Meu lugar é longe de você
Naaim
Estava sentado diante do corpo moribundo do meu pai adotivo, o seu quarto tinha um certo luxo ao qual competia com seu grau de importância tanto na sociedade quanto no cartel, Marcus de San Marino tinha bons e longos anos a frente dessa organização, coordenou com mãos de ferro e régia perante os seus valores, eramos diferentes em partes de alguns dos cartéis que existiam, nós só respeitávamos as leis do nosso cartel, uma espécie de dez mandamentos da máfia. Nossos negócios eram obscuros e agíamos na sombra, eu mesmo não seguia nem as regras de San Marino, mas conseguia matar e proteger um dos meus.
Agora meu pai estava deitado, sem reação alguma por culpa da negligência de um dos seus seguranças, ele havia sofrido um ataque, ele já estava velho, mas não merecia deixar essa vida desse jeito, eu iria até o fim do mundo para buscar a alma de quem mandou matar e de quem executou a ordem pessoalmente e levaria para o pior dos círculos. Vi minha mãe na cabeceira da cama com os olhos cheios de lagrimas, ela vestia uma roupa de cor clara e os cabelos preso no topo da cabeça, ela uma mulher também já bem velha porem mais nova que meu pai, sofria a dor de perder o marido a quem dedicou a sua vida toda, eles haviam me adotando quando eu ainda estava bem baixo na posição do cartel, Marcus me criou para ser um verdadeiro chefe, assim como ele havia sido, e agora eu devia provar para ele que a sua criação valeu todo seu esforço.
O médico havia acabado de sair do quarto dizendo o diagnóstico:
— O tiro atingiu alguns órgãos, mesmo com a retirada dos projéteis, a saúde de Marcus já não ia bem, havia recomendado que se afastasse de suas atividades para que tivesse alguns bons anos de descanso, mais esse atentado foi muito mais rápido, eu não sei de verdade o que pode acontecer, ele pode dias, meses, anos e também não pode durar nem uma hora, tudo agora é decisivo e eu não posso fazer mais nada infelizmente.
Minha mãe tinha certeza que ele iria nem durar uma noite inteira quem dirá um dia, então pediu para meu tio preparar toda a cerimônia para que assumisse como o novo chefe do cartel de San Marino e Vinny como o meu segundo em comando, eu não gostava da ideia de ser tão rápido mais era necessário, pois ninguém sabia quanto tempo mais aquilo ia durar e era preciso que alguém tomasse as rédeas antes que o pior acontecesse e eu não iria deixar.
Resolver deixar minha mãe e meu pai a sós, pois eles precisavam desse tempo mais que eu, assim que sai do quarto a empregada veio informar que os homens que precisavam estar ali para que eu assumisse já haviam chegado e uma simples cerimônia estava prestes a começar. Fazia quase oito dias que não via ela depois que ela havia me mandado ir embora e eu contava os dias que passavam, e iria contar cada maldito dia até que eu pudesse voltar para ela e estaria amaldiçoando todos que estavam em meu caminho que me tiraram de ter a alma dela para mim.
Assim que terminei de me arrumar para cerimônia desci as escadas rumo ao jardim enorme da mansão de Marcus que seria em breve a minha, ao chegar, encontrei Vinny de canto que logo veio ao meu encontro e assim formos ao centro e sentamos perante os homens do cartel, o irmão de Marcus um dos homens mais velho trouxe em suas mãos uma antiga espada que havia pertencido a um guerreiro importante do passado e na outra mão uma pistola semi automática, engoli em seco e assentir para a cerimônia começar.
— Aqui estamos presente na cerimônia em que Naaim se tornará Naaim de San Marino, senhor absoluto do cartel de San Marino e Vinny Park, o segundo senhor absoluto em comando do cartel de San Marino.–ele pigarreou e logo continuou.
— Todos aqui sabemos, que meu irmão Marcus sofreu um atentado, que seus ferimentos foram agravados por sua saúde já fragilizada, e na presença de seu filho aqui peço, Naaim vingue a morte de seu pai.–ele encerrou o discurso já com a certeza que Marcus iria falecer.
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O Chamado da Escuridão
RomanceAida tinha 6 anos quando o primeiro abuso aconteceu. Aos 8 levou uma surra que seu pequeno corpo demorou dias para curar. Aos 10, encurralada no banheiro da escola, soluçava de chorar, mas ninguém ouviu o seu clamor, aos 12 mais uma surra e mais abu...