Natureza áspera e cautelosa

11 3 3
                                    

Anila observava o restaurante do outro lado da rua já tinha um tempo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Anila observava o restaurante do outro lado da rua já tinha um tempo. Já se sentia familiarizada com as pessoas lá dentro, mesmo que nunca tivesse falado com elas. Reconhecia a proximidade que tinham, quem parecia estar em um relacionamento ou não, quem gostava ou não gostava de quem. Até mesmo tinha ideia de algumas das conversas e seus gostos culinários.

A comida parecia boa, e estava esperando só mais um pouco para que pudesse entrar lá. Queria que o jornalista que havia avistado saísse logo, ele parecia bastante inteligente e observador, não queria ter que lidar com ele desconfiado de que ela também estivesse observando alguma coisa, queria dar toda sua atenção para o caso, não tinha tempo pra esse tipo de distração.

Para sua felicidade não demorou muito para que os funcionários do estabelecimento notassem ele importunando alguns dos clientes com perguntas, e logo o expulsaram. Ele ficou do lado de fora em seu carro, ainda observando e deixando os outros desconfortáveis, até um funcionário ir até ele, e fazê-lo sair provavelmente ameaçando chamar a polícia.

Haviam mais alguns jornalistas no local, mas aqueles pareciam mais distraídos. Anila se levantou do banco em que estava sentada no bar do outro lado da rua, pagou a conta e caminhou para fora.

Aquela era uma noite um pouco fria, e ela se aconchegou melhor dentro do seu sobretudo vinho. Atravessou a rua e estava pronta para sentir o calor do estabelecimento em seu corpo, quando dois seres pararam ao seu lado.

Anila parou. Primeiro olhou para Oleandro, que apesar da expressão de tédio tinha um leve interesse em seus olhos. Depois olhou para Nilo, que tinha um grande sorriso no rosto. Ela respirou fundo.

— Eu mandei não me seguirem.

— Eu sei — Nilo respondeu.

— Então por que estão aqui? — Anila perguntou não escondendo o descontentamento na voz. Nilo não se abalou com isso, e disse na maior cara de pau:

— Não podemos mais jantar?

Anila apertou as mãos dentro do casaco, dando um outro longo suspiro. “Por favor, não” implorou dentro de si.

— Eu disse para não se meterem nisso, eu não tenho tempo para lidar com vocês. Voltem para o hotel.

Anila entrou no restaurante, e para sua infelicidade seus companheiros de trabalho simplesmente ignoraram o que disse e entraram também.

Anila analisou um pouco mais o ambiente por dentro. Era um restaurante grande, com grandes e espaçadas mesas de madeira, cobertas com toalhas verdes. As paredes eram de tijolos vermelhos, e o local era muito bem iluminado e quente, uma música baixa tocava. Num geral, era um lugar bem aconchegante, do tipo que se ia para relaxar a mente depois de um dia estressante.

Ela não se impressionava das pessoas lá dentro terem surtado quando viram Kalio morrer. Anila escolheu uma mesa perto do balcão onde ficavam os funcionários e de duas enormes portas que levavam para a cozinha. Seus companheiros a seguiram e se sentaram ao seu lado. Estava pronta para expulsá-los quando rapidamente um garçom se aproximou com um sorriso grande e profissional.

Os segredos das cobrasOnde histórias criam vida. Descubra agora