Capítulo 11 - Vulnerable

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Alfonso obviamente se alarmou quando viu Anahí chegando naquele estado, ainda mais quando notou o corte aberto na testa dela, o sangue que antes não costumava assustá-lo por estar verdadeiramente acostumado, tratando de acionar uma parte do cérebro dele que o impulsionou a ir atendê-la. Não era um corte tão profundo, aparentemente uma sutura simples poderia resolver, um residente poderia facilmente ficar encarregado por atendê-la, mas Alfonso fez questão de ele mesmo o fazer.

— Hey, o que aconteceu? — a primeira reação dele foi a de perguntar, é claro, embora antes mesmo que Anahí pudesse respondê-lo, precisou lidar com as mãos dele guiando-a em direção a uma baia de emergência — Eu cuido dela — Alfonso dispensou a dupla de enfermeiros que avançou na direção deles. Anahí piscou duas vezes seguidas para descobrir que ele não falava diretamente com ela. — Certo, você está sangrando, nós vamos cuidar disso.

— Eu… Alfonso… Eu estou bem. — ela decretou, erguendo a mão para afastá-lo — Foi um acidente, nada grave.

— Um acidente? — Alfonso investigou, afastando as mãos dela. Não precisou de muito para observar a desordem dela. Além dos fios de cabelo alvoroçados, a roupa respingada com o próprio sangue, e os cacos de vidro em sua pele, Anahí tinha os olhos atônitos, e isso de imediato o preocupou.

— É, eu acabei batendo com o meu carro e… Ei, o que é isso?! — ela questionou em um silvo quando a luz forte invadiu sua visão.

— Estou examinando os seus sinais vitais — Alfonso respondeu quando ela fechou os olhos com força — Precisamos fazer uma tomografia. — ele decidiu, e apenas naquele momento permitiu que um dos enfermeiros pudesse avançar para auxiliá-lo.

— Mas eu estou bem…

Anahí tinha plena convicção do que dizia ao tentar convencer o homem parado diante dela, decidido a ignorá-la para continuar concentrado ao que fazia. Então antes que pudesse seguir em protesto, ela acabou sendo levada por um Alfonso pouco disposto a ser contrariado quanto ao que pretendia. Acabaram na sala de tomografia, Anahí sendo colocada em uma maca, tendo a pressão e pulsos aferidos, olhos novamente analisados para que seus sinais vitais pudessem ser checados, e quando deu por si, mãos enluvadas movendo-se no corte em sua testa.

— Nós vamos saber realmente se você está quando fizermos a tomografia — Alfonso repetiu, um tanto reticente enquanto finalizava a sutura.

— Tomografia? Quanto exagero — Anahí retrucou com uma careta que em partes estava expressa em seu rosto pela dor que sentia. Obviamente que Alfonso não precisava de muito para perceber. — Você é sempre assim com os seus pacientes?

— Apenas quando eles são assim como você.

— Assim como eu? — ela questionou e observou o meio sorriso presunçoso surgindo no canto dos lábios dele — Especifique, por favor?

— É, você é teimosa, o que me obriga a ser dessa maneira.

— Insistente? — Anahí alfinetou e Alfonso negou entre risos, embora não pudesse discordar de qualquer forma.

— Cauteloso. — ele corrigiu, finalizando a sutura para em seguida encará-la com um meio sorriso que fez os lábios de Anahí acabarem curvados da mesma maneira — Eu não posso deixá-la ir ainda, precisa ficar um tempo em observação. Você deveria ligar para alguém vir até aqui. Quer que eu faça isso?

— Quanto exagero, não é como se eu estivesse morrendo — ela negou entre risos, mas Alfonso não estava nem um pouco convencido.

— Você quase sofreu uma concussão.

— Quase — Anahí murmurou a palavra — Eu estou bem, é sério. Foi um acidente, culpa minha que estava distraída.

— Você é sempre teimosa assim? — Alfonso estreitou os olhos ao proferir a pergunta.

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