Capítulo 16

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Saímos do banho e nos trocamos, quando íamos sair, até meu celular toca.

Ligação on.

- Alô?

- Estou avisando, se você não sair de perto dela, você também vai se machucar!

- Quem fala!?

Silêncio.

- QUEM FALA PORRA!?

Ligação off.

Bufo de raiva e Aurora me olha preocupada.

- Amor, aconteceu algo?

Tento manter o controle, não podia falar, não quero que se assuste.

- Nada amor, problemas na delegacia...

Minto, eu não podia preocupa-la, mas preciso avisar a Dante e Domênico.

- Algo que eu possa ajudar?

- Não amor, mas obrigado.

Sorrio gentilmente para ela e ela retribui.

- Vamos? Tenho aula daqui a 1 hora.

- Amor... Por favor, fica hoje.

- Conversamos sobre isso Lorenzo... Precisamos ir.

Suspiro fundo, eu não podia deixa-la sozinha na faculdade.

- Tudo bem, vá indo pro carro, eu te encontro em 5 minutos, vou ligar para Dante ok?

- Está bem.

Trocamos um selinho e ela vai para o carro.

Ligação on.

- Fala irmão.

- Dante, eu recebi uma ligação de ameaça, sobre Aurora.

- Contou para ela?

- Não, ela está preocupada demais com isso, não queria preocupa-la mais, porém ela é teimosa, está querendo ir para a faculdade...

- Puts mano, Valentina também vai, o que pretende fazer?

- Quero que investigue quem me ligou e tente descobrir quem está enviando essas ameaças hoje mesmo, convoque todos do TI, militares, o que for, quero resposta hoje, vou com elas para a faculdade, sem que percebam, não posso deixar as duas sozinhas lá.

- Ótimo Lorenzo, farei isso assim que chegar e te ligo.

- Obrigado Dante.

- E por favor, cuide de Valentina também.

- Quem diria, o Dante pegador de quatro pela Valentina.

- Ah cara vai se foder!

Gargalho.

Ligacão off.

Entro no carro e dirijo até a universidade, 30 minutos depois que chegamos, estaciono o carro e a puxo para um beijo apaixonado.

- Boa aula princesa.

- Bom trabalho Dr. Gostoso.

Fala brincalhona e Rio gostosamente.

- Te amo, te busco para almoçarmos.

- Está bem, te amo, beijos.

Me dá vários beijos e sai do carro entrando na faculdade.

Minha mulher é linda e se afastar dela era um pesadelo para mim.

Suspiro fundo, ligo o som do carro e fico lá o tempo necessário olhando todo o movimento até Aurora ser liberada.

Ligação on.

- Fala Dante, alguma notícia?

- Cara, tenho...

Ele estava com a voz trêmula.

- Fala logo Dante, quem está ameaçando Aurora?

- Lorenzo... Cara eu acho melhor você comparecer aqui na delegacia.

Meu coração palpitava preocupado.

- Droga Dante, para de suspense! Quem diabos é a pessoa!?

- Katrina Lorenzo...

Congelo.

- Katrina supostamente está viva...

"O QUE!?"

Eu perdi a fala, minha cabeça girava, aquilo não era verdade, não podia ser verdade.

- Lorenzo? Irmão você está aí?

- Isso só pode ser um trote... Não pode ser...

- Cara... Ao que tudo indica as suposições são reais.

- NÃO PORRA! ELA MORREU! EU ENTERREI ELA! E PORQUE DIABOS KATRINA BUSCARIA VINGANÇA!? DE AURORA AINDA MAIS!? PORQUE DIABOS ELA FORJOU A PROPRIA MORTE!? ISSO NÃO É POSSIVEL!

- Lorenzo...

- NÃO! Dante, investigue mais! Aprofunde! Preciso de resposta! Preciso de algo concreto porra! E se isso for um trote, eu mato, eu vou matar a porra da pessoa que está inventando isso e ameaçando minha mulher!

Ouço Dante suspirar.

- Ok irmão... Iremos investigar mais...

Ligação off.

Bato a mão com força no volante, aquilo não podia ser possível, era um pesadelo, e minha mente estava a mil por hora, porque diabos!? Se isso for verdade, porque ela está fazendo isso com Aurora!?

Minhas mãos estavam trêmulas, eu estava pálido, não dava pra acreditar, não era possível.

"Não pode ser... Não pode ser ela..."

Eu estava tão perdido em minha mente que nem vejo Aurora entrar no carro.

- Oi amor! Como foi o trabalho?

Ela me olha sorridente, e a olho surpreso, eu não tinha fala, eu precisava estar só nesse momento.

- Amor? Você está pálido... O que está havendo?

Ela pergunta extremamente preocupada, eu queria abraça-la e dizer que tudo ficaria bem, mas eu não conseguia, eu estava completamente mudo e perdido em meus pensamentos.

- Lorenzo...

- Não é nada Aurora, apenas vamos para casa.

Vejo que ela engole o que iria falar após meu tom ríspido, e se encolhe no banco indo todo o trajeto em silêncio.

Sei que ela não tem culpa de nada, não deveria trata-la assim, mas nesse momento eu só quero ficar em silêncio com todos os meus pensamentos.

Ao chegarmos em casa saio do carro em silêncio, abro a porta para ela, ela sai e fecho, entro dentro de casa com ela ao meu lado.

- Boa tarde senhores, o almoço ainda está sendo preparado.

- Ok, estou indo para o meu escritório.

- Lorenzo...

A deixo sozinha entrando em meu escritório, pego uma garrafa de whisky e me sento na cadeira enquanto bebo e me afundo em meus pensamentos.

O DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora