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Painted from Memory

Colin e Liam encontravam-se deitados na cama, completamente despidos, envolvidos na penumbra acolhedora do quarto. O ar ainda carregava o perfume agridoce do desejo saciado, misturado com a leve brisa que entrava pela janela entreaberta. O corpo de Colin tremia suavemente, ainda ressoando com a intensidade do momento que haviam compartilhado. Os olhos azuis de Liam observavam-no com uma ternura profunda, e o seu sorriso suave era a personificação do alívio e do amor.

Os dias de separação haviam sido uma tortura para Colin. Nova Iorque e Los Angeles, com as suas luzes brilhantes e multidões frenéticas, não conseguiam preencher o vazio deixado pela ausência de Liam. Cada entrevista e evento de divulgação da sua nova série da Netflix eram um lembrete constante de que faltava algo essencial. Ele sentia a falta do toque reconfortante de Liam, do som da sua gargalhada, e até mesmo dos pequenos gestos que tornavam o seu quotidiano extraordinário. Liam, por sua vez, tinha as suas próprias batalhas. Ficara para vigiar Carol, uma responsabilidade que assumira com seriedade, mas cada segundo longe de Colin era um segundo perdido. Ele encontrava-se constantemente dividindo a sua atenção entre a vigilância de Carol e a saudade que latejava no seu peito. As noites eram as mais difíceis, quando o silêncio da casa amplificava a ausência de Colin e ele se encontrava perdido em pensamentos e lembranças.

Agora estavam juntos novamente. A urgência com que haviam se amado era um reflexo da fome acumulada devido a dias de distância, uma necessidade quase desesperada de reafirmar a sua conexão. Cada beijo, cada carícia, cada suspiro compartilhado era uma promessa de que, apesar das separações e das dificuldades, o amor deles permanecia intacto, inabalável. 

Colin virou-se ligeiramente, os seus dedos deslizando pela pele quente de Liam, desenhando padrões invisíveis: - Senti tanto a tua falta - murmurou, a sua voz quebrando o silêncio com uma sinceridade que fazia os seus olhos brilharem com lágrimas contidas. - Foi como se faltasse uma parte de mim.

Liam puxou Colin para mais perto, os seus corpos se encaixando com a familiaridade de anos de intimidade compartilhada: - Eu também senti o mesmo. - respondeu ele, com a voz grave e cheia de emoção. - Mas agora estamos juntos, e isso é o que importa.

O quarto estava imbuído de uma calma serena, uma pausa na tempestade das suas vidas agitadas. As paredes, testemunhas silenciosas da sua paixão, pareciam pulsar com a energia residual do amor que tinham acabado de compartilhar. O futuro era incerto, cheio de desafios e responsabilidades, mas naquele momento, eles tinham tudo o que precisavam. Estavam juntos, e para Colin e Liam, isso era o suficiente para enfrentar qualquer coisa que viesse.

Colin fechou os olhos, deixando-se embalar pelo ritmo constante da respiração de Liam. A presença reconfortante do seu amado era um bálsamo para a sua alma cansada. Ele sabia que as exigências da sua carreira continuariam a testar a sua relação, mas também sabia que o seu amor era forte o suficiente para resistir a qualquer adversidade. Enquanto a noite avançava, envolvendo-os no seu manto escuro, Colin e Liam permaneceram enredados um no outro. O mundo lá fora poderia esperar; naquele instante, eles eram tudo o que importava. E assim, no silêncio acolhedor do quarto, prometeram um ao outro, sem palavras, que nunca mais deixariam a distância se interpor entre eles, porque o amor que compartilhavam era precioso demais para ser separado por algo tão trivial quanto a geografia.

- E como estão as coisas aqui? Como está a Carol? - indagou Colin.

Liam hesitou na resposta, mantendo o olhar fixo no tecto. - Colin, há algo que eu preciso te contar... e não sei se vais gostar de ouvir. 

- O quê? Conta-me! - instigou Colin.

- A Carol envolveu-se sexualmente com o Jerry. - falou Liam, num tom casual.

Colin sentou-se abruptamente na cama, irritado: - O quê?! Como isso aconteceu?! Como deixaste isso acontecer?!

Liam sentou-se, tentando manter a calma: - Eu fiz o meu melhor. Estive perto dela o tempo todo, mas ela é adulta, faz as suas próprias escolhas. Eu só descobri depois de ter acontecido.