11° Bônus

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   Bônus • Em nome do amor 

Parei o movimento da minha mão no ar após controlar a vontade de arranhar Jisoo, já que ela aplicou outra injeção em meu braço. Só restou choramingar, poderia passar anos, mas nunca vou me acostumar em ter meu corpo furado.

- Agora não tem como voltar atrás, irmã.

- Eu sei, dona. Será melhor me ter em forma de gato, assim ninguém poderá desconfiar.

  Jisoo beijou minha testa, indo guardar as coisas e jogar o algodão na lixeira. Completaria um ano que estamos juntas, e cada vez está difícil me esconder da sua família. Jisoo precisou se mudar para casa dos tios, mas sempre aparecia em sua antiga casa para cuidar de mim, já que precisei me esconder de qualquer pessoa. Apesar de tudo, Jisoo não confiava o bastante em seus parentes para contar sobre mim.

A casa não precisava ser vendida, afinal, Jisoo seria a dona ao completar a maioridade. Sempre que alguém aparecia com ela, eu corria pra debaixo da cama ou guarda roupa, era assustador. Sorte que não era sempre que ela chegava acompanhada. 

- Ultimamente você está me chamando muito assim, Jendeukie. Não sou sua dona.

- Agora serei um gatinho, preciso ter uma dona.

- Somos irmãs.

- Seja minha dona também, Chu.

- Só durante um tempo, tá? Mas não esqueça, jamais serei sua dona.

- Você é minha humana favorita. 

- Você também é minha humaninha favorita. 

- Gatinha.

- Jen, você é humana.

- Não, não. Sou gatinha. 

  Jisoo ficou em minha frente, e tudo que fez foi me puxar pela cintura para levantar e logo dei risada após ela me abraçar.

 Precisou de alguns meses para eu transformar em um gatinho lindo, e eu pude sentir o quanto isso deixou Jisoo sem tanta preocupação. Até pôde me levar para casa dos seus tios, os quais nunca desconfiaram de nada. 

 Óbvio que ela escondia várias coisas de mim, descobri dois anos depois a razão de realmente me querer em forma de gato. Havia pessoas atrás dela, as mesmas pessoas que me maltrataram naquele local frio. Jisoo chegou correndo na casa dos tios após seu turno no trabalho terminar, eu só pude observar cada movimento seu. Sua mochila encheu de livros, remédios e o único desenho que fiz para ela.

Ela me pegou em seus braços, abraçando meu corpinho e saiu correndo comigo até a garagem. Ela entrou em seu carro novo, havia ganhado no aniversário de dezessete anos, e jogou a mochila no banco de trás e me deixou com cuidado ao seu lado. Ela não respondeu aos meus miados.

Meu olhar fixou nela, não houve nenhum som saindo da sua boca. Foi assim por uma hora, até ela dizer com certa mágoa.

- Eles falaram com meus tios... Contaram sobre eu ter sequestrado algo valioso para eles, e isso é ir contra todas regras. Não sei se mostraram as filmagens, creio que não, mas meus tios concordaram que eles falassem comigo essa noite. 

 Encarei as mãos trêmulas dela, não era somente aquilo. Havia mais coisas, e novamente ela não contou o quê mais escutou. 

- Eu vou te deixar em um lugar, ok? Só preciso manter os livros e remédios longe deles, certamente vão vascular meu quarto e e irão na minha antiga casa. Não pode ter nada relacionado a você, Jendeukie. Irei voltar pra lá, enfrentar eles e mostrar que não roubei nada. Prometo que volto para te buscar, ok? 

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