Capítulo 67

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Dulce Maria

Christopher disse que tomaria um café com meu pai então nos despedimos na minha sala e esperei alguns minutos para ir embora, não queria encontrar com eles no hall do edifício.

Desliguei meu computador e saí porta afora, mas quando estava na metade do corredor, meus passos foram interrompidos pelo som de um tiro e em seguida, uma algazarra se formou.

Corri até os elevadores e apertei os botões freneticamente, mas pareceu ter se passado uma eternidade até ele chegar, mas nada se comparou à descida, já que foi parando e pegando gente em todos os andares.

Durante todo esse tempo, tentei ligar para Christopher, mas caiu na caixa de mensagem e aquilo me deixou ainda mais preocupada, eu precisava saber se estava tudo bem.

As portas do elevador se abriram e eu saí apressada, chegando a empurrar algumas pessoas que estavam ao telefone. Através das paredes de vidro, percebi uma multidão de curiosos na calçada. Voltei a correr e fui me infiltrando entre elas, tentando saber o que estava acontecendo, mas no fundo, meu coração já estava me preparando.

Nunca me senti tão nauseada na vida e, quando consegui ultrapassar a última barreira e finalmente consegui visualizar o que estava acontecendo, meu corpo amoleceu e um grito ficou preso na minha garganta.

— Não... — falei, baixinho, e caí de joelhos ao lado do corpo de Christopher. — Não, meu amor, você, não.

Tudo virou um borrão, um zumbido tomou conta dos meus ouvidos eu não escutava mais nada nem ninguém eu só conseguia ver o corpo de Christopher esticado no chão, a camisa branca toda manchada de sangue e o rosto mais lindo que eu já vi, praticamente sem vida.

Inclinei-me sobre ele e comecei a beijar seu rosto, sentindo uma dor dilacerante tomando conta de mim; eu não estava preparada para perdê-lo, mas como pensar diferente? Era sangue demais e estava vindo de seu peito.

— Acorde, Christopher, pelo amor de Deus, não faça isso comigo.

Eu sabia que meu pai estava ao meu lado, pedindo para eu sair de cima dele, mas eu não conseguia, e só apenas os paramédicos chegaram foi que senti meu corpo sendo afastado do dele e as pessoas abrindo espaço.

— Desfibrilador, ele está sem batimentos.

Eu sabia exatamente o que essas palavras queriam dizer e meu desespero chegou a um nível tão grande que eu tive vontade de sair correndo e deixar tudo para trás eu não queria vê-lo morrer na minha frente. E só pedia que Deus tivesse misericórdia.

A camisa dele foi rasgada ao meio e eles começaram a reanimá-lo, a cada carga que o aparelho descarregava, todo o corpo dele balançava.

— Eu não vou aguentar, pai ele não pode morrer.

— Ele não vai, filha eu juro, Christopher é forte.

Os paramédicos já estavam na segunda tentativa e nada de Christopher voltar, só então me dei conta de que ele já estava morto, o coração dele não queria voltar, nós não jantaríamos juntos hoje à noite eu jamais saberia a surpresa que me faria, não teria mais noites de jantares na cobertura dele, nem viagens, nem nada. Eu não acordaria com aquele sorriso que iluminava a minha alma eu nunca mais o teria de volta. E o pior de tudo ele jamais poderia ter o tão sonhado filho comigo.

— Volte para mim, Christopher — pedi, aos gritos, desesperada, atraindo olhares dos curiosos, me aproximei de onde os paramédicos estavam e comecei a berrar. — Você me convidou para jantar hoje à noite, eu não lhe dou o direito de morrer, você não tem esse direito — continuei, sentindo o olhar de pena das pessoas eu estava com o vestido todo manchado de sangue e falando com uma pessoa praticamente morta.

O CEO dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora