Dulce Maria
Levantei da cama e fui até a minha prima, meus braços estavam amarrados na frente do corpo então tive facilidade para me locomover, ajoelhei frente a ela e comecei a tirar a fita da sua boca. Conforme eu deslizava o adesivo ela fazia uma careta de dor.
— Ah, meu Deus, Dulce, o que estamos fazendo aqui? Eu estou apavorada — disse baixinho e chorando. Eu queria falar, mas era impossível com aquela maldita fita.
— Espera, tive uma ideia — ela falou e se ergueu um pouquinho, ficando de joelhos, tínhamos mais ou mesmo a mesma altura então, nossos rostos ficaram frente a frente. Charlotte encostou a boca na minha bochecha e começou a passar a língua molhada de saliva na pontinha do adesivo, ficou fazendo isso por alguns segundos, até sair um pouco da cola, depois, pegou a pontinha com o dente e começou a deslizar, a dor foi insuportável, a fita tinha muita abrasão e parecia que ela estava arrancando a minha pele junto.
— Obrigada, Charlotte.
Ela deu um sorriso triste.
— Quem fez isso? Você desconfia de alguém?
— Foi o Pablo, nós conversamos e ele meio que confessou que armou para que o meu pai pensasse que eu desviei dinheiro da empresa, combinamos de nos encontrar na segunda-feira e, quando fui pegar meu carro no estacionamento, me acertaram na cabeça.
— Fizeram a mesma coisa comigo eu estava chegando em casa, tinha acabado de desligar o telefone, Christopher me ligou estava preocupado e foi até o salão onde você passou a tarde.
— Ah, meu Deus, vamos rezar para que Pablo não tenha usado o meu carro, pois minha bolsa e celular com uma gravação que o incrimina estão lá. Quando meu pai chamar a polícia, eles vão encontrar as provas que ligam Pablo ao nosso sequestro. Eu só não entendo por que eles também sequestraram você.
— Simples, Dulce, para tirar o foco dele. Se fosse só você, bem provável que seu pai acreditasse que foi coisa de Pablo, mas, como pegaram nós duas, é possível que a polícia acredite se tratar de alguma quadrilha organizada em sequestro de pessoas de famílias ricas.
A teoria da Charlotte fazia sentido, Pablo queria tirar o foco dele e confundir as autoridades. Mas eu ainda tinha fé que Christopher encontrasse a gravação e que as coisas se resolvessem. Pablo não era um criminoso estava apenas tomado pelo desespero, talvez o fato de ter sido abandonado no altar tenha mexido demais com a sua cabeça e ele nem tenha se dado conta do quanto está doente.
A porta do quarto se abriu em um baque e nós duas se encolhemos. Dois homens entraram e ficaram nos olhando. Um era alto e careca, tinha corpo robusto e usava uma roupa simples, o outro era um pouco mais baixo, de cavanhaque mal feito e olhos maldosos.
— Qual delas você vai querer? — o careca perguntou e senti todo meu corpo tencionar.
— Tanto faz, as duas são gostosas.
Os dois riram e confirmaram com a cabeça.
Um dos homens pegou a Charlotte pelo braço e a jogou na cama.
— Ei espere eu não sei quanto estão pagando a vocês, mas eu tenho muito dinheiro eu pago o triplo se nos libertarem. — Tentei usar toda a minha calma e tentar uma negociação.
O careca se inclinou sobre mim e ficou me encarando.
— Docinho, vocês só estão sem as fitas na boca porque estamos no meio do nada, podem gritar o quanto quiserem. E respondendo a sua outra pergunta, não, nós não queremos o seu dinheiro, até porque grana nenhuma paga a satisfação de foder a boceta novinha das filhas de Fernando Saviñon.
Eu sempre fui uma pessoa devota, sempre acreditei em Deus, mas, se Ele realmente existisse e tivesse compaixão de mim e da Charlotte essa era a hora de demonstrar isso.
Christopher Uckermann
A cada segundo que passava eu me sentia mais desesperado. Eu morreria se algo acontecesse a minha mulher e foi impossível não questionar o motivo de eu não ter contratado uma equipe de segurança para ela.
— Precisamos aguardar pelo menos vinte e quatro horas — disse um dos policiais e fechei as mãos em punho.
— Com todas essas evidências, o áudio e tudo mais, vocês ainda têm coragem de dizer isso? Ela pode estar morta daqui a vinte quatro horas — falei, sentindo meu controle ir para o espaço.
— Sr. Uckermann, entendemos sua preocupação, mas o áudio só prova que duas pessoas marcaram um encontro para resolver alguma coisa na segunda-feira, caso ela não apareça, com certeza, o senhor Pablo será investigado.
Minha vontade era socar a cara desse filho da puta idiota estava na cara que se tratava de um sequestro e, mesmo assim, fizeram pouco caso eu até entendo a questão do áudio, isso servirá como prova para inocentar Dulce nas acusações do pai dela, mas não necessariamente incrimina o filho da mãe.
Não tive o trabalho de responder a eles, pelo jeito eu teria que esperar o meu pai chegar para poder fazer alguma coisa eu queria tanto encontrá-la, mas não sabia nem por onde começar. Mas de uma coisa eu tinha certeza eu acabaria com a raça de Pablo quando colocasse as minhas mãos nele.
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O CEO dos meus sonhos
RomanceMudar para Nova York não era apenas uma promessa de vida independente, eu sentia uma grande necessidade de descobrir outros mundos e sabores; sair da redoma de vidro onde passei os últimos anos e sentir o verdadeiro gosto da liberdade. Eu estava cer...