Capítulo 15

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Adeus

Aida

Garota, acho que nesse momento você me odeia tanto quanto odiei te deixar. Você ainda não entende e não espero que entenda, por ter coisas nessa vida que não podem serem explicadas ou entendidas.

Eu, às vezes que você não me via em seu quarto muitas delas eu estava te vendo dormir, eu me perguntava do porquê seu cheiro, sua alma, seu jeito... do porquê você me chamava tanto e até o momento em que você está lendo eu não sei a resposta, e talvez nunca saiba, eu queria ficar na mesma intensidade que eu queria partir, você me pertence Aida.

Você costumava me chamar de anjo e eu dizia que nunca fui um, e muito menos salvava pessoas, Aida, se eu te "salvei" por que algum interesse existia ou existe e eu ainda não posso compreender qual, observei você tendo sua vida como deveria ser e eu não me deixaria ter o luxo de ter uma alma que já havia passado pelo inferno na terra.

Sei que hoje você irá me odiar pelo resto de sua vida, só o inferno sabe o que eu faria e eu farei para ter sua alma em meu poder, não espero que entenda e nem quero que entenda, só espero que saiba uma única coisa que se me odiar pela eternidade, eu terei a mesma eternidade para caçar sua alma e te-la em minhas mãos e terei o maior prazer de te buscar e arrastar para o mais profundo inferno.

Encontrei essa carta em um papel que nunca havia visto antes em cima da minha cama com o emblema de caveira igual ao que foi entalhado no corpo de Gallo e o desenho que ele havia me dado como prova da sua maldade, encontrei a carta em um envelope preto, ele havia vindo aqui quando não estava em casa depois de tantos dias sem me visitar. Reli aquela carta 5 vezes só naquele dia que encontrei e aquilo estava me matando por dentro, será que eu gostava tanto dele assim? eu estava chorando por um cara que eu mal conhecia, havia matado duas pessoas do meu convívio, me ameaçava na mesma intensidade que me queria em suas palavras, doía, doía tanto que eu não tinha mais ânimo nem para saber o que eu iria fazer nos meus próximos passos.

1 mês depois.

Durante todo o tempo depois daquela carta eu me permitia reler e tentei acreditar que ele voltava, ele iria voltar, eu não queria acreditar que ele tinha me deixado, meus pensamentos foram cortados pelo professor de física que dava uma aula irritante que me dava vontade de pular pela janela.

— Todos entenderam o assunto escrito no quadro¿

— Sim.–todos os alunos falaram em uníssono.

— Aida, você entendeu?-mais que diabos esse veio tinha que pegar no meu pé.

— Sim, professor.–falei e logo em seguida baixei a cabeça para o meu caderno.

Parecia que ele tinha tirado o dia para me perturba, por passar a aula toda me perguntando coisas e eu não era a melhor em física e talvez fiquei pior depois de tudo.

2 meses depois

Estava em uma festa adolescente na casa de um amigo, eu estava sentada na mureta da parte de trás da casa, bebendo uma bebida alcoólica que veja só não era para uma de menor está bebendo, mais metade da festa não tinha nem 18 anos direito, estava olhando as árvores e sentia o cheiro da noite que hoje cheirava a álcool, maconha e sexo, o fervo adolescente era isso praticamente. Eu não sentia mais aquele frio gelado ou via as luzes piscando fazia 3 meses desde que encontrei a carta de despedida, ainda não havia encontrado uma nova felicidade, nem a possibilidade de sair de Tijuana e cursar uma faculdade longe, eu me torturava por pensar nele, desde que ele foi eu tentei muito pensar em outros caras, ficar com outros caras como foi o caso dessa festa hoje, havia ficado com dois garotos que disseram ao Caleb que me achavam gatinha e queriam ficar comigo, mais do que adiantava se quem tinha o meu coração era o homem que me salvou do inferno e que iria me arrastar para outro.

O Chamado da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora