Em um mundo de coroas e bisturis,
Onde o destino tece tramas cruéis,
Ela, princesa de vestidos longos,
Ele, médico ladino, esconde seus ideais.
Na sala do hospital, olhares furtivos,
Entre curativos e segredos sussurrados,
Seus corações dançam em c...
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Para Mary, algo não fazia sentido. Havia uma sensação inquietante, como se algo estivesse fora dos eixos dentro de sua cabeça. Ela pensava que se apaixonar não passava de bobagem, de lendas ou mitos. O amor, para ela, era uma ilusão, uma fantasia.
E agora, ali estavam eles, no esconderijo improvisado de um armário, envolvidos em um abraço apaixonado. O Jack, descia beijos ardentes pelo pescoço de Mary, sua respiração quente deixando um rastro de arrepios na pele dela. De repente, ele parou abruptamente, seus lábios a milímetros da clavícula dela, e levantou o rosto para encará-la.
Mary, ofegante e com o coração acelerado, o olhou de volta. Seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e ansiedade. Um sorriso nervoso surgiu em seus lábios trêmulos. "O que foi?" ela perguntou, sua voz carregada de uma emoção palpável, ecoando na pequena alcova.
Jack a observou intensamente, seus olhos profundos buscando algo no rosto dela. O silêncio entre eles se tornou denso, quase tangível, carregado de tensão e expectativa. Mary sentia cada batida do seu coração pulsar em seus ouvidos, enquanto aguardava a resposta de Jack, cada segundo se estendendo como uma eternidade.
Jack continuou a encará-la por um momento, como se estivesse lutando para encontrar as palavras certas.
Finalmente, ele quebrou o silêncio, sua voz suave e sincera. "Você é linda", ele disse, sua declaração simples, mas carregada de emoção.
Mary sentiu um calor subir por seu corpo, suas bochechas corando intensamente. Ela tentou dizer algo, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Em vez disso, ela apenas sorriu, seus olhos brilhando com uma felicidade que ela não conseguia esconder.
Jack, ainda segurando seu olhar, levantou uma mão e acariciou suavemente o rosto dela, o toque dele leve e cheio de ternura.
"Não consegui evitar de te dizer isso", ele continuou, sua voz um pouco rouca pela emoção. "Desde o momento em que te vi, você me encantou. E agora, aqui, tão perto, eu só consigo pensar em como você é maravilhosa."
Sem encontrar as palavras certas para responder, ela se inclinou para frente e o beijou.
O beijo foi suave no início, um toque tímido e hesitante que logo se intensificou à medida que a paixão entre eles crescia. Mary podia sentir o coração de Jack batendo tão rápido quanto o seu, e essa sincronia a fez sentir-se mais conectada a ele do que nunca.
Jack respondeu ao beijo com igual fervor, puxando Mary para mais perto, suas mãos deslizando pela cintura dela, segurando-a como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo. O mundo exterior desapareceu, e naquele momento, só existia o calor e a urgência de seus lábios se encontrando.
Até um discreto coçar de garganta os fez se separar abruptamente.
Hetty, olhava de Jack para Mary com uma expressão divertida. "Tem uma nova paciente," disse ela de forma direta, seus olhos brilhando com uma pitada de curiosidade. "Perdão por interrompê-los," acrescentou, fechando a porta com um sorriso contido.
Mary soltou um longo suspiro, tentando recompor-se. "Vamos ter que começar a trancar as portas," murmurou, um sorriso meio embaraçado, meio cúmplice, surgindo em seus lábios.
Jack riu suavemente, seus olhos ainda fixos em Mary com um brilho afetuoso. "Parece uma boa ideia," ele concordou, puxando-a para um beijo rápido.
Ele se afastou ligeiramente, encostando sua testa na dela. "Você vem?" perguntou baixinho, seu tom cheio de carinho.
Mary concordou com a cabeça, um sorriso tímido iluminando seu rosto. Jack sorriu de volta, dando um passo para trás, embora relutante, preparando-se para retornar ao trabalho.
Os dois trocaram um último olhar cheio de significado antes de Jack da pequena sala, e seguir em direção a sala de cirurgia.
Ao adentrar na sala de cirurgia, a princesa se deparou com Jack e Sneed jogando uma moeda para o alto. Sneed, ao ver o resultado da moeda, exibiu um sorriso de vitória para Jack, que revirou os olhos com desdém. No momento em que percebeu a presença da princesa, Sneed olhou animadamente na direção de Mary.
"Mary, como vai?" Ele disse, forçando um sorriso exagerado.
"Princesa Mary." Mary o corrigiu com um tom de seriedade.
Essa correção arrancou um sorrisinho de Jack, que abaixou a cabeça para tentar esconder sua satisfação. Sneed engoliu em seco, ajustando sua postura nervosamente.
"É assim que decidem quem vai realizar a cirurgia?" Ela questionou, lançando um olhar para os médicos à sua frente.
Mais uma vez, Sneed exibiu um sorriso vitorioso. "Não se preocupe, princesa. Eu já realizei uma cirurgia em apenas 43 segundos."
Jack soltou uma risada sarcástica. "Ouvi dizer que não é só isso que você faz em 43 segundos."
Mary soltou uma risada surpresa com o comentário de Jack e imediatamente cobriu a boca com a mão.
O sorriso de Sneed desapareceu, substituído por uma expressão carrancuda. Ele olhou para os dois e se dirigiu para a sala de cirurgia.
Mary lançou um olhar penetrante para Jack, que exibia um sorriso encantador em seu rosto. "E como você ficou sabendo disso, Doutor Dawkins?", ela perguntou, com um tom irônico, enquanto mantinha um sorriso malicioso no rosto.
Ele deu de ombros despreocupadamente. "Apenas ouvi alguns boatos", respondeu, aproximando-se da princesa.
Antes que ele pudesse chegar perto de tocar Mary, Belle adentrou pela porta, chamando a atenção de ambos.
"Jack", disse Belle, dirigindo o olhar para os dois. "Mary", acrescentou, fazendo uma reverência discreta em direção à princesa.
Mary lançou um último olhar para Jack e virou-se para observar a cirurgia, enquanto Jack acenava brevemente para Belle e se aproximava da princesa. Belle, com passos lentos, parou ao lado de Jack.
"Você não vai entrar?", perguntou Belle a Jack.
Ele balançou a cabeça negativamente. "Ele ganhou na moeda", explicou.
"É assim que vocês decidem quem vai realizar a cirurgia?", questionou Belle retoricamente.
"O que ela precisa?", indagou Belle.
"Ligadura da carótida", respondeu Jack de forma simples.
"Ele é capaz de fazer isso?"
"Talvez", respondeu ele, dando de ombros.
"E o doutor Dawkins seria capaz?"
Mary soltou uma risada sarcástica. "É óbvio", afirmou, enquanto observava atentamente o que Sneed estava fazendo.
