Capítulo 5

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O dia passou mais rápido do que eu esperava e a cada minuto que passava, mais ansiosa eu ficava.

— O que acha? — analisei minha amiga enquanto ela girava para mostrar o seu vestido verde militar tubinho. O verde definitivamente é a cor das ruivas. Seu cabelo estava em um coque frouxo com alguns cachos caindo ao redor do seu rosto.

— Maravilhosa, eu amei. — ela estava usando uma botinha de salto baixo que chegava no meio da canela.

— Coloco uma jaqueta por cima? — balançou a jaqueta preta na minha frente. — Acho que vai casar bem.

Concordei com a cabeça e terminei de fechar o zíper da minha bota. Sim, hoje irei usar ela. O salto tinha pelo menos uns quatro dedos de altura e ela chegava abaixo do meu joelho. Minha saia de couro preta combinou bem com a minha blusa de manga longa. Ela deixava os meus ombros nus dando um charme. Para a surpresa de ninguém ela também é preta.

É um vício, não consigo mudar isso.

Resolvi deixar o meu cabelo solto dessa vez. Vamos rezar para não acontecer nada hoje.

— Tudo certo. Vamos? — perguntei passando as mãos na minha saia.

23:25.

Falei aos meus pais que iria dormir na casa de Amélia essa noite e os pais dela não estavam em casa. Estávamos com muita sorte.

Fomos até a garagem e Amélia pegou a sua Mercedes preta. Isso que eu chamo de sair com estilo.

— Vamos lá. — destravou as portas do carro entrando logo em seguida.

Seguimos pelas ruas enquanto The Weeknd tocava ao fundo. Como sair de carro e não colocar as músicas dele para tocar combinado com a vibe? Impossível.

— Será que vai estar muito lotado? — me perguntou sem tirar os olhos do trânsito. — Vamos tentar pegar um lugar bem próximo a pista, quero ver de perto.

— Provavelmente, muitas pessoas gostam de assistir. — falei encostando a cabeça no banco. — Ansiosa?

— Não mais que você. — soltou uma risada. — Relaxe, não vai acontecer nada. O máximo que pode acontecer é você me encontrar aos beijos com aquele espanhol.

Comecei a rir não me aguentando. Amélia é impossível.

— Vai me dizer que não? Olhos azuis me quebram. — disse ela fazendo cara de sonhadora. — E ele ser loiro só melhora, mas já você prefere os morenos tatuados.

— Acho melhor você focar na estrada, não quero morrer hoje. — Ela revirou os olhos.

O local da racha já podia ser visto. Flashes de luz iluminavam o lugar. Amélia parou o carro em uma vaga e olhamos uma para a outra.

— Se você desencalhar, por favor me deixe ser a madrinha.

— Puta que pariu, Amélia. — como ela consegue me fazer rir até quando me estressa?

Descemos do carro indo em direção ao local. Uma led vermelha foi acessa ao redor de toda a pista de corrida dando um ar estiloso. Música alta, cheiro de cigarro e álcool invadiam os arredores.

— Se meu cabelo ficar fedendo a fumaça eu vou coringar. — disse a mesma andando mais rápido ao meu lado.

Ela com certeza iria precisar lavar esse cabelo mais tarde.

O lugar estava mais lotado do que no Brooklyn, mas já era de se esperar. Havia mais espaço e parece que depois do acontecimento de ontem o público se animou mais.

Dois carros estavam na largada para a primeira corrida da noite. Duas Ferrari, uma preta e a outra vermelha. A vermelha com certeza era do Rivera.

— Seu crush vai competir. A vermelha é dele. — cutuquei com o cotovelo a costela de Amélia.

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