No way back home

Capítulo I: Sem volta.

A única coisa que passava em sua cabeça em aquele momento era:

"Sua idiota! Idiota! Era uma armadilha! Você sabia disso! Eu te odeio! Eu te odeio!! Todos! Todos! Malditos sejam! Que queimem no inferno! Vou matar vocês! Vingarei a vida dela! Vingarei! Matarei cada um,  os procurarei até no mais sombrio lugar do inferno!"

Pensara a pobre garota após voltar ao bordel, que agora era engolido por chamas. Lágrimas de ódio e tristeza após perder sua preciosa mãe em tal massacre.

Anteriormente, no mesmo dia, sua mãe havia a dado a ordem de ir comprar novas roupas para a garota;

– "Querida, como cresceu! Tome, pegue este trocado e compre dois novos vestidos para você, dos mais bonitos, como merece." – disse sua mãe, antes de guiá-la para fora do bordel entregando-a $200,00.

– "Mas mãe, eu-''

– "Não reclame, demore o quanto puder. Não se preocupe com a mamãe, tá bom?" – retrucou a mãe, antes de fechar a porta do bordel.

Lous se virou e foi à caminho da cidade, porém quando retornou, se deparou com dez guardas a cavalo, vestidos com as vestes de cada império, representando-os, ateando fogo ao bordel, com o que parecia um rei ao longe, observando com um sorriso de satisfação em seu rosto. Aquilo encheu o seu coração de puro ódio, porém antes de reagir, ouviu um grito desesperado de sua mãe, agora sucumbindo em chamas:

– "Lous! Corra! Corra o mais rápido que puder! Eles descobriram! Descobriram que você herda o poder dele! Corra! Corr-" – Exclamou a mãe, agonizando, após sucumbir ao poderoso fogo.

Lous olhou ás suas mãos, pôde sentir a sensação de estarem queimando de ódio, respirou e se virou para correr. E correu o mais rápido que pôde, jurando que mataria todos que mataram sua preciosa e frágil mãe. Quando se certificou que estava longe o suficiente, parou em uma barraca de mercadoria e suplicou por ajuda, uma família a abrigou até a manhã do dia seguinte.

Lous cortou seu cabelo durante a noite, seus longos cabelos que sua mãe uma vez tanto se orgulhava, estavam agora cortados, no chão. Lous raspou a lateral esquerda, logo acima de seu ouvido. Lous olhou com indiferença aos cabelos agora no chão. A menina permaneceu acordada a noite toda, colocando toda a culpa em seus ombros, seus olhos expressavam um semblante de puro arrependimento, uma rara expressão, quase nunca revelada pela garota.

Assim que viu o sol começar a raiar, Lous pegou suas coisas e saiu da casa. A menina perguntou à anfitriã o quê sabia sobre o rei, e a anfitrã a respondeu:

– "Uma pessoa de coração sujo, que procura continuar seu legado de ódio. Desde que descobriu que havia uma filha ilegítima que herdava seus poderes, há 14 anos atrás, não deixou de procurar por um dia sequer. Tome cuidado, o mundo lá fora pode ser cruel."

A menina acenou com a cabeça e deixou o estabelecimento. Lous então, começou a bolar um plano enquanto andava pela cidade procurando algo para comer, quando alguém esbarrou nela, a menina sem paciência exclamou:

– "Olha por onde anda, imbecil!" – gritou enquanto se virava para olhar para o sujeito.