Capítulo V: Confusão.

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Capítulo V: Confusão.

– “É sério que a gente não vai falar sobre nada do que aconteceu? Em alguns minutos estávamos todos mortos, e agora a gente literalmente acabou de receber poderes e vai matar o seu pai, Lous! Isso é total loucura!” – Disse enquanto checava se seu pescoço ainda não estava cortado.

– “Pois é, Lous!” – Disse Umi – “Como assim? Sério, a gente precisa de limites.” – Umi se virou para Amejitsudo para conferir se ela estava bem.

– “Vocês falam como se a Lous soubesse, né? Vamos cortar esse barato e só continuar a vida como se nada tivesse acontecido e entrar logo nessa cidade. A gente tem negócios a fazer.” – Disse Amejitsudo, já incomodada com o cheiro de bebida que vinha daquela cidade, e com a atenção “exagerada” que Umi estava a dando.

– “Rio.” – O tom de voz de Lous soava impaciente… – “Quero que você saiba que estou muito decepcionada com você. Quando eu disser que não é pra fazer algo, ou pra fazer, você não vai me contrariar. Agora para de besteira e vamos logo pra essa merreca de “In n’ Out”. Que saco.” 

Lous foi à frente de todos e entrou na cidade, Rio pôde jurar que as pupilas de estrela nos olhos de Lous agora tinham 10 pontas. Com um suspiro e pouco esforço, Umi abriu os portões de uma lojinha de tralhas, para procurar lentes para Lous não ser desmascarada, a loja tinha um cheiro de guardado, as paredes de madeira da loja, já úmidas e tinham um pouco de mofo. Compraram uma lente castanha escura, chegando muito perto do tom de seu cabelo, e a pôs. Foram então à procura do bordel mencionado pelo que sei lá houvera se apresentado como Zeus à eles. Logo encontraram um bordel um tanto escuro, visualmente pouco visitado. Lous entrou primeiro e se deparou com um homem, que parecia ter quase dois metros de altura, de cabelos brancos, porém não grisalhos, o que não indicava velhice, olhos prateados como o metal usado em pole para danças, roupas um tanto amassadas e de estilo old money, onde apenas sua gravata cinza-escuro dava um pequeno contraste em suas vestes totalmente escuras. Lous também não deixou de notar um estranho volume em suas calças, que pareciam por pouco não fechar, porém não achou muito incomum pois muitos outros homens que frequentavam o seu antigo bordel entupiam as calças de tecido para parecer estupidamente “com mais volume”. O homem, com voz um tanto rouca, finalmente se apresentou:

– “Boa tarde, não estão aqui para ver as dançarinas, certo?”

– “Não, definitivamente não.” – Disse rapidamente Umi.

– “Então o que querem?”

– “Somos voluntários. Eu sou Lous, 16 anos, legalmente maior de idade e liberada para trabalhar como dançarina. Faço pole e canto. E essa é Amejitsudo, 19 anos, também dançarina, porém usa de fitas para as performances e também canta. Esse é Rio, 17 anos, toca instrumentos e é ótimo para iluminação e matemática. E… tem o Umi. Ele é alfaiate, também 19 anos…” 

– “16, 19, 17, 19… Não preciso de alfaiate, por enquanto… Pole dance, você diz…”

– “É, pole dance.”

– “Com essas mãos em bandagens?”

– “Posso demonstrar se não acredita.”

– “Okay, aceito vocês. Podem subir e encontrar os quartos. Retornem pra cá quando acabarem, vou estabelecer as regras e pagamento. Quarto individual para cada, com abafamento de som.” – O homem entregou chaves para todos, porém a de Lous houvera ficado em suas mãos.

Todos foram subindo…

– “Lous, você fica.” 

Lous se  virou e foi em direção ao homem, sem nem ao menos olhar para Rio. Não era de hoje que Rio não concordava nem um pouco com a ideia de Lous ser dançarina, então estava emburrado. O homem falou quando viu que só tinha ele e Lous no andar de baixo. E disse:

– “Suponho que foi mandada aqui, certo?”

– “Sim, Boris. Eu sei quem você é. Me entrega a minha chave logo.”

– “Olha, não é porque eu não comprei sua mãe antes que eu sou uma pessoa horrível, sabe?”

– “Se você tivesse comprado ela, talvez ela não tivesse virado pó.”

– “Você vai realmente guardar rancor?”

– “Boris, não começa.” – Disse uma voz feminina…

Lous então já havia captado quem seria, era Celestia, a melhor amiga de Lous, irmã de Boris.

– “Celestia, volta.” – Disse Boris irritado, pois Celestia já estava abraçando Lous – “São negócios.”

– “Tá bom… Lous, quero ver você dançar depois, hein?” – Disse a menina de cabelos curtos, brancos como os de Boris e olhos prateados.

Lous balançou a cabeça e Celestia subiu para o andar de cima.

– “Lous.”

Lous voltou sua atenção para Boris e fechou a cara

– “O pagamento é 50/50.” – Boris entregou a chave para Lous, cujo quarto era o 17, e uma outra chave – “Essa outra chave você sabe pra onde é.”

Lous balançou a cabeça e se virou para subir as escadas.

– “Boris, não é porque você tem uma certa vantagem que o mundo gira em torno dela. ‘In n’ Out’ sério?” 

Boris riu e Lous foi para o seu quarto, antes de ser interrompida por estranhos barulhos vindo do quarto 6. Lous aumentou a frequência de seus passos e foi para o seu quarto, abriu a porta e foi recebida por roupas e uma cama não tão empoeirada, entrou no quarto, e trancou a porta. Abriu a janela, respirou um pouco daquele ar que cheirava a podridão, bebidas e fumo. Aquela era sua vida agora, e deveria ser rápida para encontrar seu pai. Sentou em sua cama e trocou as suas vestes; pôs uma vestimenta confortável.  

No way back homeOnde histórias criam vida. Descubra agora