Uma mão lava a outra.

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Ele era loiro, mais ou menos da minha altura, tinha olhos azuis, não era musculoso, tinha um corpo definido, olhando de perto parecia alguém famoso, uma estrela de cinema, seu cabelo tinha um corte natural, estava vestindo uma bermuda longa jeans com uma camisa branca. Ele era lindo, uma beleza natural exatamente como sua mãe.

Seus olhos se encontraram com o meu, depois de alguns segundos parado deu meia volta e voltou pelo mesmo caminho que veio. Jennifer fez um movimento que ia se levantar mas Miguel segurou se braço e disse que não com a cabeça.

- Rafael, suba as escadas e siga em frente, terceira porta a esquerda. – Falou claramente.

- MIGUEL? – aumentou o tom de voz, Jennifer – ELE É UM ESTRANHO.

- Já conversamos sobre isso Jenny. – Foi como ele chamou a esposa.

Eu olhei para os dois, Jennifer tinha mudado, o rosto estava diferente, parecia raiva, seus olhos pareciam que ia pegar fogo mas Miguel continuava do mesmo jeito porém segurando o braço da esposa. Eu percebi claramente que algo ia acontecer naquela mesa e antes que as coisas ficassem piores, tomei coragem e falei:

- Senhora Jennifer, acho melhor ir no meu lugar, diga a ele que quero conversar, trocar algumas palavras e que depois disso vou embora.

Miguel olhou para mim como um cão raivoso mas eu sabia que ele não ia falar nada na frente da esposa. Ele soltou o braço dela e ela se levantou da cadeira delicadamente, seu rosto tinha mudado novamente, agora ela esta com uma expressão mais serena. Ao sair da sala Miguel falou num tom grosseiro:

- Nunca mais faça isso, você esta me entendendo?

- Senhor, hoje é o primeiro dia, precisamos ir com calma.

- Não ouse tirar minha palavra na frente de das pessoas, principalmente na frente da minha família.

- Me desculpe. – Disse com um tom mais firme – Mas você mandou eu me aproximar dele e não é dessa forma que vou ganhar a confiança do seu filho.

- Eu sei o que estou fazendo, não me desobedeça mais.

- Não vou senhor. – Baixei a cabeça.

Não sabia se ia aguenta aquilo por muito tempo, não fazia nem uma hora que eu tinha chegado e esse homem já esta me tratando como se fosse meu dono. Meu medo começou a se transformar em raiva.

Jennifer voltou a sala depois de alguns minutos e acenou com a cabeça fazendo o gesto que sim.

Sai da sala, andei um pouco e encontrei as escadas, subi e fui em direção à porta que estava aberta. Lucas estava na cama sentado virado de costas para porta.

- O que você quer? – Falou forçando a voz para fazer ser mais grosso.

Era o quarto dele, cheio de pôster de filmes e muito livros, o teto estava decorado como se fosse para ser o céu a noite, tinha um computador, TV e PS3, estava tudo bem organizado mas estava meio escuro, as janelas estavam fechadas.

- Fazer um acordo. – Disse.

- Não quero nada de você, pode ir embora. – Ele tinha chorado.

- Infelizmente não posso fazer isso.

- Sai do meu quarto, você já falou o que tinha que falar.

- Me escute e prometo que se você não aceitar meu acordo vou embora, só me escute.

Ainda sentado e virado de costas, ficou em silêncio.

- Posso presumir que isso seja um sim. Você sabe por que estou aqui?

O silêncio permaneceu.

- Seu pai... – O vi apertando a colcha da cama –... Contratou-me, quero dizer, tipo você sabe. - Parei e Respirei fundo.

Tomei coragem e entrei no quarto, fechei a porta e fui em direção a ele. Ele se assustou com a minha atitude e antes de abriu a boca para falar algo, me agachei e disse:

- Veja, não temos tempo para isso agora, você me ajuda e eu lhe ajudo. Eu sei que essa ideia do seu pai é maluca e idiota mas eu tive que aceitar por motivos pessoais, eu não sou uma pessoa ruim e não vou te forçar a nada, só quero que você finja do mesmo jeito que eu estou fingindo, não vou fazer nada com você, eu prometo, mas na frente do seu pai você terá que ser um excelente ator, se você não fizer isso... Se eu for embora ele vai achar outra pessoa e isso vai piorar, dou minha palavra que só serei seu amigo, isso se você quiser. Olhe não vai ser fácil, passei três dias pensando sobre o assunto e essa é a melhor solução no momento. Você só precisa fingir, não sei quanto tempo isso vai durar mas preciso muito que isso dê certo. Você pode esta pensado barbaridades sobre mim mas acredite, eu só estou aqui porque preciso.

Ele olhou para mim com olhos de desconfiança e baixou a cabeça.

- Lucas – Foi a primeira vez que o chamei pelo nome – Confie em mim, se fizermos tudo certo nós dois sairemos ganhando, mas se eu for embora outra pessoa vai vim e tudo pode ser mais horrivel do que esta sendo.

Vi pelo seu rosto que ele tinha entendido, agora estava mais calmo.

- Meu nome é Rafael, mas me chame de Luk. – Estendi a mão para cumprimenta-lo.

- Meu nome é Lucas, mas isso você já sabe. – Falou em tom de ironia.

- Ok Lucas vamos voltar para sala e agir normalmente, depois conversaremos mais sobre nosso segredo.

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