04 ♡

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AYMEE ♡

Almocei com a tia Heedo e logo em seguida ela havia me deixado em casa, e de lei me joguei no sofá e chorei. Chorei pelo chifre, chorei de saudades de uma pessoa que nunca mais verei (minha mãe), chorei por ter sido grossa com o Hoseok e até mesmo chorei de saudades da nossa infância; eu sentia saudades do que éramos, das nossas brincadeiras, fazíamos tudo juntos... não me lembro em que parte da nossa história nos perdemos. Ou talvez seja só o ciclo natural da vida, nós crescemos, a personalidade muda e a vida é obrigada a seguir.

Só sei que peguei no sono naquele sofá e dormi a tarde toda que Deus deu, acordei assustada com um barulho de trovão.

Sempre que chovia, eu tinha um caos dentro de mim mesma que era como se a chuva fossem minhas lágrimas e o trovão a minha dor. Desde pequena sou assim, mas eu tinha minha mãe pra me abraçar, dormir comigo e me acalentar, já hoje não tenho ninguém... então sempre que chove, eu amanheço acordada sem ter pregado os olhos numa saudade surreal. Inclusive na noite que minha mãe se foi, estava uma chuva forte acompanhada de raios e trovões, se eu já tinha um medo pré instalado, agora eu tinha pra mim que foram eles que ajudaram a tirá-la de mim e me deixaram sozinha nesse mundo, sem minha mãe. Era comum em noites de inverno eu adoecer e passar mal devido ao sono mal dormido ou até mesmo inexistente, e aparentemente hoje não seria diferente.

Enquanto as gotas de água da chuva batiam com força na janela da minha sala, eu olhava a mesma enquanto estava deitada sobre o sofá e o clarão que surgia no céu; logo em seguida se dava o barulho ensurdecedor que me fazia gritar. Eu estava tendo um ataque de pânico e a única coisa que eu podia fazer era me encolher ali no sofá em posição fetal, abraçar minhas pernas e chorar.

HOSEOK ♡

Que se dane a porra toda. Vou atrás da Aymee pelo menos pra ver se ela está bem. Peguei o carro da minha mãe escondido e fui até o condomínio da Ay, sendo que por já ser conhecido dali, não tive dificuldade alguma de passar pela recepção e subir até o seu andar. Quando cheguei na porta do apartamento da Ay, ergui minha mão para tocar a campainha, mas nesse meio tempo ouvi um grito, era ela.

Que se foda se for invasão de privacidade, mas acabei digitando na maçaneta eletrônica a senha da Aymee que era o aniversário da minha mãe e entrei. Na verdade, todas as senhas dela é a mesma.

- AYYY! - Me deparei com ela encolhida no sofá chorando desesperada. Olhei para frente e notei a janela aberta com a chuva batendo forte ali acompanhado aos raios e sons de trovão, e logo pensei: " Que merda, é verdade! Ela ainda tem medo de tempestades!". A resposta estava bem na minha frente.

Fui até a janela e fechei a mesma com a cortina, mesmo se não fosse adiantar muito, era alguma coisa. Me aproximei do sofá e me sentei no mesmo tentando puxar a Ay para meu colo.

- Ay, vem cá... eu tô aqui. - Ela se moveu lentamente enquanto eu ajeitava em meu colo a deixando sentada sobre o mesmo virada de frente para mim. Eu envolvi um dos meus braços em sua cintura e a apertei contra mim e minha mão livre espalmei na parte posterior da cabeça dela e ela escondeu seu rosto em meu pescoço e me abraçou forte.

- H-h-h-oseok, m-m-me d-d-desculpa.

- Ay, pelo amor de Deus, você não tem que se desculpar de nada! - Ela foi movendo a cabeça dela e deixou seu rosto em frente ao meu, ela soluçou e com isso direcionou seus olhos nos meus e nesse meio tempo eu acariciei seus cabelos. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, mesmo com a luz baixa do ambiente, eu podia ver e admirar cada detalhe do rosto lindo da Aymee mesmo com a feição de choro que ali havia. Eu queria cuidar dela.

- Eu te empurrei... você caiu da cama, e...

- Nem esquenta com isso, já fiz coisa pior contigo. - Ri sem graça e levei ambas as minhas mãos até o rosto dela e o acariciei com meus dedos polegares enquanto olhava em seus olhos.

BABÁ | BTS | HOSEOKOnde histórias criam vida. Descubra agora