𝘾𝙝𝙤𝙞 𝙎𝙖𝙣
Yeosang estaciona o carro em frente à casa noturna. Há um amontoado de jovens na fila para entrar e daqui do lado de fora dá para ouvir a música alta e remexida. Abro a porta e desço, meu amigo faz o mesmo, me acompanhando até o segurança da boate, que ao me reconhecer, libera a nossa entrada.
Assim que entro, a visão é ofuscada pelas luzes que não param de piscar, a camada de fumaça no ar e gente dançando. Em questão de minutos, o soldado que estava seguindo minha irmã aparece.
— No bar — ele tenta falar mais alto que a música.
Yeosang e eu direcionamos os olhos ao bar e eu fico irado quando vejo minha irmã se agarrando de forma indecente com um idiota, que é ousado o suficiente para estar com a mão na bunda dela e apertar como se ele fosse a porra do dono do corpo de Jisu.
Tentando controlar a vontade de explodir e meter um soco na cara do moleque, eu o afasto dela de forma abrupta. Jisu está visivelmente bêbada e parece odiar o fato de eu estar aqui.
Tudo bem, também não estou nada feliz em ter visto a cena de segundos atrás.
— Cai fora — Yeosang diz ao garoto, que vai embora sem protestar.
— Cai fora você. Vai cuidar da sua irmã, Yeosang. Eu não preciso de outro irmão mais velho. Já tenho dois e são um pé no saco — Jisu diz ao meu amigo, que contrai a mandíbula, mas fica quieto. — E você também, cai fora daqui. — Leva o dedo indicador até o meu peito e me cutuca com força. — Só quero curtir a minha noite.
— Já curtiu demais, vamos.
— Quem você pensa que é pra dizer que eu já curti demais? — questiona ao cruzar os braços na altura dos seios, me fazendo notar o vestido muito decotado e minúsculo que usa. Está mostrando coisas demais.
Sem dizer nada, tiro o sobretudo e coloco por cima dela, que resmunga e me manda ficar longe. Entrelaço os dedos com os da minha irmã e a puxo para fora da casa noturna. É claro que ela esperneia, mas ninguém parece se importar com uma bêbada.
— Eu tenho uma arma — grita quando estamos do lado de fora, chamando a atenção das pessoas na fila, que nos olham assustadas.
— Ela está brincando — é o que eu digo ao tentar enfiar minha irmã dentro do carro. — Vamos, Jisu entre.
— Por que eu devo fazer isso? — pergunta com desdém.
Respiro fundo, reunindo toda a minha paciência e pouso as mãos nos ombros da minha irmã, fazendo-a olhar nos meus olhos. Ela tem as pupilas dilatadas e o batom borrado, não parece em nada com aquela garotinha doce que vivia me seguindo quando criança.
— Você precisa descansar, vamos pra casa.
— Não quero — diz ao enfiar a mão dentro da bolsa coberta de lantejoula brilhante e tirar um calibre 38. — Estou armada, não devia estar me chateando, San — resmunga, balançando a arma, como se fosse brinquedo.
Olho para os lados e fico aliviado ao notar que ninguém repara em nós. Sem dificuldades, pego o calibre das mãos de Jisu, que me xinga em italiano e confiro o pente. Não está carregada, mas decido não devolver agora.
Faço-a entrar no carro e Yeosang ocupa o lugar do motorista, estou preste a me acomodar no banco traseiro para ir de olho na minha irmã, quando eu a vejo.
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O Homem Da Máfia - Woosan
Hayran Kurgu"Não preciso ter bola de cristal para saber que San é o tipo de homem que quando quer uma coisa, vai lá e pega. O mandachuva exala poder e autoridade. E na real, eu nunca gostei de homens assim. Mas por que "ser dele" soa como um convite tão instiga...