Eu clamei por você

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Há alguns dias eu estava trabalhando no pub que herdei dos meus pais. Demônios sempre foram uma realidade pra mim, eles sempre foram presentes. Mas depois que Taehyung e JungKook apareceram no The Moonz, parece que minha vida virou de cabeça para baixo.

Em uma semana eu descobri que era a âncora que iria manter nossos mundos em segurança e agora, como se não bastasse, eu posso ser tão poderosa quanto eles. Isso não faz nenhum sentido.

Como eu, uma simples barista, poderia ser o motivo da salvação de não apenas um, mas dois mundos.

Tem duas semanas desde que descobri que sou uma Transcendente, Yoongi e Jin decidiram não contar para mais ninguém. Segundo eles era muito perigoso e queriam me proteger, e pra ser bem sincera, eu preciso entender como tudo isso funciona.

Falta apenas alguns dias para que eu vá para a casa do próximo pecado. Eu pensei com muito cuidado quem seria o próximo, preciso pensar estrategicamente agora. Desde a última missão, apenas Jin me ajudou e em seguida tive alguns treinos com o Yoongi.

Eles queriam saber como funcionava os meus poderes e quais gatilhos o despertavam. Foi a semana mais cansativa da minha vida. Os meninos não me deram uma pausa, e nós ainda não descobrimos como ele funciona.

E em relação ao Taehyung, ele não tem falado comigo. Chega em casa e vai direto para o quarto e quando estou próxima ele finge que não me vê. Seu orgulho me irrita, ele está me afastando e eu estou odiando viver dessa forma.

Ironia do destino ou não, ele é o pecado dele por completo. Jin me disse uma vez que ele estava se sentindo traído e eu achei que ele fosse mudar, achei que por algum motivo ele passaria por cima desse pecado e conversaria comigo. Ingenuidade a minha.

Neste momento estou indo para a cidade, Caladriel disse que tinha algo importante para conversar comigo. Pelo menos algumas coisas ainda estão normais, se posso dizer que alguma vez minha vida esteve normal.

Neste momento estou chegando próximo à casa dele, estaciono o carro e desço do mesmo. Aperto o segredo do carro e vou em direção a porta, dou duas batidas nela e em menos de alguns minutos Caladriel a abre.

— Que bom que chegou, entre. - diz ele, dando espaço para que eu entre.

— O que queria falar comigo com tanta urgência? - pergunto, curiosa.

Ele anda na frente e me guia até uma porta e eu o encaro franzindo o cenho. — O que pensa que está fazendo? - pergunto.

— Relaxa, é o laboratório. Ele está aí. - diz Caladriel.

Ele?

— O demônio que pegamos a algumas semanas atrás. - diz ele, percebendo a confusão em meu rosto.

— Conseguiu alguma coisa? - pergunto e logo em seguida ele abre a porta.

— Veja com seus próprios olhos. - diz ele, me dando espaço para passar. O laboratório é um espaço pequeno, cheios de potes de vidros e prateleiras com olhos e tudo o que vocês possam imaginar.

— Minha mãe me ajudou, eu sei que nós demoramos, mas foi por um bom motivo. - diz ele.

— Como posso ajudar? - pergunto, olhando para ele. Caladriel me leva por um corredor e quando me viro para sentar na poltrona, vejo o que restou do demônio. Ele estava decapitado,  irreconhecível. No lugar onde ficava seus olhos agora estão com um buraco, ele parece um boneco. Mórbido e assustador.

— Não tenha medo, ele não pode fazer nada com você. - diz Caladriel.

— Por que ele ainda está aqui? - pergunto me sentando na poltrona.

Os sete pecados capitais | BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora