Waiting For Us - Yungi

Capítulo XLVII

Feliz aniversário para o nosso Pinky Princess Mingi 🎉♥️

Me pergunto o quão desligado eu sou. Como não pude notar uma coisa tão grave assim? Como eu pude ser tão cego? Depois de tudo o que ele fez por mim. Na verdade, eu nunca percebo as coisas. Eu não percebi sobre a minha mãe, não vi que ela estava fingindo estar bem, e eu não percebi que Jeong Yunho era um suicida.

Ele esteve ao meu lado por todo esse tempo e eu não percebi nada. Talvez eu seja um egoísta que só pensa em si mesmo, na minha dor, e esqueço que as pessoas ao meu redor também sentem dor, que também são humanos. E isso faz eu finalmente me dar conta que eu não sei quase nada sobre ele, provavelmente ele sabe mais coisas de mim do que eu dele.

Eu sou mesmo um péssimo amigo, eu nunca demonstrei interesse em saber sobre a vida dele, era sempre ele que perguntava sobre a minha vida, talvez tenha sido aí o meu erro, se eu tivesse perguntado mais sobre ele, quem sabe eu não teria descoberto antes. Eu sou mesmo patético, como eu posso dizer que gosto dele se eu nem mesmo o conheço direito? O quão ridículo eu sou?

Além de eu não saber sobre ele estar mal, eu ainda piorei tudo o beijando. Me fez sentir ainda mais idiota quando Noona me disse que ele havia tido uma recaída depois do nosso beijo, eu fiz isso com ele... eu o deixei mal novamente.

Eu sou um idiota.

Talvez seja melhor eu me manter longe dele para não deixá-lo ainda pior, mas como eu faço isso? Como eu faço para controlar essa vontade que eu tenho agora de ir até ele e abraçá-lo? Como eu faço para controlar o meu coração tolo que dói pela falta dele?

Eu estou exausto dessa angústia, de não saber o que fazer. Meu corpo está dividido entre a razão e a emoção, e eu não sei qual direção seguir, qual seria o certo a se fazer? Eu não sei... mas no fundo de mim, uma voz grita mandando eu ir atrás dele.

Meu peito dói, mas não parece ser uma dor física, é uma dor mais profunda, que nenhum remédio seria capaz de curar. Um sentimento de impotência habita em mim, afinal, as duas pessoas de que eu mais gosto no mundo estão mal, e eu não posso fazer nada, não há como eu curar Yujin, e eu não posso ajudar o Yunho se a minha presença só piora as coisas.

Sinto uma lágrima solitária descer pela minha bochecha. Um gosto amargo predomina em minha boca. Abaixo a cabeça, soltando um suspiro em seguida. Preciso voltar para o quarto, já que faz tempo demais que eu saí, mas não quero que minha mãe me veja assim, só deixaria ela ainda mais preocupada, e eu não quero isso, preciso me acalmar primeiro.

Me levanto da cadeira em que estou sentado e sigo em direção ao meu "refúgio", um pouco de ar irá me ajudar. Saio do elevador e caminho preguiçosamente até o jardim, faço o trajeto distraído olhando para o chão, mas conforme vou caminhando, algo parece chamar minha atenção para que eu o olhe. Levanto a cabeça e o vejo parado em frente à beirada do jardim, a princípio penso estar alucinando, mas quando ele olha em minha direção, percebo que não era uma alucinação e sim ele de verdade.

A emoção fala mais alto e, sem pensar duas vezes, vou em sua direção, tomando-o em meus braços. Espero pelo momento em que ele irá me afastar, mas isso não acontece, ao invés disso, ele retribui.

     -  Me desculpa, eu não sabia, me desculpa - digo o apertando.

     - Você...? Quem te contou? - sua voz está cansada.

     - Noona - digo o soltando para poder olhar em seu rosto.- Por que você não disse nada? E mentiu que estava aqui por causa de gripe?? - questiono o olhando triste.

    - Porque... eu não queria que você me olhasse como os outros me olham - confessa me olhando.- Eu não queria que você me olhasse exatamente como você está me olhando agora.