Capítulo 8

131 7 1
                                    

Dulce Maria

Mordi o lábio, já me arrependendo de ter aceitado o convite. Mas como não era mulher de voltar atrás, dei um tchauzinho para ele e entrei.

Imediatamente larguei minha taça em cima da mesa, corri para o quarto e fui até o closet, olhando as araras e tentando decidir o que deveria usar. Se eu colocasse vestido, ele certamente pensaria que havia feito aquilo para facilitar as coisas. Bermuda jeans seria uma opção, mas era muito simples. Passei os dedos pelos cabides, numa indecisão que não condizia com a minha personalidade.

Então, uma parte minha que continuava pensando, disse àquela que estava sonhando acordada, que aquilo não era um encontro, de forma que não havia necessidade de se preocupar tanto com a roupa. Na mesma hora escolhi uma calça jeans rasgada e um cropped branco de algodão. Nos pés, coloquei um tênis branco da Adidas e me senti descolada e casual.

Estava terminando de passar um perfume bem suave, quando a campainha tocou. Peguei dinheiro, meu celular e fui atender. Paguei a pizza e voltei a fechar a porta, esperaria que o porteiro descesse antes de sair. Entretanto, o cheiro

delicioso que saía daquela caixa, me deixou em dúvida. Eu poderia cumprir a minha palavra e ir até a cobertura do bonitão, que estava tirando o meu sono, ou ficar no meu apartamento, comer aquela pizza toda e depois ir dormir... E ver o resultado disso depois de dois dias, quando fosse me pesar. Bom, talvez valesse a pena.

Por Deus, Dulce. Ele é apenas um homem!

Isso, apenas um homem. Tudo bem que ele fora agraciado com uma aparência que poucos homens tinham. Mas aquela era a minha chance de confirmar as minhas suspeitas de que ele possuía cérebro de ameba.

Foi com essa esperança que eu entrei no elevador e apertei o andar da cobertura. Assim que as portas se abriram, caminhei, pela segunda vez em poucos dias, até a enorme porta que se encontrava entreaberta, num convite tácito. Bati, mesmo assim.

— Pode entrar, Dulce, estou em uma ligação.

Ótimo, nem a porta ele atendeu. Menos um ponto!

Por que está considerando esse tipo de coisa, se não pretende ficar com ele?, os questionamentos da minha mente doentia, faziam todo o sentido.

Passei pela porta, dei alguns passos e parei. Desta vez o apartamento estava vazio e pude ver com clareza todos os detalhes.

A enorme sala era decorada em estilo nórdico, com muito branco e objetos neutros. O grande charme ficava por conta das paredes, que eram praticamente todas de vidro e exibiam uma vista panorâmica da cidade de Nova York. No outro extremo, ficava a sala de jantar, também enorme, conjugada com uma cozinha aberta. Ambas seguiam o mesmo estilo do restante da cobertura, moderno e clean.

Adentrei a sala, coloquei a caixa de pizza em cima da mesa de centro e fui até uma das paredes de vidro, apreciar a vista.

— Desculpe a demora, estava com o meu pai ao telefone.

Virei-me e encontrei Christopher abrindo a caixa de pizza e pegando uma fatia.

— Gostei do visual — ele falou, me fazendo sentir um calorzinho no peito.

Em seguida, ele ergueu sua fatia e me ofereceu. Aquilo pareceu tão simples, tão eu. Costumava comer pizza direto da caixa e fiquei surpresa por ele fazer o mesmo.

— Ah, claro.

Voltei à sala, abri a caixa e peguei um pedaço, mordendo em seguida.

— Belo apartamento — falei, quando ele foi à cozinha e abriu a geladeira, tirando de lá uma garrafa de Coca-Cola.

O CEO dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora