Capítulo XXXVI

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As pessoas costumam dizer que depois da tempestade sempre vem um arco-íris, elas se apegam a isso com todas as forças quando estão passando por um momento ruim, essa promessa acaba fazendo com que elas não desistam e continuem aguentando até alcançar o tão sonhado arco-íris. E isso nos faz esquecer que às vezes o arco-íris pode vir antes da tempestade, nos fazendo ter a certeza de que tudo estará bem para aí sim chegar a tormenta e destruir tudo o que construímos.

A manhã havia sido boa, Yujin acordou bem humorada, o acontecido de ontem ainda era um ótimo assunto para ela, nosso piquenique realmente foi uma excelente ideia, e eu não estava muito diferente dela, sua alegria que me contagiava me trouxe esperança de que tudo ficaria bem, de que essa era somente uma fase desafiadora. Ela me fez prometer que a gente repetiria isso, e é claro, com o Yunho. Eu prometi, como sempre, eu faria qualquer coisa para vê-la feliz, qualquer coisa.

- Onde será que o Yunho está? - pergunta ansiosa.

- Deve estar por aí conversando com alguém, igual a senhora faz - dou de ombros.

Após minha própria fala, minha mente vagueia para ontem. Me recordo do abraço, de como foi "fácil" fazer isso, se fosse a um tempo atrás eu jamais faria isso, mas ontem eu simplesmente fiz, e foi bom.

- Eu queria agradece-lo mais uma vez por ontem - diz se virando na minha direção.- Por que você está sorrindo? - me interroga com um sorriso divertido.

- Que? E-eu não estou sorrindo - levo a mão até a boca. Eu estava sorrindo??

- Você estava sorrindo sim... Aconteceu alguma coisa que você não me contou? - pergunta curiosa. É claro que ela iria perceber isso, eu ando agindo estranho ultimamente! Eu mesmo estou me delatando... Não sei se devo contar para ela sobre o abraço, porque foi só um simples abraço.- Eu sei que aconteceu alguma coisa, pode me contar - Se senta ao meu lado no sofá.

Não é nada demais, e ela é minha mãe.

- Eu abracei o Yunho ontem - mesmo sendo algo comum entre amigos, desvio o olhar ao falar.

- Você abraçou ele? E você gostou? Se gostou deveria fazer mais isso, receber e dar um abraço é sempre muito bom, e se agora você tem um amigo, você poderia fazer isso com frequência.- Abraçar ele com frequência...?- Mingi... você... gosta do Yunho?

Olho para ela sem reação.

- O que a senhora...- Eu gostar do Yunho? Gostar dele...?- Tsk, eu gosto dele, é claro, ele é meu amigo! E ele já me ajudou várias vezes, e ele gosta muito da senhora também!

- Você sorriu outra vez quando eu disse que você poderia fazer isso com frequência.

- Eu sorri??

- E se... ele pra você... for mais que um amigo?

- A-a senhora acordou bem ousada hoje, não é? - deixo um riso perplexo sair de mim.

- Mingi, eu estou falando sério, filho, você gosta do Yunho?

Ela segura em minha mão, não gosto disso, soa como um reconforto. Balanço a cabeça negativamente desaprovando o que está pensando. Como eu posso gostar dele? Ele só me faz passar raiva, faz o que quiser comigo, me deixa em perigo com suas ideias mirabolantes de diversão, sorri daquele jeito que eu odeio, me faz sentir uma queimação no peito, ele...

- Eu não sei...

Ela sorri concordando com a cabeça e abaixa o olhar. O que está acontecendo comigo...?

- Está tudo bem.- sorri.- Não precisa ter vergonha do que está aí dentro do seu peito.

- Mas... eu não sei o que está aqui dentro.

Waiting For Us - Yungi Onde histórias criam vida. Descubra agora