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HANNAH FOSTER

Era a véspera da competição das academias, estou muito ansiosa, se bem que, esses últimos dias foram uma loucura.

Brigas, chuvas, análises de rivais, discussões, e uma carta.

Uma carta que Cassy escreveu, pedindo perdão por tudo e dando... adeus. Ela nunca mais iria voltar, nunca mais iria me ver, e eu, estraguei tudo.

Querida Hannah,

Espero que esta carta te encontre bem. Faz tempo que venho adiando escrever estas palavras, mas sei que é necessário. Preciso te pedir desculpas por tudo que aconteceu entre nós.

Em primeiro lugar, lamento profundamente todas as nossas brigas. Sei que muitas vezes fui teimosa e egoísta, e isso acabou nos afastando. Sinto muito por não ter sido a irmã que você merecia.

O que mais me dói é não ter comparecido ao velório da mamãe. As circunstâncias, o medo e a dor me paralisaram de uma forma que não consigo explicar, mas sei que isso não justifica minha ausência em um momento tão difícil e importante. Espero que um dia você possa entender e me perdoar por isso.

Reconheço que o peso das minhas ações tornou nossa relação insustentável. Por isso, tomei a difícil decisão de me afastar. Acho que este tempo e distância poderão trazer algum alívio e clareza para nós duas. Espero que, de alguma forma, este espaço permita que nossas feridas comecem a cicatrizar.

Saiba que sempre te amei e que você é muito importante para mim. Este afastamento não muda o fato de que você sempre será minha irmã e estará no meu coração.

Desejo a você toda a felicidade do mundo e que consiga encontrar paz e alegria em sua vida. Talvez um dia, quando ambos tivermos curado nossos corações, possamos nos reencontrar.

Com todo meu carinho e arrependimento,

Cassy

— E aí, tá pronta? – Suzie estava atrás de mim, suas mãos em meus ombros fazendo massagem, enquanto eu me encarava no espelho.

— Eu... eu não sei... eu ainda estou com ela na minha cabeça, Suzie... é toda minha culpa... – Suzie bufou.

— Não, não é sua culpa, Cassy não sabe o que você passou, mas uma coisa, ela pediu desculpas, e isso é que importa...

Eu encaro a carta em minha cama, eu respirei fundo, e me recomponho.

— Você tem razão... – sorrio forçado pra Suzie.

— Essa é a minha amiga! Agora, vamos!

Nos despedimos, andei até os estábulos com o celular na mão, eu estava no instagram de minha irmã, esperando que ela me mandasse uma mensagem, mas nada. Pelo contrário, ela acabou... me bloqueando.
Eu desligo o celular, fiquei perdida em meus pensamentos, e então, sem querer, esbarrei em alguém, meu celular caiu.

— Desculpe! – digo, fui rápida e me agachei pra pegar meu celular, a pessoa, também se abaixou, sua mão foi até meu celular.

— Tá tudo bem. – eu congelo, a voz era muito familiar... quando ergo o olhar, vejo, Matheo. Com seus olhos verdes, seus  cabelos pretos como a noite e um sorriso no rosto.

Amor ou Cavalos?Onde histórias criam vida. Descubra agora