Capítulo 53

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Dulce Maria

Pavor era a palavra que me resumia nesse momento enquanto o homem de cavanhaque passava os olhos pelo meu corpo, o careca logo atrás dele começava a desabotoar a fivela do cinto, fazendo com que a Charlotte se desesperasse. Eu queria poder fazer alguma coisa e juro que, se tivesse uma arma, aqueles dois estariam mortos.

— Por favor, não nos machuque, não façam nada com a gente — Charlotte pediu e o careca apenas deu um sorriso cínico e continuou tirando o cinto. O celular de um deles tocou e os dois se olharam no mesmo instante. — Alô. Oi, patrão.

Devia ser Pablo, ele não seria louco de dar as caras por aqui e deve ter contratado esses dois inúteis.

— Eu entendi, nos perdoe.

— Sim, isso não vai mais acontecer. — Ele tirava o telefone da orelha, como se a pessoa do outro lado estivesse falando muito alto.

— Ok, já estamos saindo. — Desligou e olhou para o comparsa que, a essa altura, já estava com a calça nos joelhos.

— Vamos, o chefe instalou uma câmera nesse quarto e nos proibiu de tocar nelas.

Só Deus sabia o alívio que senti. Pelo menos isso, Pablo não seria louco de deixar alguém nos violentar, meu pai iria atrás dele até o quinto dos infernos.

Ainda contrariado, o careca colocou a calça e o cinto no lugar e saiu bufando do quarto.

— Meu Deus, Dulce juro que achei que eles fossem... — Ela não conseguiu concluir e começou a chorar, dei um jeito de levantar e ir até ela.

— Ei, nós vamos sair daqui esses dois são muito burros para nós duas, óbvio que daremos um jeito. Mas, primeiro, precisamos nos livrar dessas cordas e, depois, colocar a cabeça para funcionar.


Christopher Uckermann

Fui direto para a mansão dos Saviñon, Fernando já estava chegando em casa e teríamos que conversar sobre o sequestro de Dulce.

Parei o carro em frente aos portões e os seguranças liberaram a minha passagem, depois de me identificar, é claro.

Enquanto eu guiava o carro, fiquei pensando que jamais imaginei estar ali, ainda mais naquela situação. Desci do carro e fui até a porta, toquei a campainha e, para a minha surpresa, Fernando Saviñon abriu. As emoções em seu rosto estavam claras, não gostava da minha presença, mas não era o hora para diferenças.

— Christopher, por favor entre — disse a mãe dela, logo atrás dele.

— Fernando — falei e estiquei a mão, que ele aceitou prontamente. Passei por ele e cumprimentei a mãe de Dulce que estava desolada, o rosto vermelho de tanto chorar.

— Conte-nos como aconteceu.

Eu não poderia falar que estávamos nos encontrando às escondidas ou ele ficaria ainda mais furioso, mas parte da história teria que ser revelada.

— Decidimos que tentaríamos falar com você nesse final de semana, Dulce estava no salão se arrumando para que fossemos jantar e, depois disso, sumiu, tentei ligar para ela diversas vezes, mas não atendeu. Chamei a polícia assim que me dei conta do que estava acontecendo eles foram até o estacionamento, onde eu acredito que ela esteve pela última vez e, mesmo assim, disseram que não podem fazer nada antes de vinte quatro horas.

— Como assim, vinte quatro horas? — ele praguejou, baixinho. — Ela está correndo perigo! — falou, furioso e começou a andar pela sala, mostrando todo o desespero que sentia.

O CEO dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora