A Chave.

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- O que você esta fazendo no escritório de Miguel?

MERDA, o que eu vou dizer? Fui tão cauteloso e me esqueci de Jennifer, mas que droga.

- Sr. Miguel me ligou e pediu que eu verificasse a mesa dele atrás de um documento que ele esqueceu.

- Estranho, o Miguel é muito organizado, nunca esquece nada.

- Mas ele não esqueceu, pelo menos não aqui, a mesa dele esta bem organizada e não tem nenhum documento. O escritório dele é enorme, cheio de livros. – Tentei disfarçar.

- Ele gosta de espaço. – Disse me encarando.

- Desculpa senhora, eu deveria ter lhe avisado antes.

- Não, está certo, se seu patrão mandou você tem que obedecer.

- Eu conversei com Lucas, ele já acordou.

- Onde ele esta?

- Ele foi comer algo.

- Você contou o que conversamos? – Perguntou calmamente.

- Sim, mas ele tá bem.

- Vou vê-lo então, você vai?

- Sim.

Jennifer seguiu pelo corredor comigo até chegar à sala de jantar, Lucas estava tomando café da manhã.

- Bom dia mãe. – Disse sorrindo

- Bom dia meu filho, esta tudo bem?

- Sim, e a senhora?

- Estou bem. – Falou com uma expressão de alivio.

- Luk senta ai, tem torta de chocolate.

- Claro, com licença. – Me sentei e cortei uma fatia.

- Mãe estava pensando em ir ao shopping, eu queria que a senhora fosse comigo. – Disse entusiasmado.

- Claro, vamos fazer o que?

- Comprar algumas coisas, ir ao cinema, depois comer pizza.

- Wow, parece que você acordou animado. – Jennifer falou sorrindo.

- Sim, graças ao Luk.

Me engasguei na hora.

- Como assim? – Perguntou curiosa.

- Ele bem animado quando é para acordar alguém. – Falou olhando para mim.

EU MATO O LUCAS. MEU DEUS JENNIFER NÃO É BESTA, ELA VAI NOTAR ALGO.

- E também a ideia foi dele, disse que seria bom para se distrair.

- Hum, então ok.

- ÓTIMO, estou terminando aqui e vou me arrumar. Nós três, vai ser ótimo. – Falou como uma criança de tanta felicidade.

Então Lucas terminou de comer e subiu junto comigo e Jennifer para se arrumar, Jennifer entrou no quarto e nós seguimos para o dele. Quando entramos no quarto dele, tranquei a porta e empurrei ele na parede.

- O que foi aquilo, você quer foder comigo? – Estava segurando ele pelos ombros.

- Sim mais não dessa forma. – Falou rindo.

- Seu... – Beijei ele, peguei em seu cabelo e pressionei ele contra a parede, sua boca estava doce por causa da torta. Minha vontade foi jogar ele na cama de novo mas me controlei.

Parei e olhei para ele.

- Não faça isso mais, sua mãe não é burra. – Disse já calmo.

- Está certo. – Não tirava o sorriso do rosto.

- O que eu faço com você hein? – falei sussurrando em seu ouvido, ele riu mais ainda.

Lucas me emprestou uma camisa e me deu uma escova de dentes. Ele tomou banho e logo ficou pronto, saímos do quarto e encontramos Jennifer na sala. Lucas estava muito animado, nunca o vi assim, Jennifer sorria com as coisas que ele falava, então saímos, entramos no carro e fomos fazer compras.

Chegando no shopping, fomos logo comprar roupas, Jennifer e Lucas tinha um gosto bem parecido com o meu, primeiro compramos algumas camisetas e bermudas, depois foi Jennifer, pegou umas 15 peças de roupa e foi provar, pedia conselho sobre tudo. Lucas tinha incorporado um estilista, dava dicas e conselhos, eu estava com um pouco de vergonha, as lojas que íamos eram tudo de alto escalão, os vendedores só faltavam lamber os pés da gente, perguntavam se queríamos algo de cinco em cinco minutos. Depois de muito tempo Jennifer só levou dois vestidos, Lucas tinha comprado mais que ela. Ele comprou coisas para mim, eu dizia que não queria mas ele me ignorava, como a gente tem mais ou menos o mesmo corpo ele dizia que era para ele mas eu sabia que não era. As comprar acabara e então fomos para o cinema.

- Mãe, a senhora liga para gritos e euforia no cinema? – Perguntou rindo.

- Não sei, faz tempo que não venho ao cinema.

- Luk sabe animar as coisas. – Olhou para mim rindo.

Se ele tava pensando que eu ia me animar demais na frente de Jennifer, ele tava enganado.

- Não vale ficar tímido – Falou para mim – Da ultima vez ele disse que ia vim fantasiado de Capitão América.

Procurei um buraco para enfiar minha cabeça e não achei.

- Eu gosto do Capitão América, ele é gostoso – Falou Jennifer rindo.

Olhei para ela e dei um pequeno riso. Eu estava começado a ver ela de um modo diferente, ela era legal só precisa mais de tempo para quebrar o gelo. Entramos na sala e vimos um filme de ação (infelizmente, eu não me controlei) Jennifer e Lucas riam muito com meus gritos, (Eu não consigo ficar calado. Se minha vida fosse "Todo mundo em pânico 2" com certeza eu seria a Brenda). O filme acabou e nós saímos rindo do cinema, eu já estava um pouco relaxado na frente de Jennifer. Enquanto descíamos a escada rolante eu vi uma loja de chaves e me lembrei da chave da caixa que encontrei.

- Vocês podem ir na frente, eu vou ali ver uma coisa, é rápido.

- Você vai querer comer o que? – Perguntou Jennifer.

- Pizza.

- Que sabor?

- Amo todos. – Falei rindo.

- Ótimo, vamos pedir uma enorme. - Disse Lucas.

Eles foram para praça de alimentação e eu fui na loja de chaves, era bem antiquada e acho que o dono ia saber me responder o que eu queira saber.

- Boa tarde senhor, eu me mudei faz pouco tempo e encontrei isto no chão de um dos quartos. – Mostrei a foto da chave – O senhor sabe dizer a origem? Eu tentei em todas as portas e não funcionou.

Ele colocou os óculos e olhou para foto.

- Você encontrou isso na sua casa? – Perguntou sem entender

- Sim, por quê?

- Não é uma chave comum, é uma chave antiga usada muito em orfanatos antigos, a numeração no topo da chave é uma referencia a pessoa que à possuía, ou seja, o órfão. Elas são feitas pelas freiras do orfanato, estanho você encontrar nessa região.

- Estranho? – Perguntei com muita curiosidade.

- Sim, geralmente os órfãos que tinham essas chaves guardavam com muito cuidado e muitas vezes trocavam com outros órfãos.

- Trocavam, como assim?

- As freiras diziam que trocando a chave com outro órfão você trocava uma parte de você e assim sempre se lembraria do outro, como se você desse a chave da sua confiança ou coragem, até mesmo coração. Você tem um celular ai?

- Tenho sim, por quê?

- Olhe o teclado dele, veja que tem números e letras né? Antigamente era normal pessoas fazerem códigos secretos. Na chave tem 2667 se você converter em letras fica...

- AMOR.

- Sim, e o mais impressionante é que naquela época não tinha celular, ou seja, quem escolheu esses números era bastante inteligente, além de amoroso como a própria palavra diz.

IMPOSSÍVEL.

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