Capítulo 60

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Christopher Uckermann

Eu estava muito ciente da briga que tinha arrumando com Fernando Saviñon, todos os nossos problemas se agravaram e eu estava pouco me lixando. A única coisa que importava era trazer Dulce de volta ela havia entregado os pontos e o filho da puta do pai dela não fazia questão nenhuma de colaborar. Enquanto eu guiava o carro pelas ruas de Londres, liguei para o meu pai e falei, meio por cima, o que tinha acontecido e a reação dele foi a melhor de todas, um ataque de riso que demorou uns bons minutos para passar.

Expliquei a ele tudo o que eu precisava e segui para o hangar onde o jato das Indústrias Uckermann estava me aguardando. Assim que entrei na aeronave, levei Dulce direto para a suíte principal e a depositei cama ela estava tão pálida e sem vida, apenas um rascunho da mulher forte e decidida que eu um dia eu conheci. Eu não podia e não iria julgá-la ela havia passado por muita coisa e era dever de Fernando cuidar da saúde dela para depois resolver nossas diferenças.


Dulce Maria

Em um lugar distante eu escutava a voz de Christopher, as notas do seu perfume estavam tão presentes, fazendo tudo parecer real, aos poucos, a consciência e a tristeza foram me invadindo. Só poderia ser um sonho, meu pai havia proibido sua entrada em nossa casa eu deveria ser forte e lutar, mas meu corpo e minha cabeça estavam tão exaustos dessa merda toda que era muito mais fácil desistir. O sono e a letargia me invadiram mais uma vez e eu dormi.

Não sei quanto tempo passou até eu sentir um corpo quente encostando no meu, o cheiro era muito familiar, forcei minha mente e então, o rosto dele surgiu entre minha névoa de pensamentos desordenados. Era o corpo do Romeu e não tinha nada de sexual em seu toque, apenas sentia um leve roçar de dedos na pele exposta do meu braço.

— Ei, acorde.

A voz dele estava tão perto.

— Christopher?

— Sim, meu anjo estou aqui.

Meu coração se apertou quando me dei conta de que não era um sonho, me virei com cuidado, o lugar estava escuro, mas eu percebi que não era o meu quarto pelo cheiro de madeira e o barulho de ondas quebrando. Encontrei seus olhos em mim ainda na penumbra e sorri.

— Sinto-me fraca, onde estamos?

Senti seus dedos deslizando pelo meu rosto.

— Tailândia, estamos na Tailândia.

Dei um pulo da cama, sentindo uma grande tontura tomando conta de mim, obrigando-me a deitar.

— Ei, fique calma está tudo bem.

Eu não queria pensar em como Christopher conseguiu convencer o meu pai a me deixar sair de Londres.

— Meu pai sabe que eu estou aqui?

Ele se afastou e ligou um pequeno abajur com estampa oriental.

— Não, mas sua mãe vai contar a ele.

Eu ainda estava zonza com a enxurrada de informações, mas me sentia tão feliz por finalmente estar com ele.

— Preciso de um banho escovar os dentes sinto-me a própria Bela adormecida.

Christopher sorriu e me abraçou, respirei bem fundo para sugar todo o perfume dele e alimentar a minha alma que estava doente de saudade.

— Eu já preparei o seu banho e um caldo leve e nutritivo, terá que voltar a comer aos poucos, ficou muito tempo sem se alimentar.

Os flashes da discussão do meu pai com a minha mãe começaram a aparecer e lembrei que recusei todas as bandejas de comida que eles enviaram para o meu quarto, meu pai até achou que eu estava fazendo de pirraça e que deveria comer escondido, porque não tinha outra explicação para ele ter ignorado minha greve de fome.

— Acho que eu nunca vou conseguir perdoá-lo.

— Não vamos falar disso agora, precisa se recuperar primeiro.

Christopher me pegou no colo e me levou até uma banheira cheia de pétalas rosas, fiquei olhando para aquilo e pensando em como queria estar ali em outra situação e não fugindo do meu pai. O cheiro de óleos e sais de banho eram deliciosos. Escovei os dentes e depois Christopher tirou toda a minha roupa e me colocou na água, a sensação foi indescritível, mas melhor que os cuidados dele era vista do mar à nossa frente.

— Podemos ficar aqui para sempre? — perguntei de olhos fechados e com a cabeça encostada em uma toalha dobrada que ele gentilmente arrumou para que eu pudesse relaxar.

— Podemos, sim — ele respondeu e começou a lavar o meu corpo com uma esponja delicada.

Christopher ficou por um bom tempo se dedicando a mim e, quando senti meus dedos enrugados, decidi que era a hora de sair. Ele me ajudou e me envolveu em um roupão gostoso, me levou até o nosso quarto que estava iluminado e só então me dei conta da beleza do lugar.

— Beba isso aqui, vai preparar o seu estômago para receber a comida.

Peguei a xícara da mão dele e visualizei o líquido verde. Não tinha um cheiro muito bom, mas eu precisava melhorar então testei a temperatura e bebi em goles pequenos até a xicara estar completamente vazia.

[...]

Eu estava desligada do mundo e juro que, se soubesse que isso me traria tanta paz de espírito, teria fugido antes.

— Como se sente? — Christopher perguntou pela décima vez no dia.

— Muito melhor, vou acabar mal acostumada com tantos cuidados.

Estávamos caminhando em uma das praias paradisíacas da Tailândia. Nunca imaginei que fosse gostar tanto de um lugar, talvez fosse por estar na companhia dele.

— A intenção é agradar sempre. — Apertou-me contra seu peito e me beijou. Estávamos há quatro dias juntos e Christopher me tratava com tanto cuidado que já estava me sentindo uma boneca de porcelana eu ainda não estava cem por cento entretanto, seus cuidados eram exagerados. Meu corpo precisava dele, mas a resposta era sempre a mesma: você tem que se recuperar primeiro... Amanhã, se acordar melhor, a gente faz amor... E blá-blá-blá...

— Você vai me foder hoje?

Os olhos dele se arregalaram e depois ele soltou uma gargalhada gostosa.

— Que linguajar é esse?

— Linguajar de quem está louca para trepar com o namorado gostoso.

Senti meu corpo sendo comprimido junto ao dele enquanto seus olhos estavam em chamas.

— Tem certeza que quer isso? Porque, quando eu te pegar...

Cheguei a fechar os olhos só de imaginar a ameaça dele.

— É tudo que eu mais quero, só falta isso para o meu corpo voltar ao normal, quem sabe um leite quentinho me ajude.

A boca dele se abriu e foi impagável a cara que ele fez.

— Pelo visto, meu monstrinho sexual está de volta.

Passei a língua pelos lábios e subi a mão pelo peitoral dele.

— Sim e sedenta por sexo. — Eu sabia o quanto Christopher amava o meu lado pervertido.

— E o que estamos esperando? — ele questionou e eu senti um friozinho na barriga só de imaginar nossos corpos se fundindo. Peguei Christopher pela mão e o arrastei para a nossa oca era assim que eu chamava o nosso quarto temático e ele morria de rir com as minhas imitações de Jane e Tarzan.


O CEO dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora