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Diário de Billie Eilish O'Connell, 20 de outubro

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Diário de Billie Eilish O'Connell, 20 de outubro

Caro diário,

Minha nossa.
É possível que alguém como eu morra de vergonha?

Estou à minha escrivaninha às duas da madrugada, tentando desesperadamente lembrar a mim mesma de que a srta. Collins é uma dama. Uma dama cuja beleza supera em muito minha primeira impressão. Uma dama com curvas encantadoras, belas sardas polvilhando a ponte do nariz e uma boca que a partir de agora assombrará meus sonhos - mas, ainda assim, uma dama.

Aparentemente, também devo fazer uma parte traidora da minha anatomia se lembrar disso - uma parte que não responde assim a uma mulher há mais de cem anos.

Meus pensamentos se enveredam por um caminho perigoso, e não sei como proceder. Antes de vê-la quase despida esta noite, tudo que eu buscava na srta. Collins era a oportunidade de observá-la de uma distância respeitável, com o objetivo de, assim, aprender sobre o mundo moderno. Um dia atrás, a ideia de que eu poderia querer qualquer outra coisa dela nunca havia me passado pela cabeça.

Mas agora...
Por Deus, sou a pior e mais vil tipo de patife.

Não sei se os pais da srta. Collins estão vivos. Devo descobrir se é o caso. Se for, precisarei pedir perdão a eles por colocar sua filha em uma posição tão comprometedora. Também devo pedir perdão à srta. Collins, claro. De preferência, com um presente à altura do meu arrependimento. Consultarei Zoe para ver se ela tem ideia do que poderia ser apropriado. (Afinal, ela com frequência precisa pedir perdão a mulheres.)

Até lá, irei ao lago correr, para esquecer minhas frustrações. Já faz tempo demais que não saio para correr. Com sorte, o ar fresco da noite vai esvaziar minha cabeça. Se não for o bastante, talvez os livros que Zoe pegou na biblioteca para mim possam ajudar.

Mudando completamente de assunto, esta noite descobri que existe uma variedade impressionante de opções de artigos para cozinha. Depois de todos estes anos, talvez o século XXI acabe me levando à morte, afinal. Se morar com a srta. Collins não o fizer.

BE.

Elaila Collins

Dormi mais do que de costume na manhã seguinte, me esforçando para sair mais tarde do quarto e não correr o risco de rever Eilish tão cedo, depois do que havia acontecido.

Por sorte, não havia sinal dela quando finalmente dei uma olhada lá fora, carregando no ombro minha bolsa gigante cheia de materiais de arte. Lógico, ela não deveria mesmo estar acordada, considerando que eram onze da manhã. Mesmo assim, soltei um suspiro de alívio ao confirmar aquilo.

𝗺𝘆 𝗿𝗼𝗼𝗺𝗺𝗮𝘁𝗲 𝗶𝘀 𝗮 𝘃𝗮𝗺𝗽𝗶𝗿𝗲 | 𝗯𝗶𝗹𝗹𝗶𝗲 𝗲𝗶𝗹𝗶𝘀𝗵Onde histórias criam vida. Descubra agora