1° Ruby

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  Lalisa abraçava o próprio corpo, afinal, era uma noite fria e ventava muito. Ela tinha acabado de terminar seu trabalho na boate, trabalhava apenas como dançarina, até poderia ter pego um táxi e ir para casa, mas ela precisava caminhar para esclarecer seus pensamentos não muito confusos. 

Ela sabia que deveria parar de gostar tanto assim de Rosé, e tê-la em seus pensamentos não era muito agradável. 

 Faltava pouco para chegar em sua casa, entretanto, virou para outra direção após receber uma ligação da melhor amiga. Roseanne estava agoniada e pediu com urgência para Lalisa ir até ela. Foi isso que a tailandesa fez, não demorando quase nada para chegar e se surpreender com a rapidez da neozelandesa ao abrir a porta e puxar a mais nova para dentro.

- O quê foi? Tento te tirar do meu pensamento, mas você sempre impede. —Diz divertida.

 Park não respondeu, apenas levou a amiga para sala e caminhou até a caixa de papelão em cima do sofá. Ela pegou cuidadosamente o gato branco, como se fosse um bebê.

- Você tem que cuidar dela.

- Ãh? Você roubou esse gato e está me dando? Quero não, obrigada. Já fui presa uma vez e isso bastou...

- Não, Lisa. —Suspirou, indo até a Tailandesa. — Eu não posso ficar com ela, entendeu? Ela está doente, mas relaxa, já cuidei e está quase se recuperando. Você só precisa ficar algumas semanas com ela. 

- Por que? Pede para a sua namorada. —Fez carinho na cabeça do gato. 

- Não tem como, você sabe que ela odeia animais. Você vai ou não? Eu não quero abandoná-la, além disso, você sempre quis ter um gato.

- Ele já é adulto.

- Melhor ainda, uh? Não dará muito trabalho. —Tentou entregar o gato, mas Lisa afastou. — Por favor? 

- Me conta a verdade.

 Park respirou fundo, resolvendo sentar no sofá e ajeitou a bolinha de pelos em seu colo.

- Essa é a Ruby. A achei jogada no meio da estrada, na calçada, a bichinha estava tão fraquinha. 

- Nossa. —Se sentou ao seu lado. — Coitada.

- Faz três dias que peguei ela, como minha irmã é veterinária pedi ajuda de como cuidar e ainda bem que a Ruby conseguiu finalmente comer e está mais fortinha, mas ficou um dia só no soro. —Olhou o bichano. — Não quero deixá-la no abrigo, me sinto tão bem com ela.

- Pegue-a para você.

- Não posso, e você sabe que não gosto muito de gatinhos, por mais fofos que sejam.

- Rosé...

- Você é a única que conheço que sei que cuidará dela. Além disso, minha namorada não me deixaria ter um animalzinho, e falando a verdade, ela já acabou de discutir comigo por ainda estar com o bichinho.

- Tá, tá. Entendi. Eu fico com ela.

- Yaah! —Sorriu.— Eu te amo, Lisa!

- Ama tanto que negou o meu pedido de namoro.

- Sorry. —Ficou sem graça, ficando em pé. — Agora você já pode ir, imagino que esteja cansada. 

- Estou mesmo. —Levantou também. — Rosé, você comprará tudo que essa gatinha precisará, viu? Eu não vou gastar nenhum centavo.

- Pode deixar! 

Park colocou o gato quieto na caixa, que já tinha uma manta por baixo para o bichinho ficar confortável, então entregou a caixa para Lalisa.

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