Capitulo 17

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Quando chegou a quarta-feira, Neil estava se sentindo bem o suficiente para fazer uma corrida leve novamente, apesar do breve revés que a subida ao teto na segunda-feira causou em seu corpo. Aaron pegou carona com Jean e Kevin para a quadra, e Nicky levou Neil e Andrew medicado até Betsy Dobson.

A perna de Neil estava balançando tanto no banco de trás que Nicky realmente se virou no semáforo para ver por que o carro inteiro estava tremendo.

Andrew apenas sorriu para Neil durante sua mania induzida por drogas, aparentemente divertido com o nervosismo de Neil.

Neil sentiu-se desejando os momentos em que Andrew não tomasse os remédios. Ele nunca ousou dizer isso em voz alta. Toda a equipe pensava que Andrew era um canhão solto que só era controlável por causa das drogas.

Eles chegaram alguns minutos mais cedo, ou talvez a sessão de Betsy antes deles tivesse acabado. De qualquer forma, eles tiveram que ficar sentados na sala de espera.

As mãos de Neil tremiam enquanto ele estava sentado ali. A última vez que esteve no escritório de Betsy, ele nem conseguiu entrar na sala.

“Primeira vez em um psiquiatra psiquiátrico?” Andrew perguntou com um sorriso: “Eles não fornecem um para você no ninho?”

Neil parou.

O terapeuta que eles forneceram no ninho era menos um terapeuta e mais uma ferramenta de correção. A tentativa de suicídio e automutilação de Neil fez com que ele recebesse sessões por sete meses. Foram sete meses de água tingida de rosa e marcas de mordidas.

As unhas de Neil começaram a arranhar seu pulso sem perceber, abrindo as crostas.

“Sim ou não?” A pergunta fez Neil fazer uma pausa.

Ele parou de coçar o pulso. E de repente ele percebeu o quão apertado estava seu peito.

Ele não estava respirando.

A própria ideia o deixou em parafuso, e ele ergueu as mãos para puxar o cabelo.

Dentro, fora.

Dentro

Fora

Neil sentiu que ia vomitar. Ele perdeu o caminho que sua respiração deveria seguir.

Dentro ou fora?

Então ele apenas segurou. Tremendo.

E então o processo recomeçaria.

“Neil!”

Neil agarrou as bordas da cadeira. As coisas estavam ficando confusas. Ele se lançou para frente.

Mas um braço o impediu de cair de cara.

Neil congelou. Mas o braço não se desviou para onde não deveria. Apenas o empurrou contra o encosto da cadeira e o soltou.

Isso fez Neil se acalmar, mesmo que só um pouco.

Neil respirou fundo e olhou para Andrew. O sorriso medicamentoso ainda estava no rosto de Andrew.

“Você tem muitos problemas, Wesninski”, Andrew sorriu, “Você pode querer considerar perder alguns.”

“Sinto que me jogar de uma ponte pode ser mais rápido e menos doloroso”, disse Neil.

“Eu posso providenciar isso.”

“Eu pagaria para você.”

Andrew olhou para Neil por um momento, seu sorriso nunca desaparecendo. Mas depois de um minuto ele apenas balançou a cabeça.

Morra Livre ou Morra um Fracasso Onde histórias criam vida. Descubra agora