Capítulo 8 - Ferramenta

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Após os eventos no cinema, Liu Mei finalmente se preparava para ter sua tão esperada conversa com a Dama Pálida. Ao chegar em casa, ela seguiu sua rotina habitual, tentando processar tudo o que havia acontecido.

Enquanto realizava seus afazeres, sua mente vagava pelos momentos tensos do cinema. Sentia-se orgulhosa por ter lidado sozinha com a situação, mas não conseguia afastar os pensamentos sobre o quanto tudo poderia ter dado errado. A lembrança das criaturas, do perigo iminente e da sua reação instintiva ainda pairava sobre ela, causando um calafrio que subia pela sua espinha.

Liu Mei sabia que precisava ser mais cuidadosa no futuro. Cada detalhe daquela noite a lembrava da linha tênue entre o sucesso e o desastre. A sensação de ter sobrevivido por um fio fazia seu coração bater mais rápido, mas ao mesmo tempo, alimentava uma determinação renovada.

Ela estava assustada, sim, mas o medo não a paralisava. Em vez disso, a incentivava a se preparar melhor, a ser mais vigilante e a compreender as forças que agora faziam parte de sua vida. Sabia que a conversa com a Dama Pálida era crucial para entender mais sobre seu papel.

Liu Mei deitou-se na cama, sentindo o cansaço acumulado em seu corpo. Seus olhos pesavam, mas sua mente estava alerta, esperando por algum sinal. Ela sabia que a Dama Pálida logo se manifestaria. Ao fechar os olhos, sentiu uma estranha tranquilidade, como se estivesse prestes a entrar em um território familiar e ao mesmo tempo desconhecido.

De repente, o quarto perdeu suas paredes, e uma forte luz a cegou como o flash de uma câmera. O vazio onde a Dama Pálida costumava residir agora revelava, ao longe, um farol antigo e sombrio, emanando uma luz intermitente que cortava a escuridão.

- Devo admitir que você me surpreendeu bastante - disse a Dama Pálida enquanto sua voz ecoando no vazio.

- Por quê? - Liu Mei perguntou, ainda tentando ajustar seus olhos à luz brilhante.

- Pensei que fosse correr chorando para sua irmã em busca de ajuda - respondeu a Dama com seu rosto ainda coberto pelas sombras do local.

A luz do farol parecia pulsar com cada palavra da Dama, iluminando brevemente o rosto perplexo de Liu Mei. Ela sentiu um misto de alívio e apreensão ao perceber que finalmente teria algumas respostas. A atmosfera ao redor era pesada e cheia de expectativa, como se o próprio ar estivesse esperando pelas revelações que estavam por vir.

- Eu sei me virar sozinha - afirmou Liu Mei com firmeza, embora sua voz tremesse levemente.

- É, claro que consegue! Então vamos para as perguntas - retrucou a Dama Pálida com um tom sarcástico.

- Espero que já esteja com elas prontas. Odeio ficar esperando - disse a Dama, impaciente.

- Na verdade, eu não tive muito tempo pra pensar... - Liu Mei admitiu, sentindo-se pressionada.

- Que pena. Dez segundos para perguntar algo, ou pode ir embora - a Dama Pálida disse enquanto se sentava no vazio.

Liu Mei respirou fundo, tentando ordenar seus pensamentos rapidamente.

- Quem é você? e por que você está me ajudando? - perguntou Liu Mei, a ansiedade evidente em sua voz.

O farol fazia uma dinâmica onde a pessoa que falava ficava com a luz ao seu lado enquanto a outra ficava no escuro.

- Meu nome já foi Jian... Hoje em dia, não me importo mais com isso, talvez esteja faltando algo - A Dama pálida suspirou enquanto suspirou.

- Minha intenção é recuperar algo que perdi há muito tempo. E você, Liu Mei, é a chave para isso. Eu apenas sigo meus próprios interesses. Ajudo você porque é útil para mim. -

Rastro dos Antigos Terror imensurávelOnde histórias criam vida. Descubra agora