7 - Os 30 dias

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Olá, piticos! 😊

Segue a atualização do penúltimo capítulo de Atraídos.

Preparem seus corações!

Boa leitura! 💜
 
 

🔥🔥🔥

– Ah...Céus...Ai, Gu! ...Hm

 
Taehyung gemia com o rosto enterrado no travesseiro. Seus sons manhosos e ofegantes abafados pela superfície macia.
 
O corpo deitado em sua própria cama, de bruços, bumbum arrebitado e o rosto de Jeongguk enfiado entre as duas bandas fartas. As mãos espalmando-as, dando acesso para que sua língua continuasse deslizando gostoso em estocadas incessantes no buraquinho melado de saliva. Sentindo as preguinhas desabrocharem, dando passagem ao seu músculo propositalmente endurecido. A bordinha se fechando ao redor da língua de Guk, comprimindo-a. Jeongguk comia Tae com sua boca atrevida e habilidosa. A mesma boca que o beijava tão gostoso e que enchia seus ouvidos de palavras sujas durante o sexo.
 
– Hm...Hm – Guk também gemia, se deliciando com aquele pedacinho tão íntimo e escondido do corpo bonito de Taehyung. Devorando-o do jeito mais indecente possível. Proporcionando ao Kim sensações eletrizantes de prazer.
 
Após o banho, enfim haviam tomado café juntos, Tae sentado no colo de Guk recebendo muitos beijinhos e comidinhas na boca, itens entregues pelo rapaz bonito de fios azuis.
 
O namorado do melhor amigo.
 
Informação que no momento estava sendo fortemente ignorada por ambos.
 
Só queriam se curtir. Se entregar. Ficar ali bem juntinhos, grudadinhos. Esquecidos pelo mundo exterior.
 
Eles pareciam um casal de namorados apaixonados.
 
Tudo era motivo para gracinhas, cosquinhas e beijinhos doces.
 
Roupas sendo quase um item supérfluo, tamanha a sua falta de utilidade. Além disso, para que usar? Se sabiam que em pouco tempo elas estariam jogadas pelo chão.
 
Transaram mais duas vezes, depois da primeira na poltrona.
 
A próxima foi após o café. Jeongguk o curvou sobre a pia e o estocou com brusquidão. Entrando bem fundo, com violência. Fazendo o rapaz submeter-se a si, mostrando-lhe uma dominância selvagem. Estimulando a próstata de Tae e o fazendo se derramar e sujar o chão da cozinha. Acompanhando-o em seguida. Era tanto fogo que Tae nem precisou estimular seu membro, assim como na primeira vez dos dois.
 
O próximo cenário da transa deles foi na cama de Tae. Com Jeongguk entre suas pernas, os lábios grudados em um beijo quente, as partes íntimas também aquecidas e a temperatura subindo a cada friccionar entre as intimidades. Estocadas ritmadas. As unhas de Tae arranhando as costas de Jeongguk, deixando marcas que durariam vários dias.
 
O membro de Guk comprimido pelo interior de Tae e aquecido pelo seu calor. O do Kim sendo esfregado pelo aperto dos dois abdomens.
 
O triscar entre os dois corpos, as entradas contínuas, os beijos bagunçados e gostosos. Camadas de tesão sobrepostas.
 
O quarto de Tae envolvido por uma atmosfera de um desejo profundo e genuíno. A concretização dos anseios outrora reprimidos.
 
O orgasmo atingindo os dois corpos ao mesmo tempo, como se estivessem conectados de um jeito mais íntimo do que o próprio sexo conseguia ser.
 
Gozaram com as bocas seladas, com sorrisos frouxos nos lábios, com olhos que se conectavam tanto quanto as intimidades dos dois estavam naquele momento.
 
Os dois corações pulsando tanto quanto o membro de Jeongguk pulsava dentro de Tae e a entradinha do Kim pulsava em torno de Guk.
 
Cada foda mais intensa que a outra. O corpo alheio recebendo marcas profundas e intangíveis do sexo quente e voraz que realizavam.
 
E agora, o desafio de Jeongguk era levar Tae ao ápice novamente somente com a habilidade de sua língua e seus dedos.
 
Ele enterrava seu músculo rosado naquela cavidade, estimulando-a, fazendo Tae sentir mais e mais prazer. Tremelicando-se todinho com o frenesi que sentia por conta das enterradas atrevidas que seu cuzinho sofria.
 
Tirou-a e beijou o buraquinho uma, duas, três vezes. Chupou-o, fazendo um barulhinho molhadinho. Deslizou sua língua pelo períneo, lambendo-o até chegar aos testículos. Chupou um por vez, ouvindo Tae quase gritar de delírio. O som abafado pelo travesseiro. Deliciosamente manhoso. Sorriu sacana e voltou com a língua pelo períneo novamente, sentindo a pele lisinha e macia acariciar seu músculo rosado. Soprou seu hálito quente sobre o cuzinho que se contraía sem cessar, em seguida voltou a invadi-lo com a língua  e com o dedo médio. Não tardando em encontrar e esfregar o pontinho oculto.
 
Tae estremeceu seu corpo. Espasmos percorrendo braços, pernas e tronco. Gemidinhos mais frequentes.
 
Os olhos revirando-se e o calor emanando do interior.
 
Um novo orgasmo sendo puxado para fora e o fluído brotando do membro ereto de Tae, melando o lençol abaixo de si.
 
Um grunhido do Kim denunciando que Guk havia atingido sua meta com louvor. O Jeon sentindo o pulsar do ânus em volta do seu dedo e língua. Apreciando o músculo anal de Tae se contrair. O corpo bonito tremelicava e o Kim sentia seu coração trovejando dentro do peito. Suor beijando sua pele.
 
Ao cessarem os espasmos, Guk retirou-se de dentro do Kim. Ajoelhou-se entre as pernas abertas e a bunda levemente empinada ainda.
 
Passou a estimular seu pau que doía pela rigidez. A mão se fechando no diâmetro de seu órgão e massageando-o com movimentos de sobe e desce. Pressionando as veias ressaltadas, vendo a fenda pingando. Bombeadas consecutivas. Golpes firmes e precisos.
 
Uma masturbação acelerada, escalando em busca do clímax que se formava a cada formigar no baixo ventre. A cada punhetar do pulso.
 
Os olhos de Jeongguk pincelando o corpo bonito do rapaz. As coxas fartas, a bunda carnuda, a curva acentuada na lombar, as costas morenas, os cabelos espalhados, parte nas costas, parte no colchão e travesseiro. O subir e descer do tronco acobreado que evidenciava a respiração ofegante. Um corpo masculino e sensual.
 
Guk estava ali. Na cama dele. Entre as pernas dele. Vendo o corpo que já havia experimentado e gostado demais. Que em tão pouco tempo já se tornara sua obsessão.
 
Sua respiração estava cortada por causa dos movimentos de vaivém que só aumentavam. Espalhou o líquido seminal pelo membro para deslizar mais fácil. Embora também ainda tivesse um pouco de lubrificante na palma de sua mão, que havia usado para dedar Tae.
 
Golpes e mais golpes no próprio pau. O calor subindo de seu ventre e atingindo o corpo venoso do membro rígido.
 
Pow!
 
O gatilho para o gozo foi Tae empinar mais um pouquinho, choramingar um “Gu” arrastado e ver que o cuzinho estava melado de saliva, lubrificante e levemente avermelhado de tanto foder.
 
De tanto que já tinha fodido ele.
 
Puta merda! Foi gostoso demais!
 
Então Guk gemeu e viu sua porra escorrendo pela fenda, expulsa em jatos que melaram as bandas da bunda gostosa e o inferior das costas de Taehyung. As pálpebras pesavam. Olhos semi cerrados contemplando o homem lindo diante de si. A mente embriagada pelo orgasmo delicioso e intenso. Um tornado de sensações invadindo seus sentidos de modo avassalador.
 
Acalmou aos poucos a respiração. Sentindo ainda o entorpecimento de sua mente e corpo. Voltando gradativamente de uma dimensão de prazer intenso.
 
– Tava batendo uma pra mim, Jeon? – Questionou o Kim, brincalhão, ainda molinho e com as pálpebras pesando.
 
– Já bati tantas! – Disse sincero e olhava fascinado pata o homem delicioso.
 
– Safado! – Tae respondeu num riso frouxo.
 
A voz lenta e gasta pelos gemidos de prazer. O rostinho prensado no travesseiro.
 
Jeongguk deitou-se. Metade sobre o corpo de Tae. Metade sobre o colchão. Os dois de bruços. Repousou a cabeça sobre o mesmo travesseiro, os dois rostos frente a frente. Sorriam um para o outro.
 
– Posso dormir aqui com você hoje? – Guk pediu.
 
– Eu vou trabalhar, Gu!
 
– Deixa o carro em casa. Eu te levo e te busco na boate, saranah*! (*meu amor)
 
Tae gostava de ouvir Jeongguk o chamando assim. Nunca o escutou usando o apelido com Jimin.
 
Taehyung sorriu e beijou os lábios rosados de Jeongguk.
 
– Tá bom, honi*. Quer passar o restinho do dia aqui comigo? (*honey, querido)
 
– Quero passar o mês. – Guk respondeu sincero e sorriu. Os olhos pretos fixos nos castanhos à sua frente.
 
– Vai me mimar assim todo dia? – Taehyung questionou sorrindo.
 
– É a minha meta de vida.
 
Guk acariciava a lateral do corpo de Tae e roçava os narizes num beijinho de esquimó. O braço sobre o posterior do tronco moreno. A mão fazendo um carinho gostoso na curva da cintura.
 
Tae aproximou-se de Guk e iniciaram mais um ósculo. Carinho e saliva misturados naquele beijo. Sensações inomináveis condimentando os paladares. Os corpos relaxados, se aquecendo. Emaranhados como linha de pipa em fios elétricos.
 
E foi assim que aquele mês de férias começou.
 
Jeongguk e Taehyung não se desgrudaram. Todos os dias dormindo e acordando  juntos.
 
Em vários deles, sexo no café, no almoço ou no jantar. Jeongguk passando muito tempo de suas férias dentro de Tae. Realizando todos os seus desejos, fazendo Tae perder a compostura como desejou há muito tempo atrás. Alimentando-se de seus gemidos e manhas. Energizando-se após cada apogeu que os dois corpos alcançavam.
 
Às vezes, sexo bruto, cheio de selvageria, estocadas truculentas. Puxões de cabelos. Tapas estalados. Marcas de mordidas.
 
Outrora, sexo lento, entradas vagarosas, palavras carinhosas sussurradas ao pé do ouvido. Suspiros carregados de satisfação.
 
Dias recheados de intimidade. Beijos e mais beijos. Mãos carinhosas entrelaçadas aos fios um do outro, deslizando sobre os braços, carícias e mais carícias passeando pelo corpo alheio sem reservas. Beijinhos doces. Sorrisos sinceros. Olhos brilhantes. Momentos regados à Netflix, comidinhas gostosas e conversas variadas.
 
Alternando tudo isso com o trabalho dos dois rapazes.
 
Guk levou parte de seus equipamentos para o quarto do Kim para que pudessem ficar o máximo de tempo juntos. Tae amava vê-lo tocar. Apreciava muito quando ouvia a voz doce cantando para si alguma balada romântica.
 
Em um fim de semana de folga os dois viajaram para uma cidade mais distante. Não havia nenhum conhecido. Podiam agir como dois namorados. Dedos entrelaçados. Mãos que não se afastavam de jeito nenhum. Sempre havia um toque doce. Um olhar brilhante e carinhoso.
 
À noite o quarto do hotel foi o plano de fundo para mais uma junção entre os corpos.
 
Suor, gemidos, carícias e gozo.
 
Depois um soninho tão íntimo.
 
Jeongguk se deleitava quando acordava com Tae em seus braços. Os corpos quentinhos tão bem encaixados.
 
No dia a dia aprendeu mais sobre aquele rapaz lindo de fios roxos. Encantou-se mais ainda. Descobriu que a beleza excedia ao externo. Entendia aos poucos o fascínio de Jimin pelo melhor amigo. Uma personalidade que cativava e seduzia mesmo sem querer.
 
Taehyung era doce. Amor exalando em cada respiração. Alguém de sorriso fácil, gostos simples, bom humor. Alguém fácil de agradar, de conviver. Prático em tudo. Bonito, mesmo sem fazer um pingo de força. Mesmo quando acordava uma bagunça. Ou talvez porque adorava tê-lo bagunçado.
 
O sorriso doce e infantil derrubava todas as fortalezas de Jeongguk. A voz manhosa poderia pôr o fim à uma guerra.
 
O fogo no olhar cheio de luxúria poderia dar início à outra.
 
Cada dia que findava era uma mistura de sentimentos. Por um lado, a alegria de dividir tantos momentos e sensações com o rapaz bonito. Por outro, o desespero da incerteza de como as coisas ficariam após aqueles 30 dias.
 
Toda hora Jeongguk resgatava sua mente do futuro e trazia para o presente. De modo que não perdesse nenhum segundo ao lado de Tae cogitando os “e se's” entre os dois.
 
Como o oceano é formado por cada gotinha de água, do mesmo jeito um a um dos momentos, sensações, carícias, olhares, formavam um mosaico que compôs o todo daquele sentimento que há um bom tempo Jeongguk vinha identificando, que queimava dentro de si, o qual ele negava, ocultava de si mesmo. Mas os dias só ajudaram a confirmar que de fato Jeongguk estava apaixonado por Tae. E isso o apavorava, pois sabia que Taehyung era passarinho livre, como dizia Jimin. Não se prendia à ninguém.
 
No escondidinho de seu coração Jeongguk queria acreditar que era especial, que não era só mais um, que podia ser único.
 
Porém ao ouvir a história de Tae, pensou que não poderia estar mais errado. Taehyung prometera nunca mais entregar seu coração a outro alguém e doía demais saber disso.
 
Talvez fosse um castigo por trair Jimin. Por nunca ter se entregado totalmente naquela relação. Pelo menos não do mesmo jeito que fazia com Tae.
 
Era fim de tarde de quinta-feira, seria folga do Kim, estavam deitados nus na cama dele, após um sexo íntimo e lento. Jeongguk acariciando os cabelos longos e a lombar de Tae. E este com a cabeça em seu peito, acariciando sua barriga sarada. Passando a ponta do dedo pelos vincos que formavam seus gominhos e contando-lhe como aconteceu, como se apaixonou quando jovem.
 
– O nome dele era Doyun. Na época eu tinha 18 anos e ele 29. Nós nos conhecemos no cinema. Eu tinha me confundido e acabei indo assistir o filme errado. Era de terror e eu odeio esse gênero. Passei a sessão inteira agarrando a mão dele que tava sentado do meu lado. – Tae soltou uma risada soprada. O olhar perdido. A mente vasculhando as memórias. – Era mais fácil eu ter me levantado e ido embora assim que vi do que se tratava. Mas bobo como era, eu fiquei e quase morri de vergonha quando me dei conta que passei o filme inteiro apertando a mão dele. No fim fomos tomar um lanche juntos e acabou que ficamos amigos.
 
Ouvir o modo como Taehyung falava num tom de saudosismo fazia o coração de Jeongguk doer. Não conseguia evitar sentir uma pontada de ciúmes. Seu envolvimento com Tae despertava em si uma faceta possessiva que nunca antes havia experimentado.
 
– Meus amigos não gostavam muito de cinema e na época Jimin estava de namoro com um rapaz. Acabou que eu e Doyun começamos a nos encontrar todos os finais de semana. Cada dia a gente escolhia um filme. Eu gostava da companhia dele. Já sabia da minha orientação sexual e sentia muita atração por ele. Mas eu não sabia nada sobre Doyun. Se gostava de garotos, se tinha alguém. A única coisa que ele me falou é que sua família sempre o reprimiu, o controlou, era muito conservadora.
 
– A sua te apoiava, saranah? – Guk questionou curioso.
 
– Sempre. Meu pai morreu quando eu tinha 9 anos. Ficamos somente eu, mamãe e minha noona que na época tinha 18. Quando eu me assumi, as duas me abraçaram, me acolheram e me aceitaram. São meus bens mais preciosos dessa vida. – Os olhinhos brilhavam de orgulho ao falar.
 
– E então? – Guk questionou com mansidão e carinho.
 
– Ah, então a gente foi se conhecendo e eu fui me encantando por ele. Depois de 2 meses tivemos nosso primeiro beijo em um mirante onde ele tinha me levado. Um mês depois tivemos nossa primeira vez. Ele tava nervoso, porque nunca tinha estado com um garoto antes, eu sim. Eu já sabia o meu posicionamento e ele me dizia que não pretendia ser o passivo de jeito nenhum. Foi engraçado ver ele aterrorizado. – Tae soltou um risinho. – No fim deu tudo certo e ele ficou louco com a experiência. Nós nos envolvemos mais e mais. Contando desde o primeiro beijo, ficamos um total de 9 meses juntos. Eu o amava e ele também dizia que me amava muito. E na verdade eu sentia isso, me sentia amado por ele.
 
Uma pausa e Tae mantinha-se imerso nas lembranças.
 
– Mas? – Questionou Guk.
 
– Mas então o tempo de trabalho dele em Busan chegou ao fim. Ele estava lá temporariamente, por causa da empresa e precisava voltar pra Seul. Faltando 3 dias pra ele partir abriu o jogo comigo, que até então não sabia disso. Eu nem imaginava. Pensei que ele morasse lá e não que estava de passagem.
 
– Poxa! Que mancada! – Jeongguk disse penalizado, pois sentia que havia tristeza na narração de Taehyung.
 
– Eu sugeri um namoro à distância, pelo menos que tentássemos. Mas então ele me revelou que era casado, que havia deixado em Seul sua esposa e seu filho de dois anos e meio o esperando.
 
– Porra! Que sacana, yaegiva*! (*bebê)
 
Taehyung suspirou tristinho e continuou:
 
–  Naquele dia meu mundo desabou. Eu achava que tinha construído um castelo de conto de fadas com ele, mas descobri que era um castelo de areia. Eu entreguei meu coração pra ele. Entreguei o melhor de mim. E ele partiu meu coração em pedaços. Me deixou estilhaçado.
 
Jeongguk puxou o queixo de Tae para que ele olhasse para si. O Kim não ofereceu resistência. Seu olhar era triste, porém não estava chorando e nem marejado. Apenas uma tristeza sentida.
 
– Ele foi um idiota, saranah! – Guk tentou consolar.
 
– Eu também fui, Gu. Eu me entreguei fácil demais. – Tae suspirou novamente. – Depois disso não o procurei mais. Ele ainda suplicou pra passar a última noite lá comigo. Disse que não podia largar tudo, mas que me amava de verdade. Que sua família nunca iria aceitá-lo se ele se assumisse. Eu até acho que o sentimento dele era mesmo real, mas a dor foi tão grande que depois disso decidi nunca mais me apaixonar. Acho que criei tipo uma redoma. Uma imunidade ao amor. Me envolvi com tantos caras, mas nunca cultivei sentimentos românticos por nenhum deles. Eu não conseguia.
 
A dor no coração de Jeongguk era pungente. Muito triste ouvir aquela declaração. Desesperador saber que nunca seria correspondido. Talvez Guk também tivesse construído um castelo de areia para sua relação com o Kim. E esse castelo estava prestes a desmoronar.
 
– Um ano atrás eu tava no shopping e vi o Doyun lá, em frente à uma vitrine com a esposa e o filhinho. Uma família bonita! Por um momento eu senti um alívio por não termos ficado juntos, por eu não ter destruído aquela família. Mas então a esposa e o filho entraram na loja e ele ficou de fora atendendo o celular. Assim que ele me viu paralisou. Eu sempre imaginei que talvez ficasse mexido se um dia voltasse a vê-lo, que talvez o sentimento dentro de mim reacendesse. Mas não. Eu não senti nada. Nem amor, nem raiva. Nada. Ele desligou o celular, olhou pra mim e eu pude ler os seus lábios sussurrando: “eu ainda amo você!”, mas naquele exato momento o Seungho chegou, me puxou pros seus braços e me beijou na boca. Foi um beijinho rápido! Mas foi o suficiente pra eu ver dor e tristeza nos olhos do Doyun. Depois a esposa e o filho dele chegaram e ele foi embora de cabeça baixa.
 
– Que história triste, Tae!
 
Tae suspirou e disse:
 
– Nem todas as histórias de amor tem final feliz, Gu.
 
Jeongguk sentia o nó na garganta. Ele não poderia continuar a se enganar. Os dois também não teriam um final feliz, afinal começaram tudo do jeito mais errado possível.
 
Estavam fadados ao fracasso. Especialmente, Jeongguk. Fadado ao sofrimento, por amar alguém que nunca seria seu completamente. Amar! Sim, Jeongguk amava Taehyung. E doía ouvir que o rapaz havia fechado seu coração para o amor. Talvez, se as coisas tivessem acontecido de um outro jeito, em outro momento talvez... só talvez, eles poderiam viver uma história de amor de verdade.
 
Sem mentiras, sem traições, sem Jimin, Bogum, Seungho, Wonho... Só Tae e Guk.
 
Só eles dois, como ali naquela cama. Juntinhos. Um sentindo o corpo quente do outro. Um momento íntimo, de conversa, confissões, lembranças e por fim ele poderia escutar dos lábios de Tae um “eu te amo”. O mesmo que ele sentia entalado em sua garganta naquele instante, prestes a escapulir de seus lábios.
 
A sensação de que se dissesse aquilo se sentiria aliviado, formigava em seu peito. Mas havia o medo da resposta. O medo de ouvir o que na verdade já estava sendo dito indiretamente. “Não se apaixone, por mim Jeongguk. Eu não poderei te corresponder.”
 
É... Jeongguk era péssimo com promessas. Não só não conseguiu cumprir sua promessa de nem pensar em Tae, como agora o amava. Apaixonara-se pelo melhor amigo do seu namorado.
 
E estava fodido!
 
– O que você acha? – Questionou Tae.
 
– Hã? – Guk foi trazido de volta de seus pensamentos. Trazido para uma realidade onde ele ainda tinha Tae em seus braços, onde ainda poderia tocá-lo. Onde os beijos, carícias e o enrosco dos dois corpos não haviam se tornado uma lembrança distante. Uma memória longínqua como Doyun.
 
Tae soltou uma risadinha e acariciou a mandíbula de Guk.
 
– Seu rostinho fica engraçadinho quando você se perde nos seus pensamentos. Parecia que tava em outro mundo. O que você tava pensando?
 
Ele não podia saber. Guk ainda não se sentia preparado para contar.
 
– Hm... numa composição que eu preciso terminar essa semana. O que você tinha perguntado?
 
– Se a gente pode pedir comida japonesa hoje.
 
– Claro, saranah! Como você quiser. – Deixou um beijo na testa de Tae e acariciou suas costas.
 
Precisava aproveitar cada minuto, antes que ele se esvaísse diante de seus olhos, tornando-se uma poeira de memória perdida no tempo.
 
Ouviu o celular de Tae tocando na mesinha ao lado. O Kim se esticou todo e pegou o aparelho. Era Seungho, de novo. Não era a primeira vez que o homem ligava. Tae também atendeu Wonho nos dias em que estavam juntos, o que já totalizavam 15. Isso, sem contar outros contatos que ele não conhecia. Bogum não, pois ele havia viajado para ver sua família também.
 
Seungho não era o primeiro a ser dispensado. E aquela também nem era a primeira vez. Tae dizia para os rapazes que ele andava ocupado e que não poderiam se ver. Uma chaminha bem pitica de esperança ardia. Afinal, ele sabia que Tae os dispensava para ficar consigo. Isso por ora bastava.
 
Tae desligou a chamada, jogou o celular no colchão e puxou Guk para um beijo.
 
– Vamos tomar um banho, honi? – Perguntou cheio de segundas intenções. Lábios colados aos do Jeon.
 
– Aham. – Respondeu Jeongguk, sorrindo.
 
A malícia aos poucos envolvendo-o, beijou os lábios deliciosos de Tae, chupou a língua gostosa. Gravando em sua mente o sabor e a textura, a temperatura e a sensação daquele toque carinhoso. Desejando que esses momentos nunca tivessem fim.
 
Tic-tac... O tempo não para... Os dias vão passando.
 
Agora estavam no sofá da sala. Em plenas 10 horas da manhã. Guk sentado no móvel de 3 lugares, ocupando o do meio. Tae de costas para si. Ambos nus. Jeongguk segurava os braços de Tae para trás, pelas dobras dos cotovelos. Taehyung totalmente submisso ao Jeon. Levemente inclinado para frente.
 
Seu quadril arremetia para cima, martelando a próstata do Kim cada vez que entrava nele. Movimentos brutos. Os dois corpos suados. Tae de olhos fechados e sobrancelhas franzidas. Guk o comia forte. Estava o arregaçando. Mandando ver no cuzinho.
 
As preguinhas se alargando em torno do caralho grosso. Esticando-se ao máximo. Sendo fodido sem misericórdia, de forma quase primitiva. Guk bombeando seu pau naquele orifício. Arrombando Taehyung. Destruindo seu cu. Projetando seu corpo para cima e praticamente o fazendo pular no seu pau. Tae estava pedindo por aquilo e por isso o fodia com tanta truculência.
 
– Ai! – Tae choramingava manhosinho. As lágrimas, decorrentes do êxtase em ascensão, escorriam de seus olhos.
 
– Para que eu sei que você adora sentir eu socando meu pau no seu cu, safado! – A fala saindo sofrida, mas desaforada.
 
Taehyung pulava. O caralho o fodendo bem fundo e forte. Aquecendo-o de dentro para fora.
 
– V-Você me c-come tão gostoso, Gu!
 
A sentença levantando todos os pelinhos do corpo de Jeongguk. Seu ego de macho alfa sendo massageado.
 
– Eu a-amo o seu p-pau, Gu! Amo!
 
Guk mordeu os lábios, meteu forte. Fodia como um bárbaro. Estocadas punitivas. O pau desbravando todas as curvas, relevos e depressões daquele canal estreito. Daquele cuzinho que o sugava. Um cuzinho guloso da porra!
 
A mente dominada por aquela imagem obscena, a cada vez que seus olhos assistiam sua pica desaparecendo dentro do Kim. Os orbes fixos no entrar e sair do seu caralho. O calor do interior do corpo bonito o aquecendo mais e mais.
 
– E eu amo comer seu cu, Tae! – Um suspiro de deleite. As sobrancelhas franzidas de prazer.
 
As respirações saindo arrastadas. O fôlego se esvaindo a cada movimento brusco. A cada entrar do membro dentro do cuzinho estreito, a glande sendo comprimida, forçando um gotejar do fluído pela fenda. Deixando um rastro de líquido seminal ao longo do canal estreito. A fricção entre a cavidade e o pau sendo suficiente para atear fogo nos dois corpos. Os barulhos dos tapas que o quadril de Jeongguk desferiam no traseiro cheio de Tae eram extremamente audíveis em qualquer outro cômodo do apê. Guk estava arruinando o cuzinho do Kim.
 
O membro de Tae balançando violentamente em cada estocada recebida. Rebatendo em seu ventre, o prazer preenchendo as veias ressaltadas dele. Pingava muito. Taehyung tomando no cu bem gostoso.
 
O namorado do melhor amigo o comendo como se ele fosse um putinho.
 
Tae não se conteve. Como a boa vadia que era não conseguiu se impedir, não pôde evitar de abrir as pernas para o rapaz bonito.
 
E abriu vezes e mais vezes, a perder as contas. Seu cu encheu-se do sêmen dele mais vezes que os dedos das mãos e pés conseguiriam contabilizar. O sêmen que nunca havia entrado em contato com o interior de Jimin, mas que em Tae escorria em cascatas ao findarem cada foda.
 
Chupou aquele pau tantas vezes que chegou a decorar os caminhos que as veias dilatadas percorriam naquele membro grosso, de tanto tateá-las com a língua. O sabor da porra dele já estava impregnado nela.
 
Porque Tae era uma piranha! Uma puta que tinha fogo no rabo. Uma prostituta barata que não sossegou enquanto não sentiu o pau do namorado do melhor amigo socado bem no fundo do seu cu.
 
Um fogo pelo rapaz bonito e que não cessou até tê-lo entre as suas pernas o fodendo, como fazia agora. Um fogo que pensou que fosse se extinguir assim que cedesse e resolvesse dar para ele.
 
Um fogo que só aumentou, desde a primeira vez em que ele o comeu. Que Tae o experimentou.
 
E... Puta que o pariu!
 
Jeongguk comia gostoso demais! Sabia como usar aquele pau delicioso e grosso que ele tinha.
 
O pau mais gostoso que Taehyung já teve a sorte de sentar.
 
O cara mais delicioso para quem ele já deu. O cara que encontrava o seu pontinho doce como ninguém. Parecia que já havia decorado o seu corpo, que possuía um mapa de si. Sabia onde e como tocar.
 
O encaixe entre eles era sempre perfeito. Mágico! Surreal! Transcendia ao próprio sexo.
 
Mas Tae se convencia de que precisava e muito manter aquilo apenas na esfera sexual.
 
Era só sexo!
 
Repetia para si mesmo.
 
Tinha que ser. Sempre foi assim. Não tinha porque mudar isso agora.
 
– Eu tô quente, saranah! – Jeonguk avisou para Tae que estava quase lá.
 
O Kim não estava tão diferente, mas queria que os dois gozassem juntos.
 
Puxou um dos braços do aperto de Jeongguk que levou a mão livre para a cintura sinuosa. Na intenção de ajudar no equilíbrio do corpo bonito em seu colo, enquanto mantinha a constância das estocadas.
 
Tae envolveu seu membro e começou a bombeá-lo.
 
Masturbava-se enquanto Guk o pegava de jeito, o fodia intensamente por trás, o comia com desespero. Entrando bruto e fundo. Quase o rasgando. Arruinando-o completamente.
 
Os dois gemendo sem vergonha. Enchendo aquela sala com seus arquejos e com odor de genitália e lubrificante.
 
Os vizinhos que passavam em frente à porta escutavam os dois rapazes. Sabiam bem o que estava rolando dentro daquele apartamento.
 
Jeongguk invadindo Tae. O Kim engolindo o Jeon.
 
O caralho entrando no cu. O caralho saindo.
 
Os orgasmos fervilhando dentro dos dois e explodindo através dos dois membros. Uma avalanche de sensações. O sêmen de Tae jorrando em sua mão e o de Guk lambuzando o interior do Kim.
 
Olhinhos revirados. Dois corpos conectados não somente fisicamente, mas pelo torpor do frenesi. Uma turbulência de estímulos invadindo todo o sistema nervoso dos corpos.
 
Guk, exausto, afundou-se no estofado e Tae repousou seu corpo sobre o dele. Deitou sua cabeça no ombro largo. O pênis de Guk ainda melado dentro do Kim.  Porra quentinha escorrendo do buraquinho e pingando nas coxas trabalhadas do Jeon. Guk abraçando o corpo moreno em seu colo. Puxando o oxigênio que parecia rarefeito.
 
Os corpos ainda pulsavam em espasmos, todos os músculos latejando após tanto movimento frenético, depois de um esforço extraordinário.
 
Passaram vários minutos esperando a respiração regular e os corpos esfriarem aos poucos.
 
– Banho? – Guk perguntou.
 
– Banho. – Tae confirmou.
 
– Posso te foder lá de novo? – Guk questionou com um sorriso preguiçoso e safado nos lábios.
 
– Céus! Você não cansa não? – Riu soprado e desacreditado.
 
– Eu nunca tô saciado de você, yaegiva*! Quero sempre mais. – Beijou o pescoço molhado do Kim, suor e perfume misturados. – Eu te dou colinho! Você não precisa se esforçar, só abrir as pernas pra mim. (*bebê)
 
“E lá vamos nós!”, pensou Tae ao se levantar e puxar Guk para juntos tomarem um banho e, claro, foderem mais uma vez.
 
Os dias se passaram com os dois alternando os cômodos e posições em que foderiam. Guk comeu Tae em todos os lugares.
 
Comeu Tae para caralho!
 
Na cozinha
Debruçado na pia, sobre a mesa, em cada uma das 4 cadeiras, apoiado na geladeira.
 
No quarto
Na cama de Tae, em cima da escrivaninha, na poltrona, na cadeira giratória (um dos maiores desafios da vida sexual do dois), debruçado na janela, no chão, no banheiro (chuveiro e sobre o vaso), prensado em todas as paredes do quarto.
 
Na sala
Na famigerada poltrona, no sofá de 2 e no de 3 lugares, no tapete felpudo, sobre a mesinha de centro, prensado nas paredes. Apoiado na porta de entrada do apartamento. Dentro do lavabo.
 
Na área de serviço
Sobre a máquina de lavar. Sentado sobre o tanque. Contra a parede.
 
O único ambiente que os dois respeitaram, como uma terra sagrada, foi o quarto de Jimin. Afinal, seria muita sacanagem, né? Não bastavam ter fodido e deixado a impressão de seus corpos fundidos em cada um dos cômodos, seria demais invadir a privacidade do quarto do Park, maculando-o com seus atos libertinos.
 
Aproveitaram também para fazer uma visitinha ao apartamento de Guk. Jin estava fora por uns dias. Transaram na cama de Jeongguk, escrivaninha, na banheira da sua suíte e exploraram mais alguns espaços comuns do apê.
 
Nem mesmo o carro do Jeon escapou de tanto fogo que aqueles dois alimentavam. Guk comeu Tae no banco de trás do seu carro em uma rua deserta, após um dos dias em que foi buscá-lo na boate durante a madrugada. O desejo era tão forte que não conseguiram esperar para chegarem em casa. Precisavam se possuir urgentemente.
 
Os dias foram marcados também por um festival de beijos. Beijaram-se até ficarem com os lábios inchados e vermelhos, até perderem o fôlego, até atearem fogo nos corpos e iniciarem mais uma rodada de sexo.
 
Mas também trocaram muito carinho. Sexo lentinho, regado a beijos vagarosos, carícias, elogios sussurrados, dedos entrelaçados. Olhares fascinados. Suspiros.
 
Conversaram, riram, cozinharam, brincaram de lutinha. Ficaram extremamente íntimos.
 
Jeongguk aproveitou cada momento. Apaixonou-se mais a cada dia. Encantou-se mais também.
 
Por alguns instantes até mesmo se esqueceu que namorava outro. Porque sentia que Tae e ele agiam como se namorassem. Como se fossem perfeitos um para o outro. Se pertencessem.
 
Como se Park Jimin tivesse sido deletado de sua mente. Como se a informação de que o baixinho era seu namorado houvesse sido removida de seu banco de dados.
 
Não percebeu que nem chegou a enviar uma só mensagem para o baixinho, mas quando se deu conta disso notou que ele também não havia enviado nada para si. Sentiu culpa por sequer questioná-lo sobre a saúde do avô. Vai que o idoso piorou.
 
Nos últimos dias das férias, quando se deu conta de sua falta de atitude, resolveu mandar uma mensagem para ele. Esta porém nunca foi respondida.
 
Tentou mais duas vezes e nada. Provavelmente, só se falariam quando Jimin voltasse.
 
 Com o passar do tempo, uma angústia o assolava a cada vez que via o sol se pôr e aceitar que mais um dia chegava ao fim.
 
 Ela só se dispersava quando estava envolvido nos braços de Tae, quando deitava sobre o peito dele e recebia carinhos deliciosos daquelas mãos delicadas, quando sentia os anéis fininhos esfriando a sua epiderme. Às vezes o Kim cantava para si. Ele tinha uma voz linda. Tão gostosa de ouvir.
 
Era sábado, passava do meio dia. Estavam enroscados, como de costume, só que agora no sofá da sala do Kim. Guk deitado entre as pernas de Tae. A cabeça repousava sobre o tronco moreno. Os dois assistindo uma série na TV.
 
Havia buscado Tae na boate durante a madrugada e mesmo cansado do trabalho o Kim o atacou assim que chegaram em casa. Como se quisesse aproveitar cada mísero momento, dos últimos antes da chegada de Jimin, para se embebedar de prazer junto com o Jeon.
 
O Park estaria de volta dentro de pouco mais de 24 hs. Provavelmente, na tarde de domingo.
 
Guk vinha sendo egoísta e um covarde, ele sabia.
 
Mas estava cansado de ser assim.
 
Uma chama de ousadia passava a arder dentro de si, empurrando-o para tomar as rédeas da situação e lançar-se sem pensar. Um gelo na barriga! Como se estivesse prestes a se atirar de um avião para vivenciar a experiência de pular de paraquedas.
 
O medo estava lá, mas a cada dia parecia não ser maior do que o amor que vinha nutrindo por Tae.
 
A hora estava chegando. Era tudo ou nada.
 
Apoiou-se sobre os próprios braços cruzados que repousavam sobre o tronco moreno de Tae.
 
Por um milagre não estavam nus. Ambos usavam um pijama de casal que haviam comprado durante aquela viagem de fim de semana.
 
Fitava os olhos brilhantes de Tae que estavam atentos à TV, assistindo os episódios finais da terceira temporada de Stranger Things.
 
Talvez Guk e Tae fossem umas das últimas pessoas do mundo que ainda não haviam maratonado a série até então. Tinham resolvido fazer isso juntos.
 
Ficou fascinado olhando o rosto bonito do rapaz que amava. O coração queimando de tanto que se sentia pleno por tê-lo ali consigo. Desejando nunca mais se afastar. Sentia o quanto Tae respondia positivamente a todas as suas carícias. O Kim era carinhoso e fofo consigo! Parecia sempre aberto e tão entregue quando estavam juntos. Sempre. Não era possível que não correspondesse ao menos um pouco dos sentimentos que vinha nutrindo por ele.
 
– Eu vou terminar com o Chim. – Guk falou confiante, em um timbre baixo e calmo.
 
A frase fez o Jeon ganhar a atenção de Tae que desviou os olhos da TV e os direcionou a ele.
 
