"A Esperança" é a última que morre.

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Depois de conversar com Lucas o café da manhã ficou mais tranquilo, Miguel saiu para trabalhar e só ficamos eu, Lucas e Jennifer na casa. Jennifer foi para outro cômodo da casa e ficamos eu e Lucas. Precisava de mais informação do que estava acontecendo dentro daquela casa, mas não podia sair perguntado tudo que eu queria de uma vez só.

- Lucas – Ele ainda olhava desconfiado – Quantos anos você tem?

- Quero falar sobre o acordo. – disse.

- Ok, vamos então.

- O que meu pai lhe pediu para fazer? – Perguntou com olhos de curiosidade.

Eu não podia falar, era uma das três regras e se dissesse qualquer coisa podia entrar numa fria maior ainda.

- Não posso falar.

- Como você quer fazer um acordo comigo se escode as coisas?

Ele estava certo, eu não sei quem tinha mais segredos ali, se era eu ou eles.

- No seu quarto – Mudei de assunto – Tinha vários pôsteres de filmes e bastantes livros.

- Sim e daí?

- Tem um filme passando no cinema, eu não sei se você já assistiu, é sobre um livro que vi no seu quarto, quer ir comigo? Lá podemos conversar um pouco.

A ideia o fez esquecer o que tinha me questionado.

- Talvez, preciso pedir a minha mãe. – Respondeu.

- Tá certo, você quer que eu vá pedir ou você vai?

- Não, eu vou. Fique aqui. – Pediu

Quando ele saiu eu peguei o telefone que o Sr. Miguel me deu e liguei para ele.

- Alô – Falou com uma voz grossa.

- Senhor, sou eu Rafael, eu e seu filho vamos ao cinema, eu o convidei e ele aceitou, estou ligando para avisar.

- Hum, cinema... Você sabe das regras, né?

- Sim, "só amigos".

- Está certo. Jennifer não falou nada?

- Não, Lucas foi pedir a permissão a ela.

- Caso ela não deixe, diga que eu deixei.

- Ok, era só isso.

Desligou na cara e nem disse tchau, mas eu devo me acostumar. Lógico que não vou fazer isso, se Jennifer não deixar, vou inventar algo para fazer, não posso dizer que o pai dele deu permissão, ela e Lucas iam saber que eu liguei para ele.

Lucas voltou depois de alguns minutos e disse que sua mãe deixou mas que voltasse logo.

- Ótimo – Falei alegremente e sorrindo – se sairmos agora, dá tempo de pegar a próxima sessão.

- Nosso motorista vai nos levar. Vou me trocar.

- Não, não, você esta ótimo assim, está lindo. – NÃO ACREDITO QUE FALEI ISSO.

Ele ficou envergonhado, vi ficar vermelho um pouco.

- Quero dizer, é melhor irmos logo se não perdemos a sessão.

- Ok, vamos.

Olhei minha carteira e vi que estava com o cartão que Miguel me deu. (quando recebi o celular, veio um cartão de credito junto com meu nome).

Chegamos ao cinema e compramos as entradas, a sala estava um pouco vazia por causa do horário, já ia dar meio dia. Não sabia por onde começar mas tinha que puxar papo.

- Você assistiu o anterior? – Perguntei como se não quisesse nada.

- Sim.

Ele parecia estar em outro mundo, acho que não saia muito. Precisava quebrar aquele gelo. Entramos na sala e quando o filme começou eu perguntei:

- Você é daquelas pessoas que se incomodam com gritos e euforia?

- Não.

- Ótimo.

Ele olhou para mim e não entendeu ao certo porque eu disse aquilo.

Uma coisa que Lucas não sabia era que eu amava aquele filme e já tinha assistido duas vezes (fã de carteirinha). Então comecei.

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Ele olhou para mim com os olhos arregalados.

- Eu perguntei, ué.

- GALE, CORNO ASSUMIDO SAI DAÍ. – Estava gritando sozinho na sala.

Lucas deu uma pequena risada.

- UHHHHHHHHHHHHH SAI DAI DESGRAÇADO, VAI MORRER MISERÁVEL.

- O povo ta olhando. – Falou Lucas, rindo.

- VEIO PORQUE QUIS, SOU FÃ, QUEM ESTIVER INCOMODADO QUE SAIA. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH FINNICK.

Agora ele estava rindo muito, consegui quebrar um pouco o gelo (mas não foi tão proposital, eu grito mesmo no cinema, tenho esse pequeno defeito).

- PRIM JÁ TO CHORANDO. – Levantei os dedos.

- Por favor, para. Eu estou com vergonha – Ria sem parar.

- Não parece – Agora eu estava rindo – EFFIE RAINHA. É ISSO MESMO.

Nós riamos sem parar, tinha gente que estava indo embora antes mesmo do filme acabar. No final do filme eu já não estava mais gritando, estava chorando, ver Peeta daquele jeito me partiu o coração (e olha que eu assisti duas vezes). Olhei para Lucas e ele também tava chorando.

- MAS VAI DAR A VOLTA POR CIMA, SNOW VAI PAGAR CARO. – Gritei novamente.

O filme acabou e saímos da sala, olhei para ele.

- E ai gostou do filme?

- Sim – disse sorrindo – Mas acho que outras pessoas não.

- Dane-se, eu sou fã, tem que gritar mesmo. – Falei alto e rindo.

- Você já tinha assistido?

- Sim, duas vezes.

- E Por que veio assistir de novo? Por causa de mim?

- Bem, sim e não. Precisávamos quebrar um pouco esse gelo e também eu queria ver de novo. Gosto muito de filme e sempre venho sozinho mas hoje tive companhia. No cinema eu me sinto mais livre, me desculpe se fiz você passar vergonha.

- Não, foi legal. – Falou alegremente–  21.

- O que? 

- Tenho 21 anos.

- Ótimo, porque da próxima vez a gente vem fantasiado, eu de Capitão América e você de Homem de Ferro, e vamos fazer.... – Continuei falando.

- O QUE???

- Estou brincando

- Ah

- Mas eu venho, vou comprar uma mascara e um escudo pequeno, vai ser tão legal...

E saímos rindo pela entrada do cinema.

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