão.- disse espantado e sorrindo.

    - Não, é mesmo? Tsk. Vê se toma mais cuidado da próxima vez, uma pessoa mal caráter pode encontrar ele ao invés de mim.

    - Ainda bem que foi você que encontrou! Pode deixar que eu vou te pagar outro café por isso... Não, na verdade eu compro o que você quiser lá da lanchonete, ou a gente pode sair-

    - Não precisa de nada disso.

    - Por que não? É uma gentileza por você ter feito essa gentileza por mim.

    - Não foi nenhuma gentileza, eu só pensei que se fosse comigo, gostaria que me devolvesse também... Mas se bem que eu não sou nenhum desatentado como você.

    - Por mim foi gentileza sim, porque você poderia muito bem ter deixado com a atendente pra ela me devolver, já que uma hora eu iria perceber que perdi e com certeza lá seria o primeiro lugar que eu passaria para procurar.

Droga... ele tem razão, eu deveria ter feito isso.

    - Eu não pensei nessa possibilidade na hora, da próxima pode deixar que eu faço.

    - Então da próxima eu não te pago um café, mas dessa eu pago.-disse sorrindo por sua vitória.- Aonde você está indo?

    - Acho que não é da sua conta.

    - Pra que essa ignorância? Você é meu amigo.

    - Você é meu amigo, mas eu não sou seu, eu nunca concordei com isso.

Waiting For Us - Yungi Onde histórias criam vida. Descubra agora