Elaila Collins é apaixonada por arte, mas está difícil pagar as contas sendo artista. Prestes a ser expulsa de seu atual apartamento, ela precisa encontrar um lugar barato o mais rápido possível. No entanto, quando se depara com um quarto para aluga...
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Carta de Billie Eilish O'Connell a Elaila Collins, com a data de 17 de novembro, confiscada e não enviada
Minha querida Elaila,
Faz quase vinte e quatro horas desde que a vi pela última vez. Nesse meio-tempo, escrevi três cartas para você. Entretanto, se o que o guarda da minha cela acabou de me dizer é verdade, nenhuma delas deixou esta masmorra. Continuarei a escrever diariamente de qualquer maneira enquanto estiver aprisionada aqui - isso me ajuda a me concentrar no aqui e agora em um lugar onde o tempo não tem sentido e uma hora se mistura com a outra. E quem sabe? Talvez em algum momento o mensageiro tenha pena de mim e leve pelo menos uma das minhas cartas deste lugar sem que meus captores notem.
Em resumo: os Peterson não receberam bem minha decisão de não me casar com a filha deles. Minha mãe deve tê-los avisado das minhas intenções, porque, assim que cheguei ao Ritz-Carlton, uma dupla de vampiros incrivelmente fortes e de aparência assustadora estava esperando por mim. Tentei repetidas vezes dizer a eles que não tinha motivo para acreditar que Esmeralda não fosse uma mulher perfeitamente encantadora, que a questão era comigo, e não com ela, mas os dois não pareceram muito interessados em conversar.
Agora aqui estou, aprisionada em uma masmorra em Naperville, Illinois. A cada tantas horas, um guarda me pergunta se voltei atrás e estou disposta a me casar com a srta. Peterson. Sempre digo que minha resposta permanece a mesma.
Como você e eu discutimos, sei como minha vida seria se me casasse com a ela. Rejeitei ativamente tal estilo de vida quando vim para Chicago, tantos anos atrás. Conhecer você só aprofundou minha resolução de não ceder aos desejos de meus captores. Continuo nutrindo a esperança de que, caso a oportunidade de conversar com a srta. Peterson se apresente, eu consiga convencê-la a chegar a um acordo. Ela não se mostrou disposta a me ouvir ontem à noite, mas talvez isso se devesse ao fato de que estava sob o olhar atento dos pais.
Dito isso, considerando tudo, estão me tratando melhor do que eu esperava. Exigem que eu me alimente como outros como nós costumam fazer (um negócio desagradável, que procuro conduzir da maneira mais indolor possível para todos os envolvidos), mas pelo menos estão me alimentando. Também tenho uma cama relativamente confortável, assim como alguns livros para ler e séries de comédia americanas dos anos 1980 para assistir. Elas são bem piores do que os programas a que assistimos juntas (várias delas parecem envolver um carro falante, por exemplo, um conceito ridículo, em que é impossível acreditar). Até onde sei, no entanto, essa masmorra não tem wi-fi, por isso minhas opções de entretenimento são muito limitadas.
Sinto mais saudade sua do que consigo expressar de forma adequada em uma carta. Espero poder lhe dizer isso pessoalmente muito em breve.
