Waiting For Us - Yungi

Capítulo XLIV

Dizer que eu não vou fazer nada é fácil, o difícil é cumprir isso. Apesar de ter dito que guardaria isso pra mim, essa tarefa não está sendo nada fácil, eu sempre fui muito bom em guardar o que sentia, me escondendo atrás da minha carranca séria e não deixando que ninguém visse como eu estava me sentindo realmente. Mas por algum motivo isso não está acontecendo agora, meus olhos traidores se direcionam para a porta a todo instante, esperando pelo momento em que ele voltará a passar por ela.

E sem querer, estou contando as horas desde  que ele saiu daqui, já faz um tempo, por que ele ainda não voltou...? Teria algo acontecido com ele? Não posso deixar de pensar no pesadelo que ele parecia estar tendo quando dormia... Agora me pergunto se eu deveria ter perguntado sobre isso para ele quando acordou... Mas poderia ter sido invasivo demais... Com certeza teria sido invasivo.

Talvez ele tenha voltado a dormir no seu quarto, ou esteja conversando com alguém, por isso não apareceu ainda... Mas e se... e se alguém estiver confrontando ele sobre o fato dele ter saído do quarto ontem à noite?? Não, para de pensar assim, Mingi... Ele vai aparecer, só tenha calma... Calma?? Não! Eu preciso parar de ficar pensando nele, eu disse que não faria nada, então o que eu estou fazendo pensando nele?? Eu não posso fazer mais isso, preciso afastar esse sentimento.

    - Ele é meu amigo, ele é meu amigo - repito como uma espécie de mantra. Porém não parece adiantar, eu ainda estou pensando nele, relembrando flashs de ontem, daquele sorriso que ele deu enquanto ouvia a música.

Droga, droga, droga.

Que droga está acontecendo com você, Song Mingi? Se controla! Desde quando você é tão fraco assim? Eu preciso parar com isso agora! Afastar esse sentimento é a melhor opção, mantê-lo o mais fundo que eu puder dentro de mim, não deixar que ele saia para fora, ou faça algo imprudente... Eu não posso deixar que ele me controle.

      - Mingi, dá para ouvir os seus pensamentos daqui - Yujin sorri parada na minha frente.

      - O quê?? - pergunto assustado. Eu estou falando alto e não percebi??

      - Você não precisa nem falar para entender no que você está pensando aí com tanto fervor - diz como se tivesse escutado meus pensamentos.

      - Eu... eu...

      - Sua mente está um turbilhão, não é? -questiona. Aceno com a cabeça como resposta.- Imaginei mesmo - diz pegando em minha mão. - Eu entendo você estar assim, afinal é algo novo pra você, você está vivenciando uma experiência totalmente nova e é compreensível você estar desse jeito, ainda mais por ele ser seu amigo.

      - Eu estou tentando afastar isso que eu estou sentindo, mas é muito difícil - confesso.

      - É claro que vai ser difícil, meu filho, o amor não é algo que a gente consiga afastar assim tão facilmente, você não pode simplesmente decidir que vai parar de gostar da pessoa, isso leva tempo, e às vezes, mesmo que você tente muito, ele não desaparece.

     - E o que eu faço se ele não passar? -pergunto preocupado. Eu não posso continuar com esse sentimento.

     - Você o aceita, se ele for forte o suficiente para continuar mesmo que você o afaste, é porque ele é verdadeiro - fala simplesmente com um sorriso doce.

Não, eu não posso aceitar, eu vou conseguir afastar esse sentimento!

Como se para testar o que eu acabei de pensar, Yunho acaba finalmente passando pela porta, e pra piorar, ele está usando o moletom que eu havia emprestado. 

     - Você já acordou - diz sorrindo, praticamente correndo até a cama e abraçando Yujin.

      - Oi, meu bem - diz Yujin retribuindo o abraço.