Capítulo 15

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Meu pai sabia.

Meu pai sabia que eu estava na casa de Dante. Lorenzo ligou querendo ter uma conversa urgente com o filho, que precisava ser tratada de imediato.

Como meu pai sabia que eu estava aqui?

Dante começou a conversar com Lorenzo na sala, enquanto eu, Amélia e Jacks estávamos ansiosos no sofá para saber o que ele queria. O mesmo estava andando de um lado para o outro com o celular na orelha e uma mão do bolso. Ele parecia nervoso, mal falava. Escutava tudo calado na maior parte do tempo.

Ele saiu da sala e subiu as escadas, ainda com a ligação e se trancou no quarto. Tive certeza disso pelo barulho alto que a porta fez quando foi trancada, com mais força demais que o necessário.

— O que diabos esse demônio do Lorenzo quer? — se exaltou, Jacks.

Eu e Amélia olhamos pra ele ao mesmo tempo, assustadas.

— Me desculpem. — ele passou os dedos pelo cabelo loiro e jogou a cabeça para trás no sofá.

— Provavelmente não é da minha conta... — Amélia começou falando, parecendo receosa. — Mas... por que o Dante não chama o Lorenzo de pai?

Um silêncio se fez na sala e eu só conseguia ouvir a minha própria respiração. É uma boa pergunta, sempre me perguntei por qual motivo ele sempre se referia ao pai pelo nome dele. Nunca tive coragem de perguntar, não é da minha conta.

— Eles nunca tiveram uma relação muito boa. — disse, Jacks. — Ele nunca me contou nada, mas eu não gosto de Lorenzo. Nunca gostei.

Me levantei do sofá e fui em direção as escadas, subindo até o seu quarto. Ele estava a muito tempo lá dentro e isso estava me deixando em agonia.

Bati na porta.

— Dante? — o chamei. — Posso entrar?

Não ouvi nada lá dentro.

Da última vez que entrei no quarto dele sem permissão, algo aconteceu. Não algo ruim... mas isso não vem ao caso agora.

Se concentre, Giselle.

Abri a porta e busquei o mesmo. Ele não estava no quarto. Eu o vi entrando, como não está aqui?

Olhei para a suíte e vi a porta escancarada e uma luz acesa.

— Dante...

Ele estava encolhido no chão, ao lado da banheira. Suas mãos estavam no cabelo e a cabeça abaixada.

Me aproximei do mesmo e toquei seus ombros. Eles estavam tensos e notei sua respiração acelerada.

— Dante, o que aconteceu? — perguntei. — Fale comigo, por favor...

Ele permanecia na mesma posição e eu o abracei por cima dos ombros.

— Desculpa... — ele sussurrou.

Levantei a cabeça atordoada. Ele finalmente levantou a cabeça, mas não me olhou nos olhos. Porém eu conseguia ver os seus... as esmeraldas estavam brilhantes.

— Eu... não deveria ter trazido você pra cá. Eu te envolvi nisso, me desculpa...

— Dante, olhe pra mim. — ele me olhou, excitante. — Muito antes que inventei de pesquisar sobre o passado da minha família, eu já estava envolvida. Apenas por ser filha do meu pai, eu já estava nisso. Você não tem culpa de nada, pare com isso. — segurei seu rosto entre as mãos. — O que ele disse pra você?

Ele suspirou e levou o rosto de encontro a minha mão. Ele parecia desolado e eu não entendia. O que Lorenzo tinha falado a ele que o deixou assim?

— Ele quer encontrar a gente... — falou com a respiração mais controlada. — Seu pai quer a sua presença e Lorenzo resolveu fazer um jantar. — esnobou a palavra jantar. — Querem conversar com a gente.

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