Casa da Avareza

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Eu nunca fui uma criança medrosa, meus pais sempre me disseram que isso era uma qualidade minha. Homem do saco, bruxas, bicho papão eles nunca me assustaram, eu sempre fui fascinada por eles.

Toda vez que eles me contavam histórias assustadoras eu sempre queria saber o motivo daquilo. Por que eles fizeram isso? Por que o lobo mau era ruim? Por que isso? Por que aquilo? - Eu sempre quis entender o motivo das pessoas ruins, serem ruins.

Minha adolescência toda foi desmistificando contos, sendo a cética do grupo dos amigos, afinal, eu via coisas que outras pessoas não viam.

Até hoje, quando olhei no fundo de seus olhos, senti um frio subir pela espinha, e meus músculos ficaram tensos, como se estivessem prontos deixarem de funcionar. Minha respiração ficou curta e rápida, e minhas mãos começaram a suar. Minha mente foi invadida por pensamentos aterrorizantes, e era difícil pensar em outra coisa além da sensação de perigo iminente.

Como ele entrou aqui? Como chegou tão perto de mim? Como...

Ouço baterem na porta, uma batida desesperada e saio dos meus pensamentos. Me encaro no espelho e bato no meu rosto para tentar tirar a palidez que nele estava.

— Sophie? Você está bem? - pergunta Jimin, batendo novamente. — Foda-se, estou entrando. - diz ele, antes que eu pudesse responder.

Eu o encaro, sem dizer uma palavra. Até porquê, ele sabia que algo errado havia acontecido.

— Seu coração, consegui ouvi-lo da cozinha. O que aconteceu? - pergunta ele, me olhando preocupado.

— E-eu... um... - tento dizer, isso nunca havia acontecido antes. Eu não era uma mulher que se desesperava fácil. O que mudou dessa vez?

Jimin se aproxima cada vez mais e fecha o espaço entre nós dois, e quando estamos a centímetros um dos outro, ele me abraça. É um abraço forte e aconchegante, eu precisava disso. - Sem pensar duas vezes, o retribuo.

— Está tudo bem, você vai ficar bem. Eu estou aqui. - diz ele, acariciando minha cabeça.

Pode ser que a situação tenha saído do controle e eu não esteja mais segura em lugar algum. Pode ser que Selene tenha conseguido, de alguma forma, colocar alguém aqui dentro.

— Demônios, eles conseguem entrar aqui? - pergunto, imediatamente ele se afasta e me encara.

— Não, eu saberia se isso tivesse acontecido. - diz ele.

— Tem certeza? Nenhum tipo? - pergunto.

— Nenhum tipo.

— Tem algo de errado. Eu acabei de ver um, há segundos. Atrás de mim, bem aqui. - aponto o local marcado para que ele veja.

— Isso não é possível.

— É, é sim. Tem alguma coisa errada, precisamos descobrir o que é. Jimin, ele me encarou por vinte segundos e pareceram uma hora. - digo, com desespero na minha fala.

— Vem comigo. - diz ele e eu o sigo. Nós vamos em direção biblioteca dele e ela, Jimin pega alguns livros históricos e os coloca em cima da mesa.

Eu encaro aqueles livros. — O que é tudo isso? - pergunto.

— Nossas respostas. São livros que tem tudo o que sabemos sobre demônios, anjos, meios sangues e etc. Podemos descobrir o que está acontecendo aqui.

— Por onde começamos? - pergunto.

— Bom, primeiro você deve colocar uma roupa. - diz ele, apontando pra mim. E quando percebo, ainda estou enrolada na toalha.

Os sete pecados capitais | BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora