Um pedindo de socorro.

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Já eram 00:40 quando o telefone tocou.

- Alô. – Falei no escuro do meu quarto.

- Luk? – Era alguém com voz de choro.

- Quem é?

- Sou eu, Lucas.

- Aconteceu algo? – Disse assustado.

- Eu não sabia para quem ligar. – Agora escutei o choro claramente. – Eu briguei com meu pai e sai de casa escondido.

- Onde você esta? Calma, eu vou até você, só me diga onde você esta.

- Eu estou na praia, sentado na beira do mar.

- LUCAS, CALMA, EU TO INDO AI. NÃO FAÇA NADA, ME DIGA EM QUAL PARTE VOCÊ ESTA?

Fiquei falando com Lucas pelo telefone enquanto vestia uma camisa e saía de casa sem ninguém perceber, peguei minha bike e fui atrás dele. Ele chorava muito pelo telefone, eu corria o máximo que pode até chegar à praia. Quando cheguei onde que ele me disse que estava, o vi sentado na areia agarrando o joelho e de cabeça baixa, ele estava vestindo um casaco preto. Não tinha ninguém na orla, só os moradores de rua.

- Lucas o que houve? – Perguntei quando cheguei perto o bastante dele.

- Meu pai, aquele desgraçado. Eu o odeio. – Gritava.

- Ei, ei, calma, eu to aqui. – Coloquei a mão no obro dele – Você quer me contar o que aconteceu?

- Eu não to aguentando mais. – Ele chorava muito.

- Ei, olhei para mim. – Ele olhou – Se concentre em mim, eu estou aqui com você, me conte o que aconteceu.

- Ele tentou me bater hoje.

- Por quê?

- Estávamos jantando e eu comentei sobre um filme com minha mãe e ele mandou eu calar minha boca, então minha mãe disse para eu continuar, ele começou a gritar dizendo que queria silêncio. Minha mãe mandou eu me levantar e disse que ia escutar o que eu tinha para dizer na cozinha mas na hora ele não deixou, disse que queria todos na mesa terminando o jantar. Minha mãe começou a discutir com ele, então do nada ele quebrou os pratos e os copos da mesa e disse que tudo era minha culpa, que eu gostar de homem era humilhante para ele, disse que quando olhava para mim sentia nojo e vergonha, que meu irmão nunca ia ser como eu, então minha mãe foi para cima dele e eu tentei defende-la, ele me empurrou e minha mãe ficou com mais raiva, ele veio para cima de mim e pegou no meu pescoço, minha mãe o empurrou e mandou eu subir e trancar a porta.

Fiquei imaginado a cena e uma grande raiva cresceu em mim, saber que Lucas foi quase agredido e Jennifer também me deixou furioso. Minhas tremiam, eu queria bater neque maldito, como ele podia ter essa atitude com o filho e a esposa? Cada vez odiava mais Miguel.

Eu não sabia o que falar mas tinha fazer algo. Sentei ao lado dele, ele chorava e com razão, tirei minha mão do ombro dele.

- Lucas – Ele olhou.

Então, o beijei. O rosto dele estava molhado e frio, mas os lábios estavam quentes, minha língua não queria se separar da dele mas ele me empurrou. Ele me encarou assustado, com os olhos arregalados.

- ME DESCULPE, EU DEVIA, EU NÃO SEI O QUE DEU NA MINHA CABEÇA.....

Então ele me puxou e me beijou de novo, agora mais intensamente, eu segurei a nuca dele com minha mão direita, nossos lábios pareciam que estavam se alimentando um do outro, agora ele que estava segurando minha cabeça com força. Depois de alguns segundos ele me olhou.

- Será que preciso me desculpar de novo? – Falei com um leve sorriso.

- É assim que você acalma as pessoas? - Falou rindo

- Não. - Senti meu rosto quente. 

Ele tinha se acalmado.

- Vou levar você para casa. Acho que você precisa deitar e esfriar um pouco a cabeça.

Ele concordou e foi comigo em direção à avenida. Ele não falou nada até o caminho de casa e eu fiquei um pouco envergonhado, nunca tinha feito aquilo, principalmente em tais circunstancias.

- Er, não conte o que aconteceu a sua mãe. – Falei envergonhado.

- Não vou contar. – As bochechas dele ficaram avermelhadas

- Amanhã a gente se vê e... Qualquer coisa me liga.

- Sim. – E entrou rapidamente.

CARAMBA O QUE FOI QUE EU FIZ.

Onde você esta agora? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora