Capitulo 48

241 31 32
                                    

Neil acordou com o bipe incessante de uma máquina hospitalar, sua cabeça latejando.

Havia uma dor aguda por todo o seu corpo superior que só piorava sempre que ele se movia. Mas ele conseguia sentir a névoa que vinha com analgésicos fortes, então ele imaginou que a dor não era tão ruim assim, considerando que estava entorpecida. Então as memórias o atingiram.

O jogo.

O telefonema.

O beijo.

Lola.

O pai dele.

Três pessoas mortas.

O homem chamado Stuart.

Mais uma memória surgiu na sequência, mas Neil descartou isso como uma simples alucinação. Algo provocado pelo medo e pela ameaça de morte.

Neil respira fundo e as queimaduras em seu peito puxam e queimam como se ainda estivessem derretendo em sua carne.

Ele geme e odeia como isso termina com um gemido fraco.

"Você não vai querer se mover muito, garoto", diz uma voz.

Neil abre os olhos e fica cara a cara com um homem. O homem era obviamente um policial. Toda a sua postura falava de confiança injustificada.

"Meu nome é agente especial Browning", diz o homem. "E este é o agente especial Towns."

Neil normalmente não é de causar primeiras impressões, e ele foi ainda pior quando sentiu que tinha sido jogado ao sol.

"Bom para você", Neil diz com toda a energia espertinha que consegue reunir, "Você tirou seus nomes de agente secreto de uma caixa de cereal? Quão genérico você consegue ser?"

Os olhos de Browning se contraem e Neil considera isso uma vitória.

Towns respira fundo, provavelmente tentando afastar sua raiva, antes de falar.

"Você foi encontrado na casa de seu pai em Baltimore há cerca de cinco horas", diz Towns, "Nós trouxemos você aqui para ser remendado".

"Meu time?" Neil pergunta.

"Eles estão em um hotel a cerca de 20 minutos daqui", diz Browning. "Nós dissemos a eles que não poderiam ficar no hospital quando seu namoradinho anão começou a puxar facas."

"O que faz você pensar que ele é meu namorado?" Neil pergunta.

Lola também disse isso, embora ela estivesse zombando dele e de Andrew a esse ponto. Mas Neil não entendeu como os federais decidiram usar esse termo.

Andrew e ele não eram "isso" e, mesmo que fossem, Neil odiava a palavra "namorado".

Browning levantou o telefone de Neil em resposta. "Nós analisamos isso como evidência", disse Browning, "Embora a única evidência utilizável ali fosse a conversa telefônica que Lola teve com um Andrew Minyard. A única razão pela qual ele não está algemado agora é porque se eu tivesse recebido algo como aquela última foto em relação ao meu cônjuge, eu também estaria puxando facas."

Neil franze as sobrancelhas em confusão. E em resposta, Browning entrega o telefone a Neil. Neil voltou ao início da conversa e começou a ler. Ignorando as fotos porque ainda não queria ver os ferimentos.

'Ele vai ter uma pequena reunião de família agora. Pena que você não pode ir'.

'Foda-se, eu vou te matar.'

'Tão violento. Mas o Junior aqui gosta disso, não é?'

'Para onde você está levando ele?'

Morra Livre ou Morra um Fracasso Onde histórias criam vida. Descubra agora