𝑰𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒎𝒊𝒅𝒅𝒍𝒆 𝒐𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝒏𝒊𝒈𝒉𝒕 - Hyunho - Hyunknow

Capítulo 69

“— Voltamos a ver-nos!

Hyunjin repentinamente abriu os olhos ouvindo a voz grossa, tanto conhecida por si, a poucos metros de distância, todavia desta vez, Hwang, estava amarrado numa cadeira de madeira recentemente feita, ou seja, era bem resistente. No seu pescoço uma coleira estava presa a este, amarrada a um pedaço de aço bem preso, que ia do teto ao chão. Estavam numa espécie de armazém, onde o chão continha alguns buracos, pequenos, e o ambiente era frio, causando arrepios, por conta do clima, ao ómega.

Não conseguia sentir o seu próprio cheiro, percebendo que fora dopado riu debochado, olhando o homem dos pés à cabeça com um olhar despreocupado. Não soube de onde retirou tal coragem, todavia sentia-se imperturbado, desde que estava com Jisung, Minho, e os meninos, Hyunjin aprendeu a visualizar os argumentos, aprendeu com Jisung o que deveria fazer em situações como aquelas, e apesar de ainda sentir alguns requisitos de medo, Hwang entendia que deveria tomar decisões perante esse temor.

E, mais uma vez, rosnou baixo ao ver o homem dar alguns passos contra o piso na sua direção, com um sorriso largo e as mãos atrás das costas, uma pose deveras assustadora devido ao ambiente escuro.

— Vejo que quanto mais nos encontramos mais coragem habita no teu corpo, meu filho! — interpelou colocando as mãos cruzadas em frente ao corpo, o alfa via o ómega debater-se na cadeira, todavia não fez nada, observou os rosnados baixos e o silêncio do ómega enquanto este balançava-se na cadeira tentando, inutilmente, retirar as amarras. — É inútil. Por mais que tentes, será inútil todos os esforços que fizeres. Ambos sabemos que isto é um mero sonho, e sonhos podem prever o futuro, e dar avisos. Então, ouve-me com atenção…

— Porque eu deveria?! — argumentou sério, podendo sentir o aroma do homem ali presente, indicando calmaria e um pouco de medo. — Porquê?!

— Porque nem tudo é como é, Hyunjin. Nem todos irão ficar ao nosso lado para o nosso bem, para nos confortarem nos momentos tristes, para partilhar as nossas mágoas. E sim para nos ver sofrer, retirar toda a nossa felicidade, drenar a calmaria que sentimos quando estamos perto de quem amamos. Tu amas o Minho, certo?

— Sim! — nem sequer pensou na resposta, porém o ômega parecia confuso pela pergunta e a intensidade da pergunta e fala do mais velho. Hwang Jun-Seo, portanto, aproximou-se do filho agora quieto no seu lugar, não refutou quando o alfa se aproximou de si, pelo contrário, Hyunjin não sentiu pavor, estranhamente notou estar calmo e inerte. — O que…

— Cuida dela. Por favor! — o rosto confuso fez com que Jun-Seo levasse as suas mãos ao rosto do menor, libertando alguns feromônios pela repentina aproximação, Hyunjin ofegou hesitante assim que o homem sorriu belo. — A tua omma gostaria que te tornaste um belo rapaz, assim como já és. E vejo que tens quem cuide de ti, alguém que te ame intensamente e sem objeções, sem medo e alguém que seja verdadeiramente bondoso. Porém, por favor, cuida da omma, trata ela, reúne os pedaços do coração dela e une-os. Volta a fazer dela alguém belo. Por favor!

O sofrimento residia na voz de Hwang Jun-Seo, assim como o desespero, desejava voltar com a sua amada, voltar a vê-la e vivenciar com ela boas memórias, todavia o destino não quis assim. O ômega lúpus somente assentiu, não sabia o que dizer, nem como confortar o homem, o segundo pensamento fez com que a sua mente o martirizasse. Por vezes, tinha demasiada bondade do corpo, que nem mesmo conseguia ver alguém que o tratou inadequadamente, durante anos, mal.

— Tudo bem…? — respondeu positivamente, soando ainda mais como uma pergunta. Hwang Jun-Seo suspirou aliviado, agraciando a visão de Hyunjin com um sorriso. O segundo sorriso verdadeiro que o ômega já havia visto sair no seu sonho, o alfa antes agressivo agora parecia receptivo, calmo, paciente, e sem qualquer requisito de agressividade presente no corpo. Estava diferente…