Capítulo 5

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Dinastia Choi,reino de Caliphate.

Faziam-se um mês e meio desde que a rainha se propôs a cuidar da garota,cumprindo com a palavra. Mas para Beatrice,as coisas eram diferentes,tediosas. Vivia presa em um quarto,recebendo visitas apenas da rainha pela noite... Passara seu tempo escrevendo em um caderno de capa de couro bege que a rainha o deu,transformando em seu diário pessoal.

" Hoje,senti falta dos meus pais mais do que achei que fosse capaz. Enquanto não acordo de todo esse pesadelo,a rainha vem sendo a minha família; Ela cuida muito bem de mim,e me protege como pode. Se não fosse pelo seu marido,o Rei de Caliphate,ela seria uma ótima governante.
Também sinto falta da minha única amiga nesse lugar confuso,Emma Corrin. E claro,da vovó Corrin também..."

Tóc,tóc,tóc...,soou a porta.

Beatrice fechou o caderno e virou-se à porta. A Rainha Brianna está estonteante,pensou ela,levantando e reverenciando a majestade.

- Beatrice,já te disse que enquanto tiver apenas nós duas não é necessário que me reverencie. - disse ela se aproximando. - Como você está se sentindo hoje?

- Solitária - assumiu. - Mas bem. Vossa majestade vem cuidando muito bem de mim e eu sou extremamente grata por isso.

A Rainha sorriu,alisando o rosto da pequena garotinha a sua frente.

- Me desculpa em te manter trancada aqui,tenho receio que o Rejun te encontre e faça algo de ruim para você.

- Por que ele iria querer fazer algo ruim?

- Porque ele é ruim. - suspirou. - Eu vim me despedir de você,Beatrice.

- Despedir? - perguntou a garota franzindo a testa,preocupada.

- Precisarei viajar para uma conferência de negócios junto ao Rei. - Explicou. Beatrice balançou a cabeça em concordância. - Daqui uns instantes,Tara,a governanta,virá te trazer um lanche. Não precisa ter medo,ela é ótima! Cuida muito bem do meu Cheolie,tenho certeza que fará o mesmo com você. - concluiu se agachando,ficando a mesma altura que Beatrice. - Eu não vou demorar,tá bem?

- Tudo bem... - respondeu quase em um sussurro.

Brianna a abraçou forte,sendo retribuída na mesma intensidade.

Beatrice sabia que aquele não era o real cheiro da sua mãe,mas a confortava igual. O frescor das flores,a delicadeza do algodão e a doçura do mel. É assim que a Rainha cheira.

- Mantenha-se saudável,coma direitinho e durma bem. - disse a Rainha desfazendo o abraço. - O que precisar,não hesite em pedir à governanta responsável por ti.

- Tenha uma boa viagem,mã-majestade. - corrigiu.

- Pode me chamar de mãe,Beatrice. - Assegurou ela. - Se te conforta,você pode me chamar. Eu não me importo,pelo contrário,fico feliz que me chame assim.

- Mas... E seus filhos?

Brianna soltou um riso leve,com uma pontada de frustração. Seus filhos não a chamam de mãe,nunca chamaram,e isso causa uma ferida em seu peito. Ela sabia que não podia cobrar-los por isso,mal os via,e nos momentos que tinha tempo em passar junto a eles,era ignorado e repudiada. Então,mesmo que toda aquela dor a rasgasse todos os dias lentamente,Brianna teve que buscar o contento apenas admirando os seus filhos crescerem... Distantes... Com o sentimento de órfãos materno.

Dinastia - Choi Seungcheol Onde histórias criam vida. Descubra agora