algo

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Eu nasci para ser algo.
O que eu poderia ser?
Eu poderia ser o vento, que é totalmente invisível mas muda tudo.
Mas não mudo nada.
Eles nem sequer conseguem me enxergar.
Eu queria os atacar, e depois conseguir revidar.
Eles me matam aos poucos, você deve estar se perguntando, como me machucam se não me vêem?
Justamente por esse motivo, eles pisam em cima de mim, riem olhando para o nada (o nada sou eu, eu sou o nada.)
Eu não sou ninguém.
Eu não sou nem sequer um ser.
Sou de uma espécie desconhecida e única.
Ninguém nunca ouviu falar, ou quando ouviu não se deu ao trabalho de escutar.
Não sei por que estou aqui.
Não sei por que vivo aqui.
Não sei por que ainda vivo.
Eu observo todos de longe, de muito longe.
Sinto como se não estivesse no mesmo mundo que eles.
Não me encaixo aqui.
Não me encaixo em lugar algum.
Sou a peça sem par do quebra cabeça.
Eu não sei se quero morrer.
Não sei se quero viver.
Talvez eu queira florescer.
Como uma rosa cheia de espinhos a única fechada no seu jardim.
A última a realmente viver.
A utilma a realmente nascer.

a mente de um poetaOnde histórias criam vida. Descubra agora