O veneno está nos detalhes

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A primeira coisa que Anila notou sobre Tunio, nome humano, Paulo, o gerente do restaurante, era que ele era um homem organizado

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A primeira coisa que Anila notou sobre Tunio, nome humano, Paulo, o gerente do restaurante, era que ele era um homem organizado. Meticuloso, também. Haviam caixas no canto da sala, empilhadas uma em cima da outra, etiquetadas e alinhadas. Os livros eram separados por gênero nas estantes e do maior ao menor. O local também era bastante limpo.

A única coisa que destoava tudo aquilo era a mesa, que estava bastante desorganizada. Anila levou isso como um sinal de que ele estava passando por muitos problemas, e não era para menos. Alguém tinha morrido em seu restaurante, e mesmo que a Guarda tivesse encoberto tudo jogando toda a culpa em Vania, ele ainda devia estar tendo problemas com seus clientes Natures, que sabendo sobre as nuances da magia, se questionavam se o restaurante realmente tinha culpa nisso ou não.

Apenas ela e Tunio entraram na sala, queria conversar com ele a sós primeiro. Os outros quatro ficaram do lado de fora, e Anila já tinha alertado a seus companheiros que não deixassem transparecer nada. Depois de ver que ela ficou brava por sua identidade ter sido revelada, ela sabia que eles não a desobedeceriam.

— Por favor, Senhora, sente-se — ofereceu Tunio. — Desculpe a bagunça.

Anila assentiu, e se sentou, enfiou as mãos nos bolsos e esperou enquanto ele rapidamente tentava organizar um pouco todos aqueles papéis. O analisou atentamente, era um homem alto, gordo, vaidoso. Sentiu sua magia, era estável, ele não parecia ter avançado além do suficiente para um civil. Apenas um pouco em magia da terra, o que não seria estranho já que trabalhava com comida.

Tunio logo se sentou também, cruzou as mãos sobre a mesa e olhou para ela. Anila não disse nada por um momento, apenas o observou mais. Ele parecia nervoso na sua presença, geralmente ficavam, já estava acostumada com isso. Vendo que ela não falava nada ele engoliu em seco e disse:

— Já demos nosso depoimento à Guarda, Senhora.

— Eu sei. — Anila deu um pequeno sorriso. — Mas gosto de ouvir pessoalmente. — Ela se endireitou na cadeira. — Não irei tomar muito do seu tempo, prometo, só tenho algumas perguntas.

Ele assentiu.

— Conhecia o falecido? — ele negou.

— Nunca o tinha visto em minha vida, era a primeira vez aqui.

— E a mulher com ele?

— Também nunca a vi.

— Falou com eles em algum momento? — ele negou.

— Estive aqui no escritório o tempo todo, só sai quando ouvi a gritaria, o homem já estava morto e a mulher já tinha fugido.

— Entendo. Tem alguma ideia do que possa ter acontecido?

— Meu restaurante não tem nada a ver com isso, minha Senhora, isso posso lhe garantir, sempre sou muito cuidadoso com tudo que entra e sai daqui. Eu sempre confiro os alimentos antes de irem para a cozinha e tenho total confiança nos meus funcionários, sempre analisei bem as fichas deles antes de contratá-los. E a mesma comida daquele prato foi servida em outros, não teria como o veneno ter saído da cozinha.

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