Capítulo 49

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— Não é como se um soco tivesse o levado a um coma! — resmungou o lúpus revirando os olhos para a falar do amigo. Há minutos socou o próprio pai deixando o ômega junto ao progenitor, não queria que o mesmo visse o seu pior lado quando estava enraivecido, tanto que quando chegou ao quarto, transformou-se e partiu algumas coisas ali dentro. As garras deixaram marcas na parede do cómodo, sangue em cima dos cobertores, vidros pelo chão... Era um desastre.

— Mesmo assim, Minho! Entendo o que estejas a passar, ele não devia ter escondido durante tantos anos! Mas socar o teu próprio pai... Não faz sentido! Isso nem devia ter acontecido!! — bradou Jeongin colocando a mão na própria testa. Concordava que o velho Lee havia sido egoísta em esconder o vídeo do próprio filho, mas Minho havia sido imprudente.

— Se queres defender tanto ele, segue-o e deixa-me em paz!! — rosnou impaciente.

— Cala a boca! Quem disse que eu estou do lado do teu pai? Ou do teu? Eu estou ao lado da razão!! Nenhum dos dois tomou ações devidamente corretas! Foram ambos imprudentes!! — apontou. — E também assustaste o Hyunjin! Porque achas que ele não veio aqui até agora?! Os rosnados, os sons desta merda de quarto a ser destruído…

— Se tivesses no meu lugar, se a tua mãe morresse para te salvar, e se o assassino voltasse agora a querer roubar o teu ômega... O que farias?! — bradou perdendo completamente a paciência com o Yang, então expulsou o amigo do seu quarto e olhou o estrago que fizera.

— Bom, adiantei as mudanças que ia fazer... Que lindo! — resmungou começando a retirar as cobertas que estavam com o seu próprio sangue. — Foda-se também para tudo... Caralho! Agora, tenho que arrumar! Parabéns, Minho, o ser mais idiota do mundo...! *Argh*!!

Demorou meia hora, até que tudo estivesse finalmente arrumado. Muitos dos seus porta retratos foram partidos, resultando num pequeno monte de fotos em cima da sua mesa. O candeeiro também havia sido partido, estava em cacos no lixo que ele ainda mantinha no quarto. O silêncio formou-se ali assim que chegou perto da marca das suas garras na parede, sorriu mínimo e tocou.

— Devia ter feito isto há muito tempo, não sabia que ia ficar tão bonito! — riu suspirando. Durante todo aquele tempo que havia ficado a arrumar tudo, pensou no que diria a Hyunjin, não pediria desculpas pelo que fez ao seu pai, mas sim por assustar o ômega com os seus rosnados.

Estava tão imerso em pensamentos que não ouvira Jisung entrar no quarto delicadamente, olhando tudo ao seu redor. O Han estava chateado, Hyunjin havia ido até si completamente triste e com requisitos de choro, e a causa foi Minho.

— A pensar nos teus atos ignorantes?

— Se vens para me chatear, aconselho a sair pela porta e não me olhares pelo resto do dia! — bradou finalmente, virando-se para o citado. Jisung tinha os seus braços cruzados, uma expressão séria, e preparado para o que ia falar, sem medo do lúpus. Já Minho, o lúpus estava estressado, ainda com alguma raiva que havia restado, porém, consciente dos seus atos, não queria ser bruto com o seu amigo.

— É assim que falas com os teus amigos agora? — revirou os olhos e levantou o cenho. — Não tenho nada contra teres metido o soco no teu pai! Não me coloco no meio de assuntos familiares, disso sabes! Não tive quem me ensinasse o que era certo ou que era errado, mas criei consciência, criei maturidade sozinho. Foste tu quem me achaste e pudeste dar-me uma vida melhor, mas isso não quer dizer que tenha de aturar e concordar com todas as tuas ações!

Minho trancou o maxilar, respirou fundo e continuou com o seu olhar sério no ômega. O que Han dizia era verdade, ninguém teria que aturar as suas decisões, mesmo que fossem más ou absolutamente malucas, nem mesmo os seus atos. Nem mesmo Hyunjin.

𝑰𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒎𝒊𝒅𝒅𝒍𝒆 𝒐𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝒏𝒊𝒈𝒉𝒕 - Hyunho - HyunknowOnde histórias criam vida. Descubra agora