O Delegado

Capítulo 3

Me chamo Aurora Esposito Savoia, tenho 22 anos, sou estudante de direito, seguindo a carreira do meu pai Domênico Esposito que é o melhor advogado do país, desde pequena meu maior sonho era fazer direito e esse sonho se tornou ainda mais forte após a morte de minha mãe Alessia Savoia, vítima de latrocínio quando voltava para casa, eu tinha apenas 10 anos, meus pais era o casal mais apaixonado e carinhosos do mundo todo, sempre ao meu lado, me acompanhando e cuidando de mim a todos momentos, mamãe era linda, uma mulher forte e meiga, era médica, uma noite saiu do hospital após uma longa cirurgia, e quando voltava para casa teve seu carro parado por vários criminosos que anunciaram o assalto e a mataram, meu mundo e o do papai caiu, perdemos a mulher que mais amávamos, e desde então meu pai luta para pegar o desgraçado que a matou, era uma emboscada, para se vingarem do meu pai por ter posto Maurício um grande traficante da Itália atrás das grades e meu pai desde esse acontecimento, o manteve lá, e até hoje não descansa enquanto não encontrar o desgraçado que a matou, desde então somos só eu e ele, meu pai é meu herói e o homem que mais amo no mundo, ele me apoia em tudo e é o meu melhor amigo, a 1 ano atrás eu namorava um rapaz que é policial, Marco Vegas Santtilana, era abusivo psicologicamente, meu pai nunca gostou dele e estava certo, Marco me traía e sempre colocava a culpa em mim por não dar o que ele queria, eu tinha uma grande dependência emocional e passei 3 anos com ele porque não conseguia terminar, comecei a ter crises de ansiedade e sempre que ele me culpava eu também me culpava, hoje me arrependo amargamente disso, nunca tive culpa, hoje enxergo isso, terminei com ele quando comecei a fazer terapia e toda a dependência emocional que tinha por ele se esvaziou, meu pai me ajudou muito com isso, Marco passou um tempo me ligando, indo atrás de mim até que meu pai deu um ponto final o avisando que ficasse longe de mim ou ele nunca mais trabalharia como um policial. E assim ele fez, sumiu, e eu segui minha vida muito bem, só nunca mais me relacionei com ninguém desde então, conheci minha melhor amiga Valentina que é doida de pedra kkk é a melhor amiga do mundo, fazemos direito juntas e somos como irmãs, inseparáveis, meu pai gosta muito dela e maior parte do tempo ela passa lá em casa ou eu na casa dela.
O professor nos passou casos separados para fazermos uma tese, Valentina pegou o caso dela ontem com o Dr. Dante e ela não parava de falar o quão gato ele é, hoje eu fui pegar meu caso com o tal bonitão Dante que Valentina tanto falava mas ele não se encontrava, fui atendida por um cara que parecia mais um Deus grego do que um homem comum, o homem era lindo, sério, voz grossa e atraente, quando entrei em sua sala ele me olhou de cima abaixo me fazendo corar, nos sentamos após ele me entregar o caso para que eu análise, sentia seu olhar sob mim mas evitei trocar contato visual com ele, não sei o porque mas esse homem me intimidava como ninguém nunca fez.

Observo o caso, era de um latrocínio, uma senhora foi morta por não ter entregue o seu carro, o homem está preso e por ser réu está recorrendo a liberdade, lendo todo o caso eu lembro da minha mãe, como ela deve ter se sentido, como a família deve estar se sentindo, uma raiva me consome quanto mais leio, suspiro fundo enquanto leio.

- Está tudo bem senhorita?

Lorenzo fala me tirando a atenção do caso, noto que apertava a pasta com a raiva que sentia e o respondo friamente.

- Está.

Ele me olha em silêncio e eu volto minha atenção ao caso até que soltou um xingamento.

- Mais que merda!

Me levanto da cadeira revoltada com o que vejo, o criminoso está respondendo em prisão domiciliar.

- Algo errado?

Olho para Lorenzo com raiva.

- Tudo errado! Esse desgraçado está solto!

Eu estava furiosa, Lorenzo me olhava sem entender, tento buscar calma mas é impossível.

- Senhorita Aurora, peço que sente-se irei buscar uma água.

- Não! Obrigada, eu não quero. Dr. Será que não haveria um outro caso para que eu analisasse e fizesse minha tese?

Ele me olha sem entender.

- Não... Eu na verdade não sei... Acabei de chegar na delegacia, eu estava fora por um tempo... Mas eu posso verificar com meu sub-delegado.

- Obrigada.

Minha respiração era rápida, eu sabia que não podia levar para o pessoal, mas eu não conseguia, esse desgraçado tinha que pagar assim como o desgraçado que matou a minha mãe.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao me lembrar do dia em que os policiais chegaram lá em casa nos dando a notícia que minha mãe estava morta.

- Aurora... Está tudo bem?

Olho para Lorenzo que me analisava preocupado e sem entender o que se passava.

- Está, eu preciso ir Dr. Me desculpe ter tomado seu tempo, eu vou pegar esse caso.

- Mas você perguntou se...

- Eu sei, mas não precisa, obrigada Dr. Tenha um bom dia, e bom retorno.

Inclino minha mão para ele que pega gentilmente e uma onda elétrica se forma em nossos corpos, nos olhamos profundamente sem soltarmos nossas mãos um do outro, até que tomo consciência e retiro minha mão da dele delicadamente.

- Eu vou indo, até mais Dr. Lorenzo.

- Até mais senhorita Aurora...