Elaila Collins é apaixonada por arte, mas está difícil pagar as contas sendo artista. Prestes a ser expulsa de seu atual apartamento, ela precisa encontrar um lugar barato o mais rápido possível. No entanto, quando se depara com um quarto para aluga...
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— Tenho uma dúvida — anunciei, olhando para Eilish. — Como alguém que diz não saber nada sobre a sociedade moderna passou a se vestir tão bem depois de uma mísera ida à Nordstrom?
Billie pareceu genuinamente surpresa com meu comentário.
— Eu estou me vestindo bem?
Dei risada. Se não a conhecesse, poderia acusá-la de falsa modéstia. Billie usava uma calça jeans clara, uma blusa de frio verde com um tênis branco, e nenhuma daquelas peças havia sido comprada na nossa ida ao shopping na semana anterior.
Mesmo que eu não a tivesse beijado na outra noite — em nome da ciência e para fins de comparação, óbvio —, precisaria me esforçar ao máximo para manter as mãos longe dela. Eu estava quase com medo de levá-la à festa de Charles e Scott. Não conhecia os amigos dos dois bem o bastante para saber como reagiriam à chegada de Billie, gata daquele jeito e sem ter a menor noção disso.
— Está, sim — confirmei. — Parece que você acabou de sair de uma sessão de fotos da J. Crew.
Ela ergueu uma sobrancelha.
— O que é uma sessão de fotos da J. Crew? — repliquei com um gesto de "tanto faz".
— Você entendeu. Como pode não saber o que está fazendo vestida assim?
Billie pareceu levar minha pergunta em consideração.
— Talvez ao ser transformada em vampiro a pessoa adquira um conhecimento enciclopédico que é instantaneamente atualizado quanto a como se vestir com o propósito de se misturar à sociedade moderna e atrair mais vítimas. — ela apontou para si mesma e me abriu um sorrisão deslumbrante. Seus olhos brilharam, como se estivesse achando graça naquilo. — O que você vê agora é resultado da evolução milenar da genética vampiresca, Elaila. Nada mais.
Ergui uma sobrancelha para ela, cética, e cruzei os braços.
— Para com isso — falei, embora estivesse prestes a rir. — Se esse tipo de coisa existisse, eu não estaria aqui. E voltando: nós não compramos essa roupa que você está usando no shopping. — ela abriu outro sorriso, agora um tanto acanhado.
— Está bem, está bem. Você me pegou. — ela apontou para a televisão. — Tenho visto dramas coreanos na Netflix.
Precisei de um momento para reagir.
— Dramas coreanos?
— Sim — confirmou. — Sabia que, cerca de uma década atrás, o governo da Coreia do Sul começou a investir grandes somas na indústria do entretenimento? O país agora é uma potência nessa área. E tornou vestir seus atores de maneira atraente uma verdadeira ciência. Com nossa ida ao shopping e Pousando no Amor, aprendi muitíssima coisa.
