Capítulo 18

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— O que acha desse biquíni? — Amélia colocou as mãos na cintura e abriu um sorriso. — Me valorizou?

Amanhã eu faria 19 anos e Dante resolveu que fôssemos hoje na sexta-feira, ao entardecer, para o iate. De acordo com ele deveríamos aproveitar o final de semana começando um dia antes do meu aniversário.

Amélia estava usando um biquíni verde militar que destacava seu cabelo ruivo avermelhado e a pele bronzeada com suas curvas. As amarrações em laço no quadril tinham conchinhas penduradas, enquanto a parte de cima do biquíni amarrava em volta do pescoço. Duas tiras cruzavam um X na barriga e terminavam nas costas com uma amarração.

— Está perfeito. — sorri para a mesma.

— Vou levar esse preto também pra combinar com a minha canga preta. — apontou com a cabeça na direção da cama onde o biquíni estava. — Já arrumou as suas coisas? Ainda são 15h, mas é melhor deixar tudo arrumado pra não esquecer nada.

— Sim, já arrumei. — apoiei o meu queixo na mão direita. — É só um final de semana, não vamos passar o mês, Lia.

Olhei para as duas malas e uma mochila ao lado da cama. Será que ela vai levar a cama junto?

— Tudo pode acontecer, preciso estar preparada.

— Aprendeu com a Barbie?

Comecei a rir e um travesseiro atingiu o meu rosto. Eu estava levando apenas uma mala e uma bolsinha pequena, mas eu não podia julgar. Já fui das que levava muitas malas e no final não acabava usando nem a metade do que tinha dentro.

É um evento na vida de toda garota.

— Já volto. — avisei e saí do quarto, indo em direção as escadas.

Adentrei a cozinha e abri a geladeira, pegando uma garrafa de água. O calor estava absurdo hoje.

Esse final de semana tinha tudo pra ser incrível, seria divertido passar ele com pessoas que me fazem bem. Nunca fui de ter muitos amigos. Na verdade, só Amélia que tinha esse posto, uma amiga que eu realmente considero e é muito bom saber que é recíproco. Conheci muita gente no ensino médio, mas era apenas aquela amizade de colegas, com Amélia foi... diferente. A conexão que tenho com ela é coisa de outro mundo, ela me entende e sabe como me deixar bem. Ela me faz bem.

A forma como começamos a nossa amizade foi bem engraçada, parece até coisa de filme. Nos esbarramos no corredor e ela quase derrubou o seu capuccino em mim, foi por pouco. Depois disso temos o que temos hoje.

Direcionei o olhar para a porta da cozinha e encontrei Dante. Sem camisa e suado.

Mon Dieu, aie pitié de moi.

Adentrando a cozinha, ele pegou um copo no armário e veio em minha direção. Meus olhos passearam por seus ombros largos, descendo pelo peito e abdômen definidos. Seu cabelo estava em uma confusão de ondas com alguns fios grudados na testa pelo suor. Ele estava ofegante e isso não ajudava muito a minha mente que gostava de imaginar certas situações com ele... imagina só esse homem por cima...

— Giselle? — seus olhos encaravam os meus com atenção.

Cortei meus pensamentos de imediato e senti minhas bochechas quentes. Meu Deus, o que ele estava falando, mesmo?

— Como? — perguntei meio confusa.

— A geladeira... — abriu um sorriso. — Poderia ir pro lado, por favor?

— Ah, claro! — abri um sorriso envergonhado e me afastei, dando espaço para o mesmo.

Enquanto ele abria a geladeira e enchia o corpo com água, observei com atenção suas costas. As cicatrizes eram finas e algumas mais grossas, como ele as conseguiu? Pareciam ter sido feitas de propósito e não acidentalmente. Me aproximei e toquei uma próxima a escápula. Senti seus músculos ficarem tensos e me afastei de imediato.

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