– O que?
 
– Eu disse que vou terminar com o Chim. – Repetiu.
 
Tae franziu o cenho. Um semblante afetado.
 
– Por que? – A voz saía tensa, o que não passou batido por Jeongguk que agora também tensionava.
 
– Será que não tá óbvio, saranah?
 
Tae mexeu-se desconfortavelmente e isso fez Guk se levantar. Saindo de cima de seu tronco e sentando no sofá ao mesmo tempo em que ele também se sentava.
 
Guk pegou o controle remoto, deu pausa na série e voltou a encarar o rostinho confuso e bastante impactado. Os olhinhos amendoados percorriam o ambiente. Um Kim atordoado, reflexivo.
 
– Mas...Mas... O Chim gosta de você, Gu! – Tae falou.
 
Jeongguk soltou um ofego de descrença. Ele teria mesmo  que ser mais explícito? Não era óbvio que aquilo não estava funcionando?
 
– Eu gosto muito do Chim, Tae. Mas não o suficiente e não é justo com ele continuarmos em uma relação quando na verdade eu quero outro.
 
– Gu....
 
Em um rompante de ousadia Guk disparou:
 
– Como eu posso ficar com ele, quando eu amo você, Tae? Como isso? Me diz!
 
Os olhos de Taehyung gritavam desespero.
 
– Assim não, Gu! – Ele choramingou.
 
– Eu quero você, Tae! Não consigo mais fazer isso, não consigo mais ficar escondendo. Não vou conseguir olhar pra você e não te beijar, não ficar agarradinho que nem ficamos em todos esses dias. Eu amo você, saranah!
 
Taehyung esfregou o rosto com as duas mãos. O corpo dele tremia.
 
– A gente não pode, Gu! A gente não...
 
– A gente nunca pôde, Tae! Nunca foi certo, você sabe disso. Mas pro inferno todo esse teatro. Eu não quero mais te ter só entre quatro paredes. Quero você pra mim. Como meu companheiro, meu namorado, meu homem.
 
– Pelo amor de todos os santos, Gu! A gente não pode, não pode. Você não entende?
 
– Caralho, Tae! Porra! Eu sei que você me quer, a gente nunca pôde, mas agora a gente pode tentar corrigir a merda que a gente começou. Tentar conversar com o Jimin e....
 
Nesse momento Tae se pôs em pé, desesperado, exaltado.
 
– NÃO! Nem pensar. Nunca! Você nem ouse contar pro Chim. – Disse com o dedo em riste.
 
Jeongguk também se levantou. Os ânimos se exaltando.
 
– Como é que é? – Guk estava revoltado. – Ele precisa saber. Não é justo continuar  escondendo isso dele.
 
– Ele nunca vai saber. Tá me ouvindo? Você tem que me prometer.
 
– É a oportunidade da gente zerar tudo, Tae. Começar de novo. Ser verdadeiro com ele. Corrigir um erro! Recomeçar. Um novo começo pra nós dois. Uma chance pra gente. Você não me quer?
 
Jeongguk segurou os antebraços de Tae. Os dois ofegantes, chateados, entristecidos.
 
– Eu não posso. – Falou desolado.
 
– Ou você não quer? Não é possível, Tae, que você não sinta nada por mim. Não é possível!
 
As lágrimas já desciam sem cessar, deslizavam pelo rosto bonito de Jeongguk e o coração de Tae doía ao ver o rosto do Jeon contorcido de dor, tristeza e decepção.
 
– Não me pergunta isso. – Ele sabia o que viria.
 
– Tae, você me ama?
 
– Por favor.... Eu te imploro. Não me pergunta isso.
 
Ele não disse não. Havia uma esperança ainda ardendo em Guk.
 
Os dois já choravam. A sala agora era uma mistura de uma atmosfera melancólica e fúnebre.
 
– Eu quero você, saranah! Eu te amo! Se você me ama também eu vou ter força pra enfrentar tudo, qualquer coisa!
 
Tae não confirmou que amava, mas também não negou. Novamente um breve silêncio.
 
– O Chim vai me odiar.
 
Guk abraçou Tae, beijou sua têmpora e disse:
 
– Eu vou estar com você. A gente fala com ele, se explica. O Chim tem um coração de ouro, ele vai te perdoar, vai te entender. Ele pode até me odiar, mas vai perdoar você!
 
– A gente vai machucar ele, Gu. – Tae chorava sentido.
 
– A gente já machucou, yaegiva. Ele só não sabe ainda. – Deixou mais alguns beijos sobre a fronte do de cabelos roxos, a franja longa deslizando sobre a testa morena.
 
As duas faces molhadas de lágrimas ainda.
 
– Eu não posso perder ele. Não posso.
 
– Ele vai entender! – Guk insistiu.
 
Os dois se abraçaram apertado. Tae soluçou entre os braços de Jeongguk.
 
– Eu não posso ficar com você, Gu! Não posso. Não posso partir brigado com o Chim.
 
Taehyung afastou-se de Jeongguk, os olhos avermelhados fixando-se nos olhos igualmente vermelhos de Guk. Jeongguk o fitava confuso,  então Tae disse:
 
– Semana que vem eu estou indo embora de Seul, vou pro Japão realizar um projeto de dança e... –  Com hesitação na voz prosseguiu: – ... o Seungho vai comigo.
 
Então o castelo de areia de Guk desmoronou.
 
A frase outrora dita pelo rapaz ecoando em sua mente: “Nem todas as histórias de amor tem final feliz, Gu.”
 

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Até mais! 😘
 

